Estima-se que a cada ano são lançados em média 20 mil produções audiovisuais no mundo todo. O número é assustador tendo em vista que muitas vezes nos pegamos pensando que não há nada para assistir. As produções Hollywodianas são as que mais somam números e claramente as que mais temos acesso. Mas assim como nas outras artes, o cinema só têm grande destaque – principalmente as obras que não são produzidas nos Estados Unidos – quando são realmente relevantes.
Podemos comparar as produções de cinema a um funil. Dessas inumeras peliculas feitas, quantas destas você acha que realmente vão para as salas de cinema? Aqui em nossa cidade temos apenas uma empresa de cinemas em um ponto da cidade, com duas salas de exibições. Com certeza estamos perdendo muitas coisas legais.
Muitas vezes lemos noticias como por exemplo: “ator x muda completamente a aparência para papel y”. Já me peguei em muitas situações de não saber de que filme se tratava e, esquecer do assunto tempos depois. Isso acontece com os filmes premiados também. Esse ano tivemos produções como “O Regresso” e “Mad Max: Estrada da Fúria” que ficaram em cartaz por muito tempo e outros não tão “visuais”, mas com enredos interessantíssimos, que passaram muito longe das nossas singelas telas. Maior exemplo disso é o vencedor da categoria de melhor filme “Spotlight” e o ótimo “Ex Machina”. O que acontece com esses filmes?
Muitos desses filmes concorrentes a premiações como Oscar, Bafta, Globo de Ouro e outros, são filmes de enredos mais densos e efeitos visuais menores. Não temos muitas explosões nem belissimas atrizes e atores em trajes menores. Temos histórias peculiares e conteúdos que nos fazem pensar, pensar muito e, na maioria dos casos, isso não vende ingressos.
Lembro-me quando assisti filmes considerados cult como “Frances Ha” ou “Blue Valentine”. São filmes com assinatura, com dramas singelos e simbólicos que não ficam escancarados na face do espectador. Você tem que entender o mínimo de relações humanas e principalmente: interessar-se pelos temas abordados.
É absolutamente compreensível que o consumidor de cinema quando procura por um filme nas suas horas vagas, normalmente busque entretenimento. Isso não é ruim, mas perdemos muitas oportunidades de conhecer trabalhos incríveis por pura preguiça de pensar um pouquinho mais.
De todos os filmes do Oscar que não estiveram em nossas telas passofundenses, sem dúvidas o que mais me chocou foi “Os oito odiados” de Quentin Tarantino. Esperei meses, esperei semanas e… nada! Tarantino é sem dúvida um dos diretores de maior renome desta geração. Seus filmes são sempre muito citados e aclamados, sem contar com todo o impacto visual, as atuações exageradas, a fotografia incrível e… nada?
É compreensivel que “A grande aposta” ou “O quarto de Jack” não etejam entre os mais pedidos. Mas não conheço muitas pessoas que tenham passado desapercebidas por “Kill Bill” ou “Bastardos Inglórios”.
A explicação é bem simples: não temos determinados títulos, pois na visão da empresa que vende, não há procura. Vamos mudar essa realidade? Somente neste texto você tem onze sugestões de filmes muito bons, não só aclamados pela crítica especializada mas pelo público também. Vale apena cada minuto assistido!