Segundo o relatório Prima Fiscal, divulgado pelo Ministério da Fazenda, a projeção de déficit público em 2018 está estimada em R$ 149,6 bilhões. Mesmo com o esforço do governo, o fato é que o país continua com uma complicada situação orçamentária. Em virtude da crise política, inúmeras medidas fundamentais para garantir o equilíbrio das contas foram deixadas de lado.
Nesta última quarta-feira, os integrantes do Congresso Nacional resolveram ignorar essa periclitante realidade exercitando a mais descarada irresponsabilidade fiscal. Votaram um conjunto de projetos que podem inviabilizar qualquer tipo de austeridade que se tente implementar em 2019. Entre o que foi aprovado, a possibilidade de se conceder aumentos para o funcionalismo, desonerações e criação de cargos públicos. O custo total poderá chegar a R$ 100 bilhões.
Em comentário feito na rádio Jovem Pan, a jornalista Vera Magalhães, uma das mais qualificadas jornalistas do país, apontou com razão o silêncio obsequioso dos pré-candidatos à Presidência. Pelo menos daqueles que se vendem como garantidores de um mínimo de racionalidade administrativa. Nenhum pio de Geraldo Alckmin, Jair Bolsonaro, Marina Silva, Álvaro Dias, João Amoêdo e Henrique Meirelles. Junto com a Segurança, a Economia vai se impor como pauta principal da eleição. É impressionante que nada seja dito sobre as recentes deliberações dos parlamentares. E não há motivos para cobrar posicionamentos de nomes como Ciro Gomes, Lula, Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila. Estes são integrantes de partidos que defendem a elevação da gastança como solução mágica para os problemas do país.
Com a não aprovação da Reforma da Previdência e a greve dos caminhoneiros, que gerou prejuízos bilionários, a projeção inicial de um crescimento de 3% do PIB para esse ano já foi rebaixada para módicos 1,6%. Some-se o cenário de completa instabilidade gerado por uma eleição fragmentada e teremos uma perspectiva aterradora para 2019, com a possibilidade concreta de um populista chegar ao poder e implementar uma agenda econômica semelhante àquela de Dilma Rousseff. É nessa nada auspiciosa conjuntura que entra a farra autorizada pelo Congresso Nacional.
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