É necessário separar a pessoa Marielle Franco da militante Marielle Franco. Podemos lamentar o assassinato da primeira, mas jamais usar esse fato para mistificar a imagem da segunda. Desde que a vereadora do PSOL foi executada, sua imagem política tem sido anabolizada pela mídia, pela classe artística e pelos grupos de esquerda. O objetivo não é apenas torná-la um símbolo do combate à violência. O que realmente querem é deixar claro que sua morte é um ataque direto a uma visão de mundo que seria representativa da ampla maioria da população. Nada poderia ser mais falso.
Esquerdista radical, Marielle era defensora de um pensamento de nicho que é circunscrito aos bairros de classe média alta. Ambientes esses onde viceja aquilo que pode ser descrito como progressismo boêmio. Trata-se de uma mistura de Michel Focault com caipirinha.
A população brasileira, composta em sua grande maioria por pessoas de baixa renda, clamam por lei e por ordem. Os mais variados estudos já comprovaram que há um profundo conservadorismo moral entronizado nas camadas mais pobres da sociedade. A própria fundação Perseu Abramo, que é ligada ao PT, já chegou a conclusão semelhante. Isso ocorreu quando resolveu investigar as percepções e valores políticos da periferia de São Paulo. Ainda que levando em conta as nuances culturais, não há razões para acreditar que a periferia do Rio de Janeiro seja diferente.
Pouco depois do assassinato de Marielle, o Instituto Ideia Big Data apresentou levantamento sobre a posição dos cariocas em relação à intervenção federal. Dos pesquisados, 54% se colocaram a favor da medida. Ainda, 68% defenderam que continue por tempo indefinido. Trata-se de um posicionamento que vai na contramão de tudo o que foi externado pelas esquerdas até aqui. E isso inclui a atuação de Marielle enquanto era viva.
Em entrevista concedida para o canal “5 minutinhos de Alegria”, Marielle admite que foi eleita pela Zona Sul do Rio de Janeiro. É região dos bairros mais nobres da cidade. No Complexo da Maré, comunidade onde cresceu, ela obteve 1.688 votos. Já no Cosme Velho e em Laranjeiras, seu desempenho chegou aos 2.223 votos.
“A favela não tem votado nos políticos, nos crias, no lugar de quem reverte todo o lugar pra ali. Tem o conservadorismo do favelado“, disse ao ser questionada sobre as razões do comportamento dos eleitores da periferia.
Enquanto a esquerda demoniza as forças de segurança, os pobres que ela diz representar depositam suas esperanças de dias melhores e mais tranquilos na atuação dessas instituições. Ao contrário da multidão de militantes que se reuniram no velório/comício de Marielle, o negro e favelado não quer acabar com a Polícia Militar. Essa é uma pauta fictícia atribuída aos moradores do morro. Quem defende tal medida são os eleitores de Marielle, aquela gentinha descolada que se reúne em colóquios sofisticados no Leblon.
No último dia 19, o jornal “The Washington Post” fez uma longa matéria sobre o assassinato da vereadora. O texto a coloca como símbolo global contra o racismo. Só faltou compará-la a Martin Luther King. Sim, o periódico comprou a narrativa do PT e do PSOL, atribuindo ao assassinato um fundo racial. Falam como se Marielle tivesse sido morta não pelo efeito estratégico que isso teria sob a intervenção federal, mas pela cor de sua pele.
Marielle foi eleita vereadora com 46.502 votos em um universo de quase 5 milhões de eleitores. Ainda que fosse a representante de uma parcela dos votantes, nem de longe sua visão de mundo e seus posicionamentos abarcavam o pensamento majoritário da população, inclusive da favelada. Nem ela e nem seus correligionários do PSOL integrantes de uma sigla nanica com ínfima presença no Congresso Nacional.
Como se pode constatar, há um movimento muito bem articulado no sentido de sobrepujar os anseios genuínos da sociedade, com o uso da retórica influente e progressista dos meios de comunicação e da classe artística. Com isso, pretende-se criar uma opinião pública fictícia, capaz de pressionar o governo a mudar sua política para a área da segurança. O assassinato da vereadora serviu de trampolim para o avanço dessa estratégia, cujo objetivo final é maquiar o povo com uma versão antropologicamente esquerdista dele mesmo. Se Marielle surge como símbolo de algo, é apenas o de uma farsa intelectual em pleno vigor.
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Críticas à PMG de Passo Fundo acaba em discussão na Câmara. Petismo ataca novamente
Na Sessão Plenária do dia 18 de maio de 2022, Regina dos Santos (PDT) discutir recente projeto de autoria do Poder Executivo Municipal sobre a alteração do plano de carreira dos professores municipais.
Aproveitando a deixa, o petista Nicolau Neri Grando (PT) tira o foco do tema para tecer críticas à Procuradoria Geral do Município. De acordo com o parlamentar, os processos que passam pelas mãos da Procuradoria acabam atrasando o andamento: É um atraso em todos os processos que passam pela PGM”.
Wilson Lill (PSB), em seguida, manifestou o equívoco na fala de Gomes, pois apontou que em todos os processos a Procuradoria avalia o melhor caminho e busca encontrar soluções. Para ele, não é um debate de minutos, mas uma construção de diálogo que muitas vezes demandam meses de debates e alterações.
Nharam (União Brasil) pontuou: “A PGM não é um time invasor de terras lá do MST”. Janaína Portella (MDB), que em outra oportunidade já fez parte da PGM, disse que a análise segura dos pareceres jurídicos emitidos pela Procuradoria são imprescindíveis para a tomada de decisão dos gestores públicos. Nharam segue: “O senhor me envergonha com essas colocações. Acha que está falando do STF?!?”
