Ocorre que na SESSÃO PLENÁRIA (19 07 2017 2), o vereador comentou o artigo, que pode ser acompanhado no link a seguir: https://youtu.be/OPe42IAvsek. Para facilitar, acompanhe a transcrição das palavras do vereador Rudimar:
‘’Esses dia até que botou numa matéria que nós temo precisando voltar pra escola por erro de português, vereador Patussi. Eu até fico bem tranquilo com o cara ali: não fui eu que fiz o Projeto, foi a nossa Casa. Aí o cara bota num site aí que tem erro de português. Meu Relator foi o Mateus Wesp, que é professor de Direito, né, vereador Mateus? Aí o cidadão vai lá e diz que tem erro de português o Projeto. Nós não ia vê que tinha erro de português ali? Eu acho que vou chamar o cidadão pra vim aqui dá uma explicação pra nós onde é que ele viu os erros de português ali. Brigado, senhor Presidente.” (sic)
De forma alguma foi a intenção do artigo realizar qualquer crítica direta ao vereador, mas, por conta da resposta até bem humorada, é preciso comentar alguns pontos da sua fala – que já contém muitos erros, mas isso eu deixo por conta do leitor.
1) Claro que alguns erros de ortografia sempre passam na prática. Hoje todas as pessoas são obrigadas a lidar com grandes volumes de informações e trabalhos; no entanto, isso está longe de ser uma boa justificativa. É preciso saber que quem não compreende bem a linguagem pode ser facilmente enganado, caindo numa conversa relativista, capaz de deturpar a realidade em que vive;
2) Quem comete muitos erros não possui o domínio da linguagem. Se não possui o domínio da linguagem, é impossível relatar com precisão aquilo que se encontra diante de seus olhos. Não são poucos os sujeitos que acabam enlouquecendo ao longo de suas vidas por conta de muitos problemas que são incapazes de descrever. E isso apenas acontece porque se descuidou da compreensão da linguagem;
3) Ninguém exige que a comunicação verbal seja impecável: na prática, muitos erros são tolerados por conta das circunstâncias. Mesmo assim, os erros na fala do vereador colocam os seus cidadãos em choque, pois a Câmara de Vereadores é um ambiente formal – ou ao menos deveria ser;
4) O vereador disse que o Projeto não é dele, mas da Casa. Então ele submeteu um projeto de lei que irá gerar muitos custos para o bolso da população de Passo Fundo sem nem ao menos ler?!?;
5) Entretanto, o vereador Rudimar afirma ter ligo o Projeto, mas que não encontrou erros de português: isto é, infelizmente, uma prova de que precisa voltar para a escola.
Vereador, ou o senhor não leu o Projeto ou não sabe ler: as consequências são sérias! O que mais entristece é saber que erros grosseiros de língua portuguesa hoje passam despercebidos, e aqueles que são corrigidos acabam se sentindo ofendidos pelos apontamentos. Como será possível construir um país melhor quando as pessoas que deveriam proteger a população são as primeiras a ignorar as suas falhas?