Ninguém se surpreendeu com a declaração de voto de Joaquim Barbosa, muito menos com o modo como ele a anunciou. Um misto de jurisdiquês, prepotência e contradições. Em sua conta no Twitter, afirmou que “votar é fazer uma escolha racional”, mas em seguida confessou ter “medo” de Bolsonaro. Que tipo de racionalismo seria esse que é embasado por uma emoção?
Em boa medida, a disputa eleitoral foi pautada pelo histerismo. Expressões como “fascimo”, “neonazismo” e “discurso de ódio” se tornaram porretes políticos. Mesmo sem qualquer substância ou conexão com a realidade, foram usadas de forma despudorada. A narrativa tentou fazer do Brasil de 2018 uma réplica da Alemanha dos anos de 1930. Nada poderia ser mais falacioso e desonesto. De tal sorte que muitas pessoas, sendo a maioria delas desprovidadas de qualquer leitura sobre esses assuntos, passaram a vociferar em nome das supostas ameaças e medos que pairavam no horizonte. Joaquim Barbosa tornou-se apenas a expressão mais notória desse estado de espírito que foi inoculado em parte da sociedade.
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