Prefeitura de Passo Fundo usou reunião almoço do CDL para exibir um balanço das ações de planejamento de nossas vidas. Até quando?
Na última terça, dia 10, o Clube Comercial foi palco para a tradicional reunião almoço do CDL de Passo Fundo. O salão lotou para prestigiar a palestra “Preparando a Cidade Para a Vida Pública: o Caso de Passo Fundo”, com a secretária de planejamento do município, Ana Paula Wickert.
Frame do vídeo de divulgação do evento.
O ótimo almoço precedeu uma explanação de 50 minutos acompanhada de uma apresentação de powerpoint que começou em tom descontraído com ilações sobre estilos de vida da população em geral (quem sai para a rua versus quem fica no sofá) para logo entrar na atividade-fim: vender o sucesso das ações de urbanismo na cidade, pelas mãos da secretária e equipe, tutorados pela mente pensante que comanda – nas palavras da Secretária, é o prefeito Luciano Azevedo.
Segundo a Secretária, em um domingo qualquer o passo-fundense tem opções que se resumem a usar qualquer obra realizada pela Administração para praticar esportes e lazer ou ficar em casa assistindo TV (opção que não merece comentário, desprezada em tom de lamento). O “vida pública” no título da palestra representa aqui a convivência com as pessoas fora de nossa casa, nos espaços públicos. O município se coloca como promotor legítimo do encontro entre as pessoas, incentivador da empatia e uma dita sensação de pertencimento. Como um cachorro orelhudo, está sempre atento para ouvir o que as pessoas precisam (sim, um cachorro orelhudo figurava em um slide).
Clube comercial: discurso e Powerpoint vendem as obras da prefeitura.
Os prêmios dados para a prefeitura serviram de endosso para as ações da Secretaria, exibidos com orgulho e misturados a “ações de reconhecido destaque”, como as movimentações do município e entidades para ampliação do aeroporto. Para o observador desavisado, a obra do aeroporto estadual é coisa do Prefeito. Aqui na Lócus você encontra amplo material sobre premiações e a novela do aeroporto Lauro Kortz.
Como ponto positivo, o evento demonstrou que o município mantém um bom conjunto de dados sobre adensamento e perfil dos bairros, compilados pela Secretaria de Planejamento oriundos da Prefeitura ou de consultorias contratadas. A concentração populacional no centro da cidade é notável.
Por fim, são celebradas as principais obras realizadas nestas duas administrações do atual Prefeito, com destaque para o Parque da Gare, ciclovias, Banhado da Vergueiro e Parque Linear do Sétimo Céu. Entre as narrativas, é impossível deixar de notar a aversão ideológica ao carro, mencionado negativamente em várias situações.
Zelenograd, em Moscou. Seria esta uma parente distante do Parque da Gare?
Esta mentalidade controladora, sabedora dos destinos e do que é melhor para todos dentro da cidade talvez não seja obra do acaso. Ana Paula Wickert é filiada ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil) desde 2015, segundo dados do sistema Filiaweb, do TSE. O Prefeito – sua mente pensante que comanda – é integrante do PSB (Partido Socialista Brasileiro) e ex-PPS (Partido Popular Socialista). O planejamento urbano sempre foi uma arma brutal de controle da vida humana nos regimes opressores, notadamente na extinta União Soviética.
O público que foi ao Clube Comercial não viu a Secretária do planejamento, e sim a “arquiteta da prefeitura”. Faltam menções aos valores, orçamentos e o impacto destas realizações nas contas do município. Segundo o site da prefeitura, a Secretaria do Planejamento tem as seguintes atribuições:
A Secretaria de Planejamento tem como responsabilidade elaborar a legislação orçamentária que compreende o âmbito da administração direta e indireta, atuando desde o controle até sua execução orçamentária.
É a secretaria responsável pela realização de estudos e pesquisas para o planejamento estratégico das atividades da Prefeitura de Passo Fundo.
Coordena a participação comunitária na elaboração do orçamento público, implementa a integração gerencial das atividades e dos programas de governo.
A produção e elaboração de projetos e estudos que visem à captação de recursos perante as instituições públicas e privadas são realizadas neste eixo de trabalho da Prefeitura.
Cabe ao Planejamento elaborar e gerir a política de Passo Fundo de ordenamento do solo urbano, gerenciando as atualizações do Plano diretor e das legislações de uso do solo.
Elabora, ainda, estudos técnicos de arquitetura, engenharia e urbanismo, bem como a elaboração de projetos técnicos e a cartografia, topografia e geoprocessamento do município.
No âmbito do planejamento, a secretaria elabora e controla convênios, consórcios públicos, atua na preservação do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico da cidade.
Ao que parece, as atribuições da Secretaria são distribuídas para outras mentes pensantes. Vida pública depende de muitos outros fatores, econômicos e estratégicos entre eles.
O discurso de Passo Fundo como capital de uma região e pólo para educação, comércio e saúde entra em choque direto com as ações que parecem por decreto afogar o centro da cidade (onde estão os principais pontos de interesse deste público externo), através de alterações superficiais que limitam e atrapalham o acesso das pessoas. Grandes obras para a mobilidade urbana? Viaduto ou trincheira para entrar na UPF? Nem pensar. Ciclovia? Dá!
É claro que uma comunidade deve possuir normas mínimas para convivência, regras que não permitam a instalação de uma fundição ao lado de uma residência ou tentem amenizar os efeitos no trânsito causados pela instalação de um novo shopping center. Mas sempre tendo em mente que o governo trabalha em função das pessoas, das suas realidades, tradições e bem comum, nunca o contrário, onde alguns planos ideológicos travestidos de boas intenções, no longo prazo, prejudicam o desenvolvimento desta e das futuras gerações.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: