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Só a narrativa petista é beneficiada com a nomeação de Sérgio Moro por Bolsonaro

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O juiz Sérgio Moro aceitou o convite de Jair Bolsonaro para ser Ministro da Justiça de seu governo. O intento do presidente eleito é abrilhantar sua equipe com um nome qualificado. O fato é que essa medida só beneficia a narrativa petista de que o processo pelo qual Lula foi condenado, e que teve em Moro seu primeiro julgador, foi político. Como disse meu amigo Reinaldo Azevedo em seu blog, sua nomeação “confere verossimilhança inquestionável à suspeita, ainda que verdadeira não seja”.

Por mais que se alegue que as decisões proferidas contra Lula sejam puramente técnicas, elas geraram efeitos políticos que impactaram decisivamente na eleição. Ninguém poderá negar que Bolsonaro foi o principal beneficiado pela exclusão do petista do processo político de 2018. Se concretizou o cenário no qual o juiz que condenou o ex-presidente se torna subalterno do novo presidente que foi eleito com um discurso antilulista. Em termos narrativos, a esquerda fará a festa.

A ideia da nomeação de Moro não é boa e nem nova. Durante a campanha, Álvaro Dias foi o primeiro a fazer uso dela. Queria surfar na popularidade da Lava Jato para angariar votos. Já naquele momento, o magistrado não se incomodava que usassem sua imagem e atuação de forma política e eleitoreira. Nunca disse nada sobre ser integrante de um eventual governo Dias.

Logo depois do resultado do 2° turno, Moro parabenizou o eleito. A manifestação, além de desnecessária, era também o sinal de que havia real disposição para um dialogo entre o político e o juiz. Na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional, o Bolsonaro avançou na aproximação e reiterou de forma assertiva que gostaria de contar com Moro em sua administração.

Não é com um nome mágico que se combate a corrupção, e sim com iniciativas objetivas. Submetido ao ditames do novo governo, Moro corre o risco de ser anulado. De juiz independente na 13° Vara Federal de Curitiba, passará à condição de burocrata à serviço do mandante de turno.

Após se encontrar com Bolsonaro, Moro soltou uma nota oficial. Nela, justifica ter aceitado o cargo pela “pespectiva de implementar uma forte agenda anticorrupcao e anticrime organizado, com respeito a Constituicao, a lei e aos direitos”. Em termos institucionais é um retrocesso, principalmente para a Lava Jato, que será condenada à contestação pelos réus (em especial Lula), além de submeter-se à máquina política que ela mesmo investigou e puniu.

Atualização – Originalmente o texto havia sido escrito antes de Sérgio Moro aceitar o convite feito por Jair Bolsonaro. Ele foi atualizado após a decisão do juiz.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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