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O socialismo está transformando a Venezuela em uma Etiópia latina

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A pobreza é uma constante na América Latina. Na região grassa o banditismo político, o populismo caudilhesco e o dirigismo estatal. As ideias erradas, e quase sempre intelectualmente criminosas, nortearam os caminhos do continente. Há um bom resumo delas no livro “As Veias Abertas da América Latina”, obra de Eduardo Galeano que inspirou líderes políticos, influenciou acadêmicos e arrebanhou militantes oriundos dos movimentos estudantis.  Está tudo lá: o antiamericanismo recalcado, o tom acusatório contra a colonização europeia e as teses marxistas de exploração dos ricos em detrimento dos pobres.

Em 2009, Hugo Chávez presenteou o presidente americano Barack Obama com uma cópia de “As Veias Abertas da América Latina”. Chávez, bem como outras lideranças de mesmo matiz ideológico, governaram usando o livro de Galeando debaixo do braço. O seu resultado economicamente desastroso, politicamente perverso e socialmente desumano se apresenta para quem quiser ver.

A Venezuela, que experimentou radical programa de socialização da economia, se encontra em grave situação. A inflação de 2017 foi de 2.735% e a queda do Produto Interno Bruto alcançou 15%. O resultado gerou a pior recessão da história do país e uma crise de desabastecimento sem precedentes. O impacto social afeta diretamente no padrão de vida da população.

Segundo informações da Pesquisa sobre Condições de Vida na Venezuela (Encovi), publicado em fevereiro do ano passado, a pobreza já atinge 82% dos lares venezuelanos, tendo crescido 9% entre 2015 e 2016. Mais alarmante são os indicadores da desnutrição, que afeta diretamente o desenvolvimento dos mais jovens. Dados revelados pelo Observatório Venezuelano de Saúde mostram que 60% da população infantil do país se encontra em condição de subnutrição. Já a Caritas Internacional, entidade da Igreja Católica, informou que 33% das crianças apresentam atraso no crescimento e que entre 5 e 6 delas morrem todas as semanas em virtude da falta de alimentação. Se nada mudar, outras 280 mil poderão ter o mesmo destino.

O socialismo legado por Chávez e seus herdeiros está convertendo a Venezuela em uma Etiópia latina. Já abundam fotografias e vídeos de meninos e meninas em péssimas condições de vida andando como pequenos esqueletos pelas comunidades carentes e regiões periféricas do país. São imagens antes vistas apenas nos campos de refugiados da África subsaariana. Estão aí as veias abertas do esquerdismo.

Confira o vídeo produzido pela BBC sobre a desnutrição infatil na Venezuela:

Confira o documentário “A crise da fome na Venezuela”, também produzido pela BBC:

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