A tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro gerou uma enorme repercussão no Brasil, com a informação se espalhando ao redor do mundo. O autor do crime foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira, militante de esquerda que foi filiado ao PSOL durante sete anos. Ele atacou o parlamentar enquanto este participava de uma caminhada pelas ruas de Juiz de Fora. Escondido em meio a multidão de simpatizantes e eleitores do candidato, o meliante desferiu-lhe uma facada na região do abdômen. Bolsonaro foi levado às pressas ao hospital, onde chegou em condições críticas.
Tão logo se noticiou o fato, veículos de imprensa passaram a tentar estabelecer uma conexão entre o ato praticado e o suposto clima de ódio político que se instalou no país. Os mais maliciosos não pensaram duas vezes antes de atribuir culpa à vítima. Para eles, o discurso e as propostas do candidato é que foram os verdadeiros responsáveis pelo seu esfaqueamento.
Dilma Rousseff, por exemplo, chegou ao ponto de afirmar que “quem planta ódio colhe tempestade”. A postura da ex-mandatária diante de uma situação tão dramática é reveladora de uma moralidade pervertida. Não é à toa que, além de ter participado de movimentos terroristas, ela tenha se casado com um sujeito responsável pelo sequestro de um avião. Para essa senhora, só o ódio alheio é condenável.
Se vale a tese de que Bolsonaro foi esfaqueado por ter um discurso pró-armamento, por que não valeria a de que foi esfaqueado por ser visto como uma pessoa ruim? Não há um único dia em que ele não seja chamado de homofóbico, machista, racista, xenófobo e misógino. Diante de tantas acusações de preconceito, é factível imaginar que alguém gostaria de vê-lo morto por isso.
É inegável que o ambiente das redes sociais tem sido de enorme virulência. Mas entre os xingamentos distantes de teclados separados por milhares de quilômetros e a tentativa real de se matar alguém há uma diferença considerável. Para se enfiar uma faca na barriga de outro é necessária, mais do que apenas ódio, a disposição de matar. Imaginar que tudo se resume a difusão de um hipotético “discurso de ódio” é socializar a culpa objetiva do responsável com uma fonte abstrata de geração de comportamentos.
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