De tempos em tempos ressurge a ideia de se taxar as grandes fortunas. É uma proposta tão recorrente quanto economicamente contraproducente, além de reveladora do pensamento mágico que domina a cabeça dos políticos de esquerda que a defendem. Segundo eles, seria a solução para nossos problemas sociais e a forma de reparar os mais pobres pela criminosa concentração de riqueza.
Nesta última quinta-feira, o PSOL apresentou seu programa partidário. A peça publicitária gira em torno da personagem Francisca, uma jovem negra nascida no dia em que o Presidente Michel Temer tomou posse. A história mostra como as ações do Governo Temer impactam na vida dela. A narradora do vídeo informa que a personagem “cresceu em um país perversamente projetado por Temer”. Um lugar sem educação, sem saúde e sem direitos, onde a burguesia predatória se esbalda no suor dos proletários. Francisca é apresentada como a Cinderela do Marxismo. No lugar da Madrasta, quem a explora é um patrão branco.
A Cinderela da Disney e a Cinderela do PSOL
A mensagem da luta de classes permeia os dez minutos de duração do programa, que expõe as teses partidárias como ecos de um futuro alternativo para Francisca. E entre as proposituras, a já mencionada taxação das grandes fortunas, abordada como um “sonho” da sofrida personagem.
Na prática, o sonho de Francisca poderia ser um pesadelo financeiro. Segundo a Tax Foudation, uma think tank norte-americana, esse tipo de medida, se aplicada nos EUA, acabaria por derrubar o crescimento do Produto Interno Bruto, além produzir a diminuição na oferta de empregos e o aumento das táticas de evasão fiscal.
Em 2015 e 2016, a União arrecadou mais de R$ 2 trilhões em tributos. Até agora, em 2017, já foi arrecadado mais de R$ 1.3 trilhão, segundo informa o site Impostômetro. De modo que não falta dinheiro para que se justifique a criação de um novo imposto. Nenhum bilionário brasileiro ou estrangeiro acumula recursos como o Estado. O detentor da maior fortuna do país é o erário público, este sim assaca os pobres com ferocidade, tirando de quem produz para distribuir aos burocratas ineficientes,
Nenhum imposto diminuirá desigualdades. Somente a livre iniciativa e uma sociedade independente do Governo poderão fazê-lo. Como solução de nossos problemas, o PSOL aposta na receita que levou ao desastre: aumento da ingerência estatal na vida do cidadão. O déficit público, a inflação e o desemprego são apenas efeitos resultantes deste tipo de política. É por isso que o programa partidário da legenda não passa de um conto do vigário travestido de conto de fadas. Nele, ao contrário da Cinderela clássica que triunfa e se liberta, a Cinderela Marxista teria que vender artesanato junto com a Fada Madrinha para poder completar a renda.