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Haddad é a carapaça mansa de um projeto revanchista e de inspiração autoritária

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Quando Lula escolheu um nome para substituí-lo nas eleições, o fez tendo em mente que deveria ser alguém cuja imagem pudesse ser palatável ao centro. Fernando Haddad, que acabou ungido como poste da vez, tinha o tipo ideal para isso. Cordado e desvinculado dos setores sindicais do PT, representava a ala ligada à academia. Uma carapaça mansa para o projeto revanchista de inspiração autoritária comandado de dentro da cadeia pelo ex-presidente condenado.

Com a polarização conduzindo o pleito para o 2° turno entre Haddad e Jair Bolsonaro, a estratégia seria fazer o candidato petista transcender seu nicho político e elevá-lo à condição de defensor da democracia brasileira contra a ameaça representada pelo fascismo. Seria uma posição confortável de onde poderia facilmente articular apoios com os concorrentes de centro de modo a isolar seu adversário no suposto extremismo de direita.

O cenário traçado por Lula, entretanto, começou a desmoronar quando José Dirceu deu uma entrevista para o jornal espanhol “El País”. O ex-ministro, figura comum nos escândalos de corrupção dos governos petistas, afirmou que a esquerda pretendia “tomar o poder” e que isso seria diferente de “ganhar a eleição”. Ainda que pouco divulgada pela mídia, a declaração ganhou ampla repercussão nas redes sociais. Dirceu, afinal de contas, nunca foi um militante qualquer. É uma liderança diferenciada dentro do PT. Além da influência e da capacidade de articulação política, é um quadro que recebeu treinamento em Cuba. Sem terem sido contestadas por Haddad, suas palavras golpistas escancararam o DNA revolucionário da sigla que nunca o expulsou.

Concomitante às declarações de Dirceu, veio à tona o conteúdo do programa de governo petista. Defendendo a democracia plebiscitária, o estatismo agigantado e a regulação da imprensa, o documento não passa de um panfleto bolivariano. Novamente, a internet se encarregou de dar publicidade ao seu conteúdo. O que restou comprovado é que não havia nada ali que pudesse ser minimamente relacionado à moderação.

Por sua vez, a manifestação #elenao, que nasceu para repudiar Bolsonaro e dar continuidade à estratégia de transformar Haddad no candidato antifascista do 2° turno, acabou se revelando contraproducente. Ainda que tenha reunido muita gente nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro, sua forma (em diversos momentos abertamente escatológica) e seus promotores (grupos identitários e de gênero) acabaram incentivando o lado contrário, que deu resposta contundente em atos de desagravo ao candidato do PSL. 

E então veio a publicização da delação de Antonio Palocci. Cheia de acusações pesadas, atingiu em cheio os governos petistas e as principais figuras do partido. Entre as revelações, a de que 90% das medidas provisórias editadas nos governos Lula e Dilma tinham propina, que os dois ex-presidentes acertaram propina por meio da construção de sondas e que 3% do valor dos contratos de publicidade da Petrobras iam para o caixa do PT.

Esse conjunto de fatores serviu para formar uma onda antipetista na última semana de campanha eleitoral. Ainda não se sabe se capaz de decidir a eleição, mas suficientemente forte para sepultar qualquer possibilidade de Fernando Haddad ser vendido como sustentáculo de preservação da democracia brasileira. A fraude política foi devidamente revelada.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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