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O livro que abalou a bandidolatria no Brasil

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Está na terceira edição o livro que abalou a idolatria destinada à figura dos bandidos pela mídia, além do que verdadeiras gerações de juristas formado sob o catecismo do garantismo penal pensavam sobre o assunto até então. Trata-se da obra “Bandidolatria e Democídio: Ensaios sobre Garantismo Penal e a Criminalidade no Brasil”, de Leonardo Giardin de Souza e Diego Pessi. 

Nomes de peso vibraram com a publicação da obra. Benê Barbosa, um dos maiores especialistas sobre segurança pública e criminalidade no Brasil, dedicou ao trabalho as seguintes considerações:

Este livro não poderia surgir em momento mais oportuno. Bandidolatria e Democídio é uma análise dura e necessária sobre os torpes caminhos ideológicos que jogaram o Brasil no caos criminal. De maneira corajosa, os autores abandonam o politicamente correto e o humanismo bocó, nos apresentando uma obra que poderá mudar toda a visão sobre a criminalidade e apontando quais as ferramentas necessárias para restaurar a ordem. É hora de abandonar uma política fracassada de Segurança Pública que vige no país há mais de três décadas e os autores nos mostram isso com maestria.

Outro grande nome do cenário nacional, o filósofo Olavo de Carvalho, fez postagens elogiosas aos autores, para os quais também destinou as seguintes palavras:

Não há no Brasil, assunto mais importante e urgente. Parabéns aos autores deste livro por terem furado a camada de desconversas.

Vale lembrar que um dos autores, Diego Pessi, que nos concedeu nova entrevista falando sobre a terceira edição deste trabalho, esteve nos estúdios da Lócus Online no ano passado para conversar sobre os problemas associados à criminalidade no Brasil.

Acompanhe, a seguir, a entrevista exclusiva concedida por Diego Pessi à equipe da Lócus Online.

Lócus: O livro “Bandidolatria e Democídio” está na terceira edição. O que mudou da primeira edição para esta mais recente?
Diego Pessi: A obra foi substancialmente ampliada. A terceira edição tem 120 páginas a mais do que a segunda e reúne artigos publicados na imprensa nesse período, além de ensaios inéditos, que abordam temas como legalização das drogas, desencarceramento e guerra irregular.

L: O livro foi um sucesso entre o público geral. Como foi para o público jurídico acadêmico? Foi bem aceito ou as opiniões foram contrárias?
DP: Recebemos, diariamente, mensagens de estudantes de Direito, a maioria agradecendo por havermos apresentado um contraponto àquilo que aprendem na universidade. Opiniões contrárias são algo absolutamente normal e até mesmo necessário.O que me causa espanto é a interdição – em alguns meios – do debate sério sobre as questões abordadas no livro, que chegou a ser literalmente censurado num determinado centro de ensino.

L: Muitos penalistas brasileiros, talvez com poucas exceções, têm uma visão garantista sobre a condenação. Como foram os debates com profissionais com esse posicionamento?
DP: Reitero aquilo que foi respondido na questão anterior.

L: Por que os índices de criminalidade no Brasil continuam crescentes?
DP: Essa é uma das questões tratadas no livro. Os mais de 60 mil homicídios e cerca de 50 mil estupros ocorridos anualmente no Brasil, além de 3 assaltos registrados por minuto (apenas nas capitais), estão nitidamente relacionados à impunidade e a políticas desastrosas como o desencarceramento. Se menos de 10% dos homicídios praticados nos últimos 15 anos (cerca 800 mil) resultaram em oferecimento de  denúncias e se no Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, apenas 1 em cada 53 roubos registrados tem a autoria apurada, como se pode dizer que o Brasil “prende muito”?

L: É possível combater o crime organizado ou é uma atividade que a sociedade terá de aceitar como parte de sua estrutura?
DP: Não apenas é possível, como também sumamente necessário. O crime organizado, que cada vez mais assume caráter transnacional, é objeto de preocupação no mundo tudo. Na terceira edição do livro procuramos abordar esse tema à luz da realidade brasileira, onde pululam narcoguerrilhas urbanas e onde o PCC – organização que, de acordo com os estudiosos sérios, já atingiu um patamar “pré-mafioso” – está em franco processo de expansão. A ligação entre narcotráfico, tráfico de armas, guerra à polícia e corrupção do estamento burocrático faz do combate ao crime organizado a questão mais urgente  em nosso cenário atual.

L: A população terá um dia direito a se armar? Como está a questão do Estatuto do Desarmamento?
DP: Espero que sim. O direito à autodefesa é sagrado. Inúmeros estudos atestam que não há correlação entre armamento da população e aumento da violência. Outros estudos  indicam, ainda, que armas de fogo legalmente portadas e possuídas possuem impacto positivo na redução da criminalidade. O desarmamento urgente no Brasil é o dos criminosos, em especial dos narcotraficantes que desfilam impunemente ostentando arsenais de guerra e impõem à nossa polícia baixas incomparavelmente superiores às experimentadas por exércitos em todas as grandes guerras. o professor Bene Barbosa é a maior autoridade brasileira nesse assunto e vem fazendo um belo trabalho de esclarecimento sobre o tema.

L: O que motivou a escrita desse trabalho? Como surgiu a ideia de desenvolvê-lo? 
DP: O livro surgiu a partir da constatação do descompasso entre a brutal realidade brasileira e as análises puramente ideológicas realizadas por “especialistas” de toda sorte. Talvez seja esse o motivo do seu sucesso. Como bem disse a Márcia Xavier Brito, em sua apresentação da obra, apontamos para o fato de que “o rei está nu”.

L: Não só nesta, como também nas eleições de 2014, a tese de fraude das urnas tem ganhado um coro cada vez maior. Como Promotor do Ministério Público, o que você teria a dizer para essas pessoas? Como isso poderia ser definitivamente esclarecido pelo Poder Público?
DP: Não possuo habilitação técnica para atestar ou infirmar a credibilidade das urnas, tampouco atribuição eleitoral para falar como promotor. Falando como cidadão – que isso fique bem claro – a melhor abordagem que vi sobre essa questão das urna eletrônicas foi do Professor Rafael Nogueira. Ele afirma que no evento democrático por excelência   o próprio processo de sufrágio deve ser democrático. Dito de outro modo, implica aceitação, pelo povo, da credibilidade do sistema de recepção e contagem de votos. Se esse sistema se torna impopular, a ponto de ser rejeitado pela população, ele perde sua legitimidade e é preciso que se submeta a discussão a possibilidade de mudança do processo eleitoral.

Mais uma vez agradecemos a disponibilidade do autor para conversar com a nossa equipe. Lembramos ainda que a terceira edição já pode ser adquirida no site da SV Editora

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