A cena da Senadora Fátima Bezerra comendo um pedaço de carne de pescoço sobre a Mesa Diretora do Senado é a ilustração de uma fanfarronice autoritária. Ela e outras Senadoras de esquerda queriam inviabilizar a discussão soberana do Congresso Nacional sobre a reforma trabalhista. Como não tinham votos para barrar as alterações na CLT, tomaram o ambiente e montaram um acampamento ilegal no plenário da Casa. O atraso não tem apenas um método de ação, mas uma estética.
A invasão da Mesa Diretora do Senado foi quebra de decoro
A invasão da Mesa Diretora do Senado orquestrada por Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN) e Regina Sousa (PT-PI) configura clara quebra de decoro parlamentar. Além de agirem ferindo o Regimento Interno, ofenderam a democracia ao usurparem as prerrogativas de seus colegas que queriam votar. A atitude, inédita até mesmo durante a Ditadura Militar, precisa de uma resposta dura no Conselho de Ética.
Kátia Abreu virou invasora
A aparição da Senadora Kátia Abreu ao lado das invasoras só não surpreende porque já é notória sua mudança de postura. Surgida como liderança do meio rural, com profundas ligações com o agronegócio, era defensora aguerrida da livre iniciativa, das liberdades individuais e da propriedade privada. Com bandeiras de cunho liberal, ganhou votos e notoriedade entre os eleitores que sempre rejeitaram o PT. Uma inexplicável paixão política por Dilma Rousseff fez ela abandonar a oposição e aderir ao Governo. Tornou-se Ministra da Agricultura De uma das mais enfáticas críticas do Impeachment. No fim do mandato de Dilma, quando poucos ainda apoiavam a Presidente, uniu-se ao MST e a outros setores de extrema esquerda para gritar contra aquilo que a narrativa obrigava a chamar de “golpe”. Kátia Abreu, que começou a carreira combatendo a invasão de terra, encerra invadindo a Mesa Diretora do Senado. Talvez seja o caso mais espantoso de suicídio eleitoral de que se tenha notícia.
O episódio do Senado serve de recado para Rodrigo Maia
A confusão que se desenrolou no Senado antes da votação da Reforma Trabalhista pode servir de alerta para Rodrigo Maia, Presidente da Câmara dos Deputados. Nos bastidores de Brasília, circulam boatos de que sua ambição pela Presidência da República aumentou consideravelmente nos últimos dias, principalmente com todo o processo de votação da denúncia contra Michel Temer. Uma vez no comando do Executivo, caso o atual mandatário seja afastado pelo Supremo Tribunal Federal, Maia teria de lidar com essas mesmas figuras, só que potencializadas pela vitória política de tirar do poder aquele que é visto como um dos principais responsáveis pelo fim do governo petista. Nesse cenário, Maia seria o boi de piranha voluntário na consolidação da volta do PT ao Palácio do Planalto.