Entre em contato
Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro

Nacionais

Bolsonaro diz que a Reforma da Previdência causará miséria e que a economia só afundou com Meirelles. Com base em quê?

Publicado

on

Quando o deputado Jair Bolsonaro anunciou que o economista Paulo Guedes o estava assessorando na área econômica e era cogitado para ocupar o cargo de ministro da Fazenda de um futuro governo seu, disse no rádio que se tratava do primeiro “golaço” de sua pré-candidatura. Guedes, que tem história de sucesso no mercado, poderia ser o grande interlocutor de Bolsonaro entre outras figuras proeminentes no ambiente financeiro. É uma pena que o anúncio, na época comemorado até pela Bolsa de Valores, hoje pareça cada vez mais um blefe, dado o posicionamento assumido pelo parlamentar na questão previdenciária.

No último dia doze, Bolsonaro foi entrevistado no jornal “RedeTV News”. Para além das últimas polêmicas, envolvendo matérias publicadas pela “Folha de São Paulo”, ele tratou de temas econômicos, sendo questionado pela jornalista Amanda Klein sobre a reforma da Previdência. Seguem trechos de suas falas:

“Eu tive três reuniões com a área que aplica recursos no mundo (…) Para todos eu falei o seguinte: a reforma possível é essa, e expus para eles. Essa proposta por Meirelles não será aprovada e ainda será dada munição para o PT crescer por ocasião das eleições. Nessa reforma que está aí, da forma como está sendo proposta, não votarei favorável.”

“Eu não posso, simplesmente, levar a miséria aos aposentados no futuro. Ou então, praticamente impedi-los de aposentar por uma exigência do mercado financeiro.”

Querendo combater o hipotético discurso petista, Bolsonaro prometeu votar junto com o PT contra a reforma. Não faz o menor sentido. O PT só terá discurso sobre a Previdência se prevalecer a retórica terrorista que ele utiliza para demonizar o esforço de saneá-la. Ao dizer que a medida traria “miséria aos aposentados”, Bolsonaro dá eco ao mesmo discurso de Dilma Rousseff, de Paulo Paim e de Lula.

Não é a aprovação da reforma que causará miséria, mas sim sua rejeição. E não apenas para os aposentadores, que deixarão de receber seus vencimentos no futuro, mas também para as finanças públicas. Estas serão consumidas para financiar o contínuo rombo nas contas da seguridade social.

Segundo estudo divulgado pelo Tesouro Nacional, se nada for modificado, será necessário cobrir os gastos com Previdência inclusive com aumento de impostos. Esse é o futuro que nos aguarda se o status quo for mantido. Bolsonaro, que tem eleitores no setor público militar, prefere dar de ombros, apostando em um discurso sem base.

Leia o Boletim Econômico: Como a Previdência Social pode aumentar ainda mais a desigualdade?

Um pouco depois, Amanda Klein perguntou a Bolsonaro como ele via as pretensões eleitorais de seus adversários e questionou o parlamentar sobre Henrique Meirelles. “A economia só afundou com ele”, respondeu.

Mesmo dizendo que a economia “afundou” com Meirelles, o entrevistado não apresentou uma única evidência que suportasse sua crítica. E não o fez por não haver. Muito pelo contrário, foi com Meirelles que o Brasil viveu momentos de estabilidade e recuperação na economia. Todos os indicadores, inclusive os do período de Lula, mostram isso.

Vale destacar aqui os números recentes divulgados com base em dados do IBGE:

Inflação em 2016: 9,28%
Inflação em 2017: 2,80%

Juros em 2016: 14,25%
Juros em 2017: 7%

Produção industrial em 2016: – 6,6%
Produção industrial em 2017: + 1,50%

PIB em 2016: – 3,60%
PIB em 2017: + 1,10%

Risco país em 2016: 370
Risco país em 2017: 163

Além desses resultados, todas as expectativas para 2018 são extremamente positivas. Segundo projeções do mercado financeiro, haverá menos inflação e mais crescimento no decorrer do ano. Que buraco é esse onde todos números estão no azul?

 Ao que parece, tanto na questão previdenciária quanto nos resultados financeiros do país, Bolsonaro confunde contrapor o eventual concorrente com contrapor a realidade.

Confira a entrevista completa de Jair Bolsonaro:

https://www.youtube.com/watch?v=mIt953K9Ni0

Se você gostou deste artigo ou de outros de nossos materiais, clique no link abaixo e apoie o Lócus fazendo uma assinatura anual. Com ela você terá acesso a conteúdos exclusivos.

Continue Lendo

Nacionais

A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

Publicado

on

Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

Continue Lendo

Nacionais

Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

Publicado

on

Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

Continue Lendo

Nacionais

Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

Publicado

on

Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

Continue Lendo

Mais Acessados

Copyright © 2021. Lócus Online.