O resultado da votação demonstra uma mudança no entendimento dos parlamentares. Desta vez eles preservaram o contribuinte de mais um reajuste. Mas esse fato não muda a realidade de que, em regra, os administradores públicos ainda veem o aumento de impostos como a maneira mais fácil para equilibrar as contas, mesmo que isso penalize o cidadão.
O Lócus entrevistou o vereador do partido Novo de Porto Alegre, Felipe Camozzato. O parlamentar apresentou detalhes sobre a rejeição ao projeto que previa o aumento do IPTU na Capital gaúcha. Ainda, falou sobre a repercussão política sobre o fato.
Para ele, os políticos brasileiros possuem a péssima mania de aumentar impostos. O que deveria ser feito é reduzir os gastos para equilibrar as contas públicas.
“Na hora em que os políticos precisam analisar as reduções, as corporações que serão atingidas rapidamente se movem e invadem plenários, ocupam os gabinetes, e assim impedem que os políticos votem pensando no bem comum, temendo perda de capital político. Então acabam cedendo. Os pagadores de impostos são maioria, mas estão dispersos e não vão para as Câmaras fazer pressão”, afirma Camozzato.
Como alternativa, o parlamentar defende que os gestores públicos reduzam as despesas e viabilizem o aumento da arrecadação através do desenvolvimento das cidades, atraindo empreendimentos privados com geração de receita e empregos:
“Os governos querem ter escolas, creches, parques, praças, correio, petrolífera, transporte. Para fazer tudo isso é preciso muito dinheiro e, em regra, os governos são péssimos gestores, pois gastam mal e ainda entregam um serviço ruim”, explica, citando o exemplo da Carris (empresa pública de transporte porto-alegrense) que soma prejuízo de R$ 50 milhões ao ano.
“Precisamos de parlamentares que tenham coragem de propor a redução de gastos públicos. A solução não é dar mais dinheiro ao governo, mas redefinir as prioridades”, revela o vereador.