Permitindo aparte, Gomes manifestou a intenção da sua fala referente à PGM:
Fake News se tornou um verbete comum no cenário político desde que Donald Trump o proferiu em alto em bom som, bem na cara da imprensa norte-americana. De lá para cá, como tudo que o ex-presidente americano faz ganha repercussão, esse ponto não ficaria para trás. Fake News são informações falsas com a intenção de enganar. Não é um engano culposo, mas doloso. Há intenção de enganar o público, apenas para marcar a narrativa.
Quando nos deparamos com as redes sociais de muitos políticos pelo Brasil afora, podemos ter a falsa impressão de que eles estão, de fato, resolvendo uma série de problemas da nossa sociedade, fazendo pautas importantes avançarem. Não é bem por aí…
“Encaminhamos um pedido de providência”
Vamos dar um exemplo do que ocorre em Passo Fundo. Ao ler “Encaminhamos um pedido de providências a respeito de…”, é comum ao leitor pensar que o problema está (ou num curto espaço de tempo estará) resolvido.
Um pedido de providência não passa de um encaminhamento, na maioria das vezes realizado pelos gabinetes dos vereadores, solicitando que o Poder Executivo Municipal realize determinada obra ou demanda de uma comunidade.
Se procurar, os pedidos de providência vão de trocas de lâmpadas até paz mundial (ok, estamos exagerando). Asfalto, pintura, limpeza de praças… por aí vai. Um vereador, neste ponto, acaba refém das próprias limitações que a lei lhe impõe. A execução de obras, enfim, é atividade do Executivo. Vereador legisla e fiscaliza (ou deveria fiscalizar).
Pedido de providência é um tipo de publicidade enganosa
Sobre pedidos de providência, muitos vereadores fazem a festa. Não queremos citar ninguém em especial. Infelizmente, poucos escapam dessa publicidade (enganosa) nas redes sociais.
Não estamos querendo dizer que o público está sendo dolosamente enganado: na verdade, o vereador faz o que a lei permite. Os pedidos, portanto, são realmente encaminhados.
O que dá a entender, por outro lado, é que o assunto está resolvido. Na maioria das vezes não está.
“Aprovamos um projeto”
Quando um político afirma “Aprovamos um projeto de minha autoria”, todo cuidado também é pouco. É difícil estimar precisamente, mas a falta de eficácia das leis no Brasil não é assunto para amadores. Talvez a vocação nacional seja descumprir leis. Não é de todo culpa do nosso povo: o nosso universo legislativo é um oceano inabarcável de normas.
Nesse sentido, uma parte considerável das leis aprovadas são “leis pra inglês ver”: elas existem no papel, mas não mudam a vida da população em nada (ou muito pouco). Lei aprovada, entendam, é papel; sua execução, é outra coisa.
Ao longo dos anos de trabalho na Lócus, foram inúmeras as referências que fizemos nesse sentido. Quase toda semana um vereador sobe na tribuna e reclama da falta de cumprimento de leis aprovadas. Para citar um único exemplo, da legislatura passada:
Toson abriu seu Grande Expediente fazendo uma críticas às cobranças recebidas pelos parlamentares sobre o número de leis propostas. Para o vereador, trata-se de uma distorção realizada sobre o trabalho legislativo.
No Brasil, conforme dados apresentados, há mais de 5 milhões de leis em vigor, segundo um estudo da Fiesp. Para Toson, há uma ideia de que, ao se criar uma lei, magicamente o problema estará resolvido no dia seguinte. Isto prova que, para a resolução de um problema da sociedade, a lei é apenas uma etapa, não o processo completo.
Para o parlamentar, a lei acaba sendo uma espécie de abstração para se criar uma ilusão que o problema está sendo solucionado, o que é muito distante da realidade. De acordo com um dos exemplos citados, há a lei que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas ruas de Passo Fundo. O projeto havia sido proposto como forma de coibir as constantes denúncias de algazarras nas ruas do Município. O problema, no entanto, permanece.
Projetos em andamento: o marketing político desnecessário
Projetos em andamento também podem causar uma série de enganos no público. Veja, a seguir, recente postagem do deputado estadual Mateus Wesp (PSDB):
O que significa dizer que “um projeto foi aprovado numa comissão”? Nada além de que a pauta está tramitando, mas o caminho pode ser ainda longo (isso se for aprovado, é claro).
Nessa postagem de Wesp, o público percebe a notícia de outra forma, como se parte do problema já estivesse resolvido, mas não está.
Provavelmente esse projeto nem seja aprovado nesta legislatura. Pode ser que Wesp nem se reeleja deputado estadual. Pode ser que esse projeto reste engavetado. Pode ser que esse projeto seja esquecido. Pode ser que seja submetido à votação: pode ser aprovado ou não. Se for aprovado, pode ser que o Governador vete. Se vetar, os deputados poderão ou não derrubar o veto. Conseguem perceber parte do problema?
Por isso, não sejam enganados por postagens de políticos nas redes sociais. A palavra “lei”, no Brasil, está banalizada desde que éramos uma monarquia. Faça um favor a si mesmo e pare de ser enganado por esse tipo de postagem. E sobretudo pare de ser enganado por alguém com cara de bom moço, que fala bonito e que não tira o terço do pulso.
A petista segue a cartilha que ganhou coro nos últimos meses Brasil afora, falando em “pobreza menstrual”
A vereadora Eva Lorenzato (PT) protocolou duas emendas impositivas ao orçamento municipal para compra de absorventes para distribuição à população mais carente da cidade, além da promoção de uma campanha de conscientização quanto ao problema da pobreza menstrual. De acordo com a parlamentar:
“Com a renda per capita do povo pobre sendo de até R$ 87 por mês, se você é mãe, vai optar entre comprar um pacote de absorvente por R$ 15 ou comprar leite para seus filhos?”