A novela “Vale Tudo” é um marco no desmanche institucional e na degradação da sociedade brasileira, completada com “Quem matou Odete Roithman?”. Com essa programação, a Rede Globo completou a inversão de valores da sociedade brasileira, marcando gerações, idolatrando o comportamento psicopata mediante a mensagem subliminar de que ser correto, bom, fazer tudo bem comum (como a personagem de Regina Duarte), nunca consegue ser feliz, enquanto safados e sacanas, que roubam e prejudicam os outros, dão-se bem (como o personagem de Reginaldo Faria).
Compare agora à outra novela, “Dancing Days” (1978), dez anos antes, com a mesma Regina Duarte, fazendo papel da pessoa certinha e que se dá mal na vida, em um trecho de apenas 2 minutos que pode ser acompanhado no link abaixo:
Foram criadas, assim, duas falsas crenças, contrabandeadas no meio do contexto, degradando os valores morais:
1ª falsa crença: “todos são corruptos”. A ideia de “levar vantagem em tudo” havia iniciado logo depois da Copa do Mundo de 1970, aproveitando o carisma de ídolos da Seleção Tricampeã de Futebol, como Gerson;
2ª falsa crença: não vale a pena ser honesto porque “quem não é corrupto vive na miséria”.
A mentira foi embutida em uma crítica à vedação das importações. Naquela época, muitos dos produtos nacionais eram de qualidade inferior aos confeccionados no exterior e, contudo, era quase impossível trazer produtos de fora devido à quantidade de restrições e dos impostos de importação. Havia antipatia pela vedação: a maioria da população desejava ter acesso aos produtos importados, que de fato eram muito melhores.
Assim, a estrutura da cena “criticando a proibição de importações” atraiu a simpatia e a ancorou nas falsas crenças, facilitando serem contrabandeadas. As falsas crenças ingressam no inconsciente disfarçadamente, “pela porta dos fundos”, e o telespectador desatento – ou talvez inocente – nem percebeu.
Através desse processo, usando estruturas manipuláveis e influenciáveis como essa, os controladores globalistas mudam os valores mediante falsas crenças, destroçando a moral da sociedade. Esse estado emocional altera a maneira de a população se comportar. Foi assim que a grande mídia controlou o país e continua controlando.
Através de brechas como essas foram sendo impregnadas falsas crenças de que a corrupção é natural e muitas vezes “necessária” para se evitar a miséria. O cotejo das novelas, separadas por dez anos de desconstrução da moral, mostram o verdadeiro poder de manipulação da mídia sobre a sociedade.