O que se viu nas primeiras sessões extraordinárias do Legislativo gaúcho foi um grupo ideológico sequestrando o futuro de um Estado inteiro. A tribuna do Parlamento, onde integrantes do PT, do PCdoB e do PSOL se revezavam em intermináveis manifestações, foi transformada em trincheira política para a execução de uma feroz oposição regimental ao esforço do governo Sartori de aprovar a adesão do Rio Grade do Sul ao Plano de Recuperação Fiscal acordado com a União.
Enquanto isso, das galerias da casa, uma verdadeira tropa de choque, formada por membros de sindicatos e movimentos sociais, tumultuava o andamento dos trabalhos. Manifestações de integrantes da base governista eram interrompidas por gritos, vaias e ofensas. Tudo sob o beneplácito da Mesa Diretora, comandada pelo petista Edegar Preto, sujeito cuja origem política e base eleitoral é o MST.
A esquerda fez trabalho cruzado para inviabilizar qualquer debate de mérito. O misto de obstrução com balbúrdia resultou efetivo: nenhum projeto foi votado. Três sessões extraordinárias foram desperdiçadas em meio a muitos perdigotos e demagogia.
Agora fica claro o tamanho do erro político que foi o governo Sartori aceitar de bom grado que um petista ocupasse a Presidência da Assembleia. Munido das ferramentas regimentais de sua posição, Edegar Preto não só aceitou as artimanhas políticas que atrasavam o andamento dos debates como fez ouvidos moucos para a bandalheira praticada pelos militantes políticos que acompanhavam as sessões. O mínimo de isenção o obrigaria a esvaziar a platéia no primeiro sinal de desobediência às regras do lugar. Preto, entretanto, tinha um papel a conduzir: servir de maestro para a ópera bufa protagonizada pela esquerda.
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Além de serem contra todo o esforço de recuperação das finanças, PT, PCdoB e PSOL estão impedindo até mesmo a discussão de um assunto que é de interesse de todos. Mais do que isso: sonegam da população o direito que ela tem de ver os posicionamentos de seus representantes. Sabendo que vai perder no voto, a esquerda impede que se vote.
O Rio Grande do Sul só definirá seu futuro quando as matérias em tramitação na Assembleia forem devidamente apreciadas pelos Deputados. A solução oferecida pelo governo é de austeridade e modernização, já a oferecida pela oposição, responsável direta pela atual crise, é mais dirigismo, mais gigantismo e mais letargia burocrática. Urge que o Estado deixe de ser refém do atraso mental e moral desses sectários ideológicos.
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