Começando pelas prefeituras, o setor público receberá inovações que deverão evoluir até os gabinetes dos prefeitos. Uma vez lá dentro, a inteligência artificial tornará obsoletas muitas das rotinas de um gestor público.
Se o sistema político criou uma lei de “responsabilidade fiscal” para controlar os gastos até patamares fixos, muito em breve deverá flertar com a criação de limites para a o papel dos computadores na Administração Pública. A “classe política” está em risco e, ironicamente, as ferramentas computacionais que serão usadas daqui para frente nas campanhas eleitorais serão as avós dos complexos e eficientes sistemas para a melhora do trabalho dos políticos eleitos, especialmente no Executivo.
A internet e as redes sociais entraram timidamente nas campanhas políticas, limitadas pelo descrédito da maioria dos partidos ou pela regulação excessiva das leis eleitorais. Em um primeiro momento, as redes foram usadas como uma espécie de “cópia digital” de santinhos e pedidos repetitivos de votos, com candidatos resistentes ao uso do vídeo nas campanhas até mesmo nos últimos pleitos de 2014 e 2016, enquanto disputavam no tapa o tempo de TV na propaganda convencional, não raramente em espúrias coligações.
As tecnologias que analisam enormes quantidades de dados de diversas origens, observado e definindo as melhores respostas para os problemas em diversas áreas do conhecimento, também já se aplicam na política. Na última eleição americana e em diversos pleitos europeus, muito do que foi dito em campanha foi analisado por computadores, baseado em dados diversos do eleitorado ou da sociedade como um todo (inclua aí os não votantes ou registrados).
Como aqui no Brasil a estratégia política quase nunca é pensada de forma permanente – apenas no curto período do anúncio de candidaturas e suas coligações até o último dia para o candidato pedir um voto – a possibilidade do uso de big data e inteligência artificial de forma séria por indivíduos ainda é restrita aos early adopters. Situação que deve mudar, através da contratação de consultorias capazes de tratar informações no atacado e vender no varejo do marketing político, para quem quiser pagar.
A inteligência artificial deu um enorme salto nos últimos anos, saindo dos laboratórios para as aplicações práticas no dia a dia. Veículos autônomos já apresentam bom desempenho e seguem recebendo enormes investimentos em pesquisas. Um sistema desenvolvido pela DeepMind (empresa adquirida pelo Google em 2014) venceu várias vezes o campeão do mundo em um jogo de tabuleiro chamado “Go”, muito popular na Ásia. A façanha virou documentário na Netflix.
Mas o que carros sem motorista e joguinhos de tabuleiro possuem em comum com a Administração Pública? Muito mais do que se imagina. Vários setores de um município como o de Passo Fundo possuem o potencial para observar e coletar milhões de dados sobre a cidade, desde os ônibus com câmeras para gravar a movimentação de pessoas e o comportamento do trânsito (adicione as leituras constantes das lombadas eletrônicas e das câmeras de segurança) até o fluxo diário de impostos via nota eletrônica, separados por setor da economia. Da cobrança mais justa do IPTU até a cooperação entre outras agências e governos, passando pelo atendimento ao público através de bots telefônicos ou em chats online. Tudo pode gerar dados para a futura análise e condução de políticas públicas. E de fato melhorar a vida das pessoas.
A “visão” de um sistema que analisa o trânsito de uma cidade, 24 horas por dia. Computadores dão um banho em humanos quando o assunto é engenharia de tráfego, até mesmo em cenários medonhos como o de Passo Fundo. Fonte: Texas Advanced Computing Center.
Uma comunidade que reforça suas leis, regulamentos e até mesmo defende sua cultura e modo de vida através do crivo da inteligência artificial acaba retirando o poder do político e colocando a responsabilidade de volta em suas próprias mãos. É o fim do jeitinho, dos arranjos administrativos com fins eleitorais e da elevação do homem público como o uma espécie de super-herói que executou o óbvio (mas é celebrado como inovador). Junto com este deslocamento de forças, tornam-se inúteis uma infinidade de cargos públicos e suas respectivas trocas de favores.
Não se trata de futurismo barato: a consultoria Deloitte aponta que as tecnologias cognitivas poderão resultar uma economia anual de até 41 bilhões de dólares e 1,2 bilhão de horas de trabalho no setor público americano, apenas com a automação de determinados trabalhos repetitivos.
Também não é caso para alarmismos com uma suposta onda de tecnocracia (com t maiúsculo ou minúsculo). A inteligência artificial existe para melhorar processos, economizar dinheiro e promover o crescimento também das comunidades e seus órgãos, tornando-os mais eficientes.
Sobre a demora para a adoção destas tecnologias, tudo depende da cultura: se hoje a comunidade ainda não traça um paralelo entre os esforços e recursos gastos em uma campanha eleitoral e a falta deste mesmo empenho nas práticas públicas, logo começará a notar que determinado político usou sistemas complexos de análise de informações para descobrir a vontade de grupos de eleitores e moldar o discurso, mas, quando eleito, não consegue encontrar o buraco na rua ou a lâmpada queimada.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: