No Boletim Nacional desta semana, fiz uma analise dos pontos centrais da Reforma Política que está sendo votada na Câmara dos Deputados. Abordei basicamente a ideia de se adotar o “Distritão” em substituição ao atual modelo “Proporcional” e o fundo partidário de R$ 3,6 bilhões que servirá para financiar as campanhas políticas em 2018.
Argumentei que “o Brasil foi empurrado para o que está sendo produzido no Legislativo, ainda que muitos formadores de opinião e entidades finjam ignorar sua responsabilidade objetiva pelo que está acontecendo”. É o caso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que sempre se postou a favor do financiamento público de campanha e que agora se escandaliza com os valores reservados para o fundo eleitoral. Destaque-se duas manchetes do G1:
Na primeira, de 2013, um manifesto emitido pela entidade em apoio ao financiamento público:
Na segunda, de 2017, a OAB aparece em nota afirmando que os Deputados “zombam” do povo ao aprovar o fundo eleitoral:
Era óbvio que ao inviabilizar o financiamento privado de campanha caminharíamos para que o erário público custeasse tudo. “Os valores que poderiam ser aplicados na saúde, na educação e na segurança que não temos, servirão para pagar santinhos e propagandas eleitorais dos candidatos”, afirmei no Boletim.