Dezenas de políticos e assessores foram celebrar na UPF um discurso do governador, bancados por seu dinheiro.
Passo Fundo recebeu uma quantidade considerável de políticos na última sexta, 22 de junho. A “carreata” de partidários das mais diversas correntes rumou para o auditório da biblioteca da Universidade de Passo Fundo. Ouviu, principalmente do governador Sartori, que estava autorizado o edital para a “ampliação e modernização do aeroporto de Passo Fundo”. O portal de notícias do Governo RS deu cobertura para o evento neste link.
Não é a pedra fundamental da obra e nem mesmo a assinatura do edital com a empresa vencedora. Trata-se apenas da marcação de uma etapa burocrática. Em termos práticos, a celebração do nada em período pré-eleitoral, na qual políticos (no cargo ou pretendendo chegar lá) dão as caras na imprensa, nas redes sociais dos governos e dos colegas partidários. É uma sinergia de marketing. A imagem do grupo em si supera o objetivo original da reunião, motivo este que já não era grande coisa.
Termo assinado, resta ao Governo do Estado licitar as obras e tudo “acontecer” em 660 dias (prorrogáveis). Pela frente, a população de Passo Fundo e cidades vizinhas terão todo um processo altamente burocrático, um ano eleitoral e as chuvas de dois invernos antes de assistir ao primeiro voo no reformado aeroporto.
Dos 660 dias “prorrogáveis” definidos na época, 198 já foram gastos até o momento. Estratégico no uso das palavras, o governo do Estado diz agora ter uma expectativa de que a obra comece ainda neste segundo semestre de 2018. Em caso de erro, não era promessa, era wishful thinking.
A versão dos fatos no site da Prefeitura de Passo Fundo e a ênfase no suposto “esforço coletivo”. Todos querem a paternidade do empreendimento que você vai pagar. Disponível neste link.
Muito dinheiro ainda será gasto com cerimônias até que o primeiro avião pouse no “novo” aeroporto da cidade. Até lá, resta ao pagador de impostos a procura por políticos que não coadunem com este tipo de atitude eleitoreira e ofereçam resultados concretos e discretos na (finalmente) entrega das obras. Não fazem nada além da obrigação.