A jornalista Miriam Leitão não cansa de passar vergonha. Depois de travar ao vivo lendo um texto em resposta ao candidato Jair Bolsonaro, agora ela se traveste em crente nas intenções do PT. Em comentário feito no “Bom Dia Brasil”, ela defendeu a tradição democrática do partido:
“O PT, de vez em quando, fala uma palavra aqui e outra ali… Ele tem declarações, como declarações de grupos que apoiam a Venezuela, mas na verdade é um partido que nasceu, cresceu na democracia. Ele sempre jogou o jogo democrático e governou respeitando as instituições.”
Trata-se de uma descrição edulcorada do modus operandi do partido e da sua trajetória. Não são meros “grupos” que apoiam o regime venezuelano, mas o PT como um todo. Em nota oficial divulgada em abril de 2017, a direção da legenda manifestou seu apoio ao governo ditatorial de Nicolás Maduro e criticou a política externa brasileira:
“É visível que o governo golpista decidiu encabeçar uma campanha da direita contra a esquerda no continente e assumiu uma postura belicista, particularmente contra a República Bolivariana da Venezuela”.
Não foi a única vez. Em maio de 2018, o PT, dessa vez em conjunto ao PCdoB, defendeu o processo eleitoral na Venezuela: “O sistema político-eleitoral venezuelano aperfeiçoa-se progressivamente desde 1999. Assegura à população um amplo direito de voto e é dotado de mecanismos de transparência e verificação”.
Não há divisão interna do PT quanto ao regime bolivariano que prende opositores, mata manifestantes nas ruas, armas milícias políticas e persegue jornalistas. Trata-se de uma posição uníssona de apoio e comprometimento. Os governos Lula e Dilma se comportaram como padrinhos políticos do chavismo, permitindo o recrudescimento das medidas autoritárias que levaram o país vizinho ao caos existente hoje.
O “jogo democrático” do PT foi o Mensalão, no qual tentou criar um Legislativo paralelo com a compra de parlamentares. O “jogo democrático” do PT foi o Petrolão, no qual instrumentalizou as estatais e as instâncias burocráticas de forma a criar um sistema de financiamento ilegal de campanhas que o perpetuaria no poder.
Se de fato respeitasse a institucionalidade, jamais teria insistido em uma candidatura presidencial que flagrantemente desrespeitasse a lei, muito menos teria submetido a organismos internacionais reclamações quanto à isenção de nosso sistema judicial.
Em setembro, Miriam Leitão escreveu um artigo intitulado “A verdade inescapável”. Nele, afirmou que “se PT voltar, terá que impedir um novo assalto à Petrobrás”. Sua frase viralizou nas redes sociais, sendo alvo de toda sorte de chacotas e deboches.
Fernando Haddad se apresenta abertamente como usufrutuário da imagem de Lula. Já escrevi aqui no blog que ele é a carapaça mansa de um projeto revanchista e de inspiração autoritária. O candidato petista não passa uma semana sem buscar instruções na cadeia, onde seu líder se encontra cumprindo pena por corrupção.
O PT de fato nasceu na incipiente democracia brasileira, mas não para exercê-la segundo os fundamentos da Constituição Federal. Tem com ela uma relação parasitária, na qual o Estado de Direito serve de hospedeiro de sua sanha hegemônica. Se voltar ao PT, seguirá sua natureza ideológica, não a leitura idealista que Miriam Leitão faz dele.
Confira a íntegra do comentário de Miriam Leitão:
Se você gostou deste artigo ou de outros de nossos materiais, clique no link abaixo apoie Lócus fazendo uma assinatura anual.Com ela você terá acesso a conteúdos exclusivo.