O fim do imposto sindical obrigará sindicatos antiquados e ideologizados a se modernizarem

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Poucas coisas são tão antiquadas quanto nosso modelo sindical. Foi desenhado para ser facilmente instrumentalizado pelos governantes de turno. Não é à toa, sua inspiração veio da Itália fascista, assim como nossa legislação trabalhista em geral. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) poderia muito bem vir com uma foto de Benito Mussolini estampada na capa.

É por isso que deve-se comemorar o fim do imposto sindical, uma excrecência autoritária que tirava dinheiro compulsoriamente do bolso dos trabalhadores e o entregava sem nenhum tipo de fiscalização para entidades representativas. Mesmo os não sindicalizados eram obrigados a pagar. Com a Reforma Trabalhista, só pagará quem quiser. Institui-se a liberdade de associação já amplamente garantida na Constituição. 

O efeito mais positivo da modificação é que os sindicatos terão de ser mais eficientes e presentes na vida de seus representados. Ninguém destinará parte de seus vencimentos para quem não mostrar resultados. 

A verdade é que nunca os sindicatos estiveram tão distantes da população como agora. Há uma percepção cada vez maior de que, em sua grande maioria, as entidades sindicais brasileiras não são mais do que meros aparelhos de partidos políticos. A chamada “greve geral”, convocada por esses grupos, não passou de um ato desabridamente ideológico, maquinado pelo Lulopetismo para causar prejuízos ao Governo Temer. 

Quando ouvimos um dirigente sindical reclamando de uma decisão judicial que o impediu de atrapalhar a circulação de transporte coletivo porque ele queria “fazer greve”, notamos o divórcio completo entre o interesse dos representados e dos representantes. Os trabalhadores, como argumentei em artigo recente, não querem “cruzar os braços na sexta-feira para brincar de revolução bolchevique, mas sim trabalhar”.

Nos anos 70, Margareth Thatcher, a icônica Primeira-Ministra da Grã Bretanha, travou uma verdadeira guerra contra a oligarquia sindical que havia dominado o debate público inglês. Sua ação destemida, contrariando interesses políticos, não levou seu país de volta à escravatura – como gostam de gargantear os demagogos e mistificadores –, mas para um ambiente econômico mais dinâmico, atrativo e produtivo tanto para empregadores quanto empregados. Com o fim do imposto sindical, o Brasil deu seu primeiro passo nesse caminho, para assombro e dissabor dos vanguardistas da década de 1930.

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