Jair Messias Bolsonaro (PSL) derrotou o PT com boa margem na cidade de Passo Fundo
Jair Messias Bolsonaro foi eleito Presidente do Brasil no último domingo, dia 28, com 55,1% dos votos dos brasileiros. O resultado inédito após o período de redemocratização colocou pela primeira vez um candidato assumidamente de direita no poder, rompendo com o ciclo de dois tons de esquerda que até então era oferecido aos eleitores através do PT (Partido dos Trabalhadores) e do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). Além da vitória, Bolsonaro trouxe para o mundo político um novo paradigma em campanhas eleitorais: pouco dinheiro, uso extremo das redes sociais e linguagem popular.
A vitória em passo-fundo foi ainda maior, em termos percentuais. Na capital do Planalto Médio, Bolsonaro levou 64,29% dos votos (70.103) contra 35,71% de Fernando Haddad, do PT (38.940). No primeiro turno, os dois fizeram 54,79 e 22,54%, respectivamente (Haddad conseguiu capturar uma parcela maior dos eleitores dos demais candidatos no segundo turno). Passo Fundo foi a nona cidade gaúcha em votos para Bolsonaro no segundo turno.
Guardadas as óbvias particularidades, o resultado de Bolsonaro não bateu a eleição de 2016, quando 85.505 eleitores (76,22%) decidiram que Luciano Azevedo seria novamente o prefeito de Passo Fundo, contra 19.907 de Osvaldo Gomes (17,75%), pleito que viu um PT local amargando míseros 5.440 votos para o então candidato Rui Lorenzato. Números que mostram um pouco da mobilidade, especialmente da esquerda, na cidade. PT e PCdoB eram temporariamente antagonistas no pleito municipal de 2016 e irmãos de sangue em 2018, com a força comunista pedindo “Lula Livre” e posteriormente “Haddad presidente” pelas avenidas da cidade.
Os quase 40 mil votos de Fernando Haddad em 2018 não devem ser esquecidos. O eleitorado de esquerda, de todas as vertentes, ainda é forte na cidade, mesmo com um pleito realizado em um país mais maduro, pós-impeachment e com tudo o que poderia ser dito sobre planos de métodos do Partido dos Trabalhadores.
Por fim, o cenário projeta um 2020 totalmente inesperado, com um governo Bolsonaro já devidamente pacificado com a população (que reflete nas relações de poder estaduais e municipais), regras diferentes para as eleições dos vereadores (fim das coligações) e um pleito que não permite reeleição do atual prefeito, em segundo mandato. Na Câmara e no Executivo, será o embate de velhas forças, outsiders e grupos políticos “cacifados” em 2018 – especialmente o PSDB.
Que o governo Bolsonaro seja, de fato, a prova de conceito: alternativas liberais (na economia) e conservadoras funcionando em um país que quase flertou com a destruição pelo socialismo rasteiro e criminoso dos anos petistas, escritos nos livros de história e nas páginas policiais.
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