Na última semana, o jornal “O Globo” publicou matéria relatando que Jair Bolsonaro havia decidido não participar dos debates eleitorais do primeiro turno. A notícia gerou inúmeras críticas ao pré-candidato do PSL, algumas delas partindo dos seus concorrentes.
No passado, era comum que candidatos optassem por fugir de embates. Em 1989, Fernando Collor não participou de nenhum debate no primeiro turno. Em 1998, Fernando Herinque Cardoso também optou pela mesma linha, assim como Lula em 2006.
Hoje, entretanto, há consenso em torno da ideia de transparência. Não comparecer aos debates é mal visto pelo público geral, pois querem conhecer melhor todos aqueles que pedem votos. É por isso que Bolsonaro fez bem ao desmentir a informação de que não iria. Em um discurso para apoiadores, afirmou: “A imprensa tem dito que não comparecerei a debates, diz que estou fugindo dos debates. Não houve, até o momento, nenhum debate. Por que eu to fugindo? Debates na televisão, compareceremos a todos sim.”
Com pouco tempo na propaganda obrigatória, Bolsonaro precisa expor seus posicionamentos, bem como questionar os de seus adversários diretos. Alguns dos apoiadores do pré-candidato do PSL argumentaram que participar desse tipo de evento seria prejudicial, visto que ele se transformaria em alvo principal. Não faz o menor sentido. Sendo líder das pesquisas, é evidente que Bolsonaro será atacado pelos demais. Sua ausência epenas possibilitaria ataques sem resposta, além da criar a sensação de que ele temeria o contraditório direto.
Bolsonaro lidera todos os cenários das pesquisas que não incluem Lula em suas simulações. Mesmo assim, para vencer, ele precisará convencer boa parte dos eleitores que afirmam não ter candidato. A melhor forma de conseguir isso é aparecendo na televisão, que continua sendo o veículo mais importante do país. Com pouco tempo de propaganda obrigatória, sobra o espaço das sabatinas e debates. Se ficasse apenas no Youtube, Bolsonaro pregaria para convertidos. Seus militantes até podem lotar aeroportos, mas sozinhos não são capazes de levar o ex-capitão do Exército até o Planalto.
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