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Barroso, o mais radical esquerdista do STF, virou o ídolo de parte da direita

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Vamos voltar no tempo? No dia 18 de março de 2016, o Ministro Gilmar Mendes determinou a suspensão da posse de Lula como Ministro Chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff. Na época, o ex-presidente e seus correligionários mais próximos acreditavam piamente que, cedo ou tarde, ele acabaria preso por ordem do juiz Sérgio Moro. Em muitas interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, dirigentes do PT falavam abertamente em sua nomeação como forma de mudar de Foro e fugir da Primeira Instância.

Se Lula tivesse tomado posse como Ministro, reconstruiria as pontes com os aliados que se afastaram de Dilma, rearticularia a base de apoio do Governo e, consequentemente, inviabilizaria qualquer chance de impeachment. A história recente do país seria diferente e o PT possivelmente continuaria no poder.

É importante lembrar esses fatos até porque, com aquela decisão, Gilmar Mendes se converteu em um herói nacional, pelo menos para os críticos da esquerda que se mobilizavam nas ruas do país. São muitos desses os que hoje o tem como alvo dileto. Mendes se converteu em um antípoda da pátria. Tudo porque não aderiu ao moralismo inconsequente que sequestrou a Lava Jato e contaminou o pensamento de parte da direita.

Na tarde desta última quinta-feira, o Ministro Luis Roberto Barroso se engalfinhou com Gilmar Mendes em uma sessão do Supremo Tribunal Federal. A discussão de ambos começou tratando da extinção de Tribunais de Contas de municípios do Ceará e terminou com trocas de acusações e bate boca sobre a punição de criminosos. Barroso afirmou que Mendes era leniente com a corrupção de colarinho branco. Mendes, por sua vez, disse que não era advogado de bandidos internacionais.

Confira o vídeo:


Na última semana, comentando o caso da suspensão do mandato de Aécio Neves, afirmei que “Barroso é o líder intelectual de uma verdadeira bancada de Ministros que atuam exatamente como ele, ainda que sem o mesmo garbo”. São os ativistas jurídicos: magistrados que interpretam a lei, isso quando não a jogam no lixo, segundo seus próprios idealismos. Agem como iluminados cuja função seria reformar a sociedade tacanha e suas leis antiquadas.

Barroso, e Gilmar Mendes lembrou isso durante a discussão no STF, estreou sua toga ajudando a alterar o resultado do julgamento do “Mensalão”. Votou a favor da existência de Embargos Infringentes na Corte e, posteriormente, na absolvição de José Dirceu pelo crime de formação de quadrilha. Vale ressaltar: Barroso passou por cima da Lei n. 8.038/90, que disciplina os processos penais nos tribunais superiores e exclui os embargos infringentes da aplicabilidade.

Não há uma causa defendida pela esquerda que não tenha em Barroso um dedicado articulador no STF. E nem é preciso citar o caso Cesare Battisti.  Barroso é um defensor extremado da descriminalização da maconha, além de apoiador do aborto até o terceiro mês de gravidez. É dele um dos votos mais eloquentes em relação à matéria, ainda que não haja previsão legal nenhuma para tanto.

Durante as deliberações do STF sobre o rito do impeachment, Barroso foi o protagonista de um momento no mínimo insólito: na leitura do trecho do Regimento Interno da Câmara dos Deputados que tratava do voto secreto para a eleição da comissão especial da Casa, ele omitiu a parte que não lhe interessava para fazer valer sua vontade. Em seu art. 188, o Regimento estabelece que para eleição do Presidente e demais membros da Mesa Diretora, do Presidente e Vice-Presidentes de Comissões Permanentes e Temporárias, dos membros da Câmara que irão compor a Comissão Representativa do Congresso Nacional e dos 2 (dois) cidadãos que irão integrar o Conselho da República e nas demais eleições”. Barroso ignorou o final do texto, deixando de lado as referidas “demais eleições”. A sua vontade era fazer valer o voto aberto, independente do que estivesse na lei.

Confira o vídeo:

Não é preciso gostar ou aprovar tudo o que Gilmar Mendes faz e decide para constatar a ameaça institucional que representa o ativismo militante de Barroso. É por isso que surpreende o apoio que ele tenha entre tantos direitistas, que o defenderam por puro nojinho de Gilmar Mendes. Tivessem consciência do que se passa, jamais dariam seu apoio ao mais esquerdista dos integrantes da Suprema Corte. Toda derrota intelectual de Barroso deve ser comemorada, até quando se trata da extinção de Tribunais de Contas no Ceará. 

 

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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