Mateus Wesp (PSDB), filho de Daltro Wesp – um dos mais famosos radialistas de Passo Fundo e grande expoente da direita local dos anos 90 – foi eleito vereador neste domingo, com a maior votação entre os cerca de 260 candidatos que disputaram as 21 vagas na Câmara. Foram 2710 votos. Mateus foi seguido de perto por Gleison “Palhaço Uhu” (PSB) com 2687 e Rafael Colussi (DEM), com 2657 votos.
Wesp (filho) corrigiu os erros da campanha de 2012, onde não entrou por cerca de duas dúzias de votos e apostou em uma aproximação mais acessível aos eleitores. Trocou os textos enormes publicados no site pessoal e a rigidez de um paletó e gravata para um candidato tão jovem, por textos mais curtos, vídeos e um visual mais moderno. Vale lembrar que Mateus teve passagem pela prefeitura como cargo de confiança da atual administração (e isso ajuda muito). O legado de Daltro Wesp está na Câmara. Se a linguagem do grande expediente será muito distante daquela usada pelo pai nas manhãs da Rádio Planalto, só saberemos em janeiro. Mateus é advogado e tem mestrado e doutorado em Direito Público. Sua bio no facebook destaca “Advogado, professor universitário, federalista, parlamentarista e temente a Deus”.
Sobre o Palhaço Uhu: Um animador de festas infantis muito querido pelas crianças. Um personagem folclórico do centro de Passo Fundo que grita (adivinhem) U-hu! aos transeuntes da avenida Brasil, como suporte ao marketing de lojas de rua. Foi o segundo mais votado do pleito de 2012, na ocasião pelo PT, com 2949 votos. Na passagem pela Câmara, apresentou projetos de lei para avisar gestantes e idosos internados sobre direito a acompanhante, “Olimpíadas” para jovens, obrigatoriedade de desconto em restaurantes para pessoas que realizaram cirurgia bariátrica e instituição do “dia do técnico em enfermagem”. Na vida real, Gleison é formado em educação física e professor em escolas de educação infantil.
Cães e política, uma parceria de sucesso. Rafael Colussi foi levado para a Câmara por um cachorro gigante chamado “Cãolussi”, recebendo o reforço de um filhote que atende pelo indefectível nome de “Cãolussinho” durante o processo, finalizando na contratação de última hora do “Gatussi”. Para os não-iniciados no processo eleitoral passo-fundense, são 3 adultos vestidos em fantasias de animais, pedindo votos para o candidato. Sorte deles que a eleição teve dias frios, na maioria.
Colussi, seus assessores e personagens, receberam o apoio de muitos protetores de animais na cidade. De qualquer forma, já era conhecido por ser coordenador na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, presidente da AMAC (Associação dos Moradores do Centro) e teve experiência em 2012 quando concorreu pelo PMDB, onde recebeu 883 votos. Desta vez, seu desempenho dentro do Democratas foi superior ao do companheiro de partido, o reeleito Patric Cavalcanti, com 459 votos de diferença.
Os 3 vereadores mais votados são da base do governo. Melhor dizendo, 18 dos 21 vereadores eleitos ou reeleitos são da “base do governo”, em um arranjo que une na mesma cesta DEM e PCdoB. De “oposição” ao socialismo do PSB no executivo, teremos dois vereadores do PDT e um do PP. Estamos bem.
São muitos os caminhos que levam uma pessoa para a vida pública. Passa por momento da vida, situação familiar, “clout” entre grupos sociais e poder dentro de determinado partido. Enquanto na mídia tradicional são discutidos temas como renovação dos parlamentos e quantas mulheres foram eleitas, o jogo político é desprezado e passa ao largo das pessoas. Todo o cuidado é pouco; O “novo que não entrou” pode ser simplesmente o projeto não aprovado pela maioria da população. Já as mulheres, não entram na política por falta de vontade ou voto das próprias mulheres. Partidos e coligações realizam um enorme esforço para encontrar candidatas dispostas a colocar o nome, só para completar a cota prevista em lei.
Dos 9 vereadores reeleitos, apenas Tchequinho (PSB) teve uma votação superior em 2016, quase dobrando o resultado (de 992 em 2012 para 1953 em 2016). Os demais perderam, na maioria, muitos votos. Esta tendência deve acender o sinal vermelho nas estratégias destes políticos para o futuro. Rufa foi o campeão da perda de votos, deixando para trás 852 eleitores, depois de ficar em primeiro lugar em 2012.
Agora é 40
Luciano Azevedo (PSB) deu um passeio na concorrência, fazendo 85505 votos (76,22%). Osvaldo Gomes (PP), em um distante segundo lugar, conseguiu o voto de 19907 eleitores (17,75%). Com um tempo de TV muito superior, um exército de vereadores cabos eleitorais e o conforto de estar sentado no controle da máquina municipal, Luciano venceu, sem problemas. E venceu duas pessoas; O PP lutava juntamente com o vice, Alcindo Roque (PR), que revezava no diminuto horário eleitoral da coligação, fazendo denúncias e propostas. O vice de Luciano não teve papel de destaque na estratégia. Vamos dar duas linhas para o PT de Rui Lorenzato, com 5440 votos, Professor Antônio (PSTU) com 700 e Celso Dalberto (PSOL) com 627 votos. O PT ainda reservou parte do tempo da propaganda com o roteiro do movimento nacional e a inacreditável defesa da presidente que sofreu impeachment. PSOL E PSTU aproveitaram a ocasião para marcar presença e divulgar as ideias de seus partidos, desprezadas até no chão de fábrica, dados os números. Todos os candidatos, exceto Rui Lorenzato, deram entrevistas para a Locus, confiram no Facebook e no Youtube.
Agora é Locus
2017 será um desafio para os políticos e um grande ano para a Locus. Com um governo municipal que deve seguir ainda mais forte em seu populismo malufista com mesclas de petismo (intensivas demonstrações das benesses oferecidas ao povo e uma filosofia “nunca antes neste país”), uma Câmara prá lá de canhota e a aproximação do pleito nacional, os arranjos locais devem render boas emoções, ações que merecem uma visão diferenciada e o sempre garantido alerta vermelho em qualquer projeto ou ação de governo fora do normal.
Bônus
2016 deixou uma mensagem clara sobre muitos adeptos do anti-petismo fácil e do “minha bandeira jamais será vermelha” de ocasião. Muitas pessoas que foram para a rua nas diversas manifestações em Passo Fundo, levando estas duas bandeiras, fizeram rasgadas declarações de amor ao projeto socialista apresentado e aprovado neste pleito. Um fenômeno.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: