Se João Amoêdo é o melhor candidato, por que alguém votaria em Jair Bolsonaro?
Como um texto direcionado ao eleitorado da direita, começo pela pergunta mais óbvia de todas. Como alguém pode considerar que Jair Bolsonaro seja a melhor opção para a Presidência do Brasil?
Desconsiderando-se o tradicional besteirol arsenal de rótulos, como racista, homofóbico, xenofóbico, machista, maluco, violento – entre outros rótulos falsos atribuídos a Jair Bolsonaro extraídos diretamente do manual esquerdista Regras Para Radicais de Saul Alinsky – ainda teríamos todos motivos de sobra para votar em João Amoêdo.
Observação rápida: Se você acompanhou a última eleição presidencial dos Estados Unidos, sabe que Donald Trump foi rotulado exatamente dos MESMOS adjetivos pela esquerda americana durante a campanha. Trump e Bolsonaro são atacados por não fazerem uso do politicamente correto. Trata-se mais um exemplo do processo de Globalismo que descrevemos a seguir. Trump, um mega empresário, talvez seja mais parecido com João Amoêdo no quesito do sucesso profissional – resguardadas as proporções – foi atacado da mesma forma enquanto teve sua vida revirada. Portanto, se o João Amoêdo fosse o candidato favorito da direita, estaria passando pelo mesmo processo acusatório. Apenas teria rótulos diferentes como banqueiro, elitista, governa para os ricos, contra os pobres e o tradicional #elenao – sem a menor dúvida. Pesquise pela #NeverTrump no twitter! O rico bem sucedido é o inimigo clássico da esquerda desde Karl Marx.
Voltando ao que interessa: João Amoêdo é mais rico, mais educado, mais polido, melhor gestor, mais inteligente, mais experiente, trabalhou por mais tempo na iniciativa privada e defende as reformas e o liberalismo econômico tanto ou mais do que Jair Bolsonaro. Faltou alguma coisa?
Então, com tantas qualidades, por que não é óbvio que ele seja a melhor opção para ocupar a Presidência? Há pelo menos duas razões importantes: 1ª) O fenômeno Bolsonaro em termos de divulgação foi muito melhor sucedido; e 2ª) João Amoêdo está errado em seu diagnóstico sobre o Brasil. Alguns elementos aqui são essenciais e merecem ser ampliados.
O fenômeno Bolsonaro
Bolsonaro não é resultado de uma campanha de marketing desenvolvida pelo PSL. Sem pretensão de esgotar essa análise, óbviamente ele é um candidato já conhecido pelo público, como resultado de anos de mídia negativa na televisão. Ainda assim ele cresceu organicamente durante a eleição.
João Amoêdo é um produto da campanha de marketing do partido NOVO, mas não no sentido negativo do termo. o NOVO tem uma proposta fantástica de representação muito melhor do que o PSL.
Amoêdo é um candidato menos conhecido até as eleições, o voto presume confiança e não se pode confiar em alguém que você não conhece.
Dessa obviedade, muitos concluem que Amoêdo tem apenas esse elemento contra ele. Mas parte do apoio crescente e direcionado ao Bolsonaro está em outro elemento. As diferentes comunidades conservadoras apoiam Bolsonaro porque consideram que Amoêdo está errado em sua leitura sobre os problemas do Brasil.
João Amoêdo está errado sobre a má gestão do Brasil
A discussão mais comum no meio liberal versa sobre o Estado Mínimo. Em resumo, a discussão se refere às funções que o Estado deve ou não deve se envolver, partindo do princípio que o Estado é sempre ineficiente em tudo que faz e sempre vai ser.
Veja que a eficiência do Estado, que trata do dever de uma boa gestão pública. É um princípio constitucional, mesmo que raramente praticado. O Estado é inerentemente ineficiente em tudo o que faz – e por diversas razões. O discurso de João Amoêdo, por outro lado, foca na promessa de realizar uma melhor gestão pública, como se o Estado fosse uma empresa.
É claro que o mundo empresarial tem muito para ensinar ao governo, mas permita-se entender a questão por outro lado, com o exemplo do Estado do Rio Grande do Sul.
O Estado do RS, após o governo de Yeda Crusius, teve suas contas organizadas, para que na eleição seguinte o governo do PT estragasse tudo novamente[1], [2]. O que Amoêdo não considera é que arrebentar as contas do Estado e aumentar impostos é um MÉTODO de todos os partidos de esquerda do Brasil inteiro, seja em Brasília, seja nos estados e municípios. Não se trata de um mero erro de gestão, mas uma estratégia deliberada.
João Amoêdo está errado sobre o Globalismo
João Amoêdo demonstra que ignora solenemente o Globalismo e que dedicará suas energias apenas para problemas de ordem prática como um bom executivo. No entanto, desconsidera que o Estado não é uma empresa.
“Eu não fico tão preocupado com organismos internacionais porque eles não vão e não deveriam interferir na autonomia do governante.”
Acontece que já interferem [1]. Em 25/09/2018, Donald Trump mais uma vez confrontou a pressão internacional pró-globalismo em evento da ONU, citando três vezes o globalismo em seu discurso completo.
O Globalismo vem sendo denunciado como uma força política internacional (global), com uma agenda política unificada, voltada para a aprovação de exatamente as mesmas propostas políticas em diversos países. O Globalismo tem como um de seus objetivos a destruição do conceito de soberania nacional e a substituição desse conceito pelo de um governo global, este sem fronteiras ou barreiras físicas.
Entre as denúncias mais conhecidas estão os discursos de Donald Trump [1] [2] durante todo o processo eleitoral e o evento do Brexit na Europa. No Brasil, o único candidato à Presidência abertamente contra o Globalismo continua sendo o candidato Jair Bolsonaro.
Na contramão de João Amoêdo, Mateus Bandeira, candidato do partido NOVO ao governo do RS se posiciona contra o Globalismo
Nas entrelinhas, Mateus Bandeira deixa claro que é um candidato melhor do que Bolsonaro. Afirma ainda que nem mesmo precisar de um Paulo Guedes para pensar na economia por ele. E alguém duvida?
Conclusão
Assim como João Amoêdo, seus eleitores costumam desconsiderar esses dois pontos estratégicos como se fossem problemas menores, talvez por desconhecimento. Ocorre que as duas forças políticas – a esquerda e o globalismo – não são apenas probleminhas quaisquer: são os exatos agentes que causam a maior parte de nossos problemas políticos (como no exemplo do Rio Grande do Sul).
Só depois que a direita conseguir superar suas diferenças estratégicas é que poderá finalmente discutir suas divergências táticas, como quais são as melhores propostas e qual a melhor forma de se resolver cada problema. Por ora, estamos falando de coisas tão distintas que nem sequer os debates chegam materialmente a aprofundar alguma proposta.
Então, eleitores de João Amoêdo, pressionem seus candidatos para adotarem a postura do Mateus Bandeira (NOVO) que conceitualmente restarão poucos motivos para se votar em candidatos como Jair Bolsonaro para a Presidência. Apenas restará o trabalho de marketing para estabelecer confiança.
Complemento: Para quem quer entender mais sobre globalismo
Conteúdo complementar e explicações adicionais em entrevista para o canal Conservadores no Youtube: