Prefeito de Porto Alegre viajou com comitiva. Canais oficiais da Prefeitura falam em custos pagos parcialmente por entidade. Mas há um pequeno detalhe que não foi divulgado.
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr (PSDB), viajou para a China no período de 8 a 16 de outubro de 2018. A comitiva formada pelo gestor e mais 4 servidores da Prefeitura teve por objetivo a participação em feira internacional de produtos (Huawei Connected) e visita a diversas empresas, agendas com empresários locais, reunião com entidade financeira e potenciais investidores. O convite para a viagem partiu do presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette. O Prefeito viajou como representante FNP, na qual possui o cargo de “vice-presidente de Ciência, Tecnologia e Inovação”.
A menção ao fato da FNP custear parte da viagem do Prefeito dá para os leitores da imprensa oficial uma certa sensação de alívio e economia aos cofres públicos, sobretudo numa época tão conturbada financeiramente para os municípios brasileiros. Mas há um detalhe que passa despercebido: a FNP é sustentada unicamente por recursos públicos, com o pagamento de anuidades por parte de diversas prefeituras brasileiras.
No Rio Grande do Sul, pelo menos três cidades pagam gordas anuidades para a Frente Nacional de Prefeitos. Em 2017, a capital Porto Alegre pagou R$ 118.560,00, Canoas R$ 81.120,00 (reportado no Portal da Transparência como taxa de adesão) e Passo Fundo R$ 45.489,62. A Lócus entrou em contato com a FNP via telefone e e-mail no dia 5 de novembro, solicitando uma lista das cidades gaúchas que pagam anuidade. Embora prometida no contato, a informação nunca foi enviada.
Pagamento para a FNP no site da transparência da prefeitura de Porto Alegre…
Canoas
e Passo Fundo. A FNP é uma entidade muito cara para os cidadãos de diversas cidades gaúchas.
A FNP é uma entidade de lobby para prefeitos
Segundo seu estatuto, a Frente Nacional de Prefeitos é um entidade de direito privado e sem fins lucrativos com sede em Brasília. Tem como missão resgatar e garantir a aplicação de todos os princípios constitucionais e infraconstitucionais, além de regras jurídicas que disciplinem as relações em que seja parte o Município. O estatuto completo pode ser acessado neste link e o relatório de atividades do ano de 2017 aqui.
Entre as causas defendidas ou até mesmo criadas pela FNP estão a criação de impostos como a CIDE municipal (imposto que deverá aumentar o preço do combustível para financiar o transporte público com justificativa altamente ideológica) e estreita colaboração com a ONU através de acordos assinados para a defesa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Há também a luta para a proibição do uso de armamento por parte das guardas municipais de trânsito. A entidade é repleta de agendas e, entre as cidades e o governo federal, atua sem que os cidadãos destas saibam exatamente o que está acontecendo.
É preciso fiscalizar gastos e narrativas
A população precisa acompanhar de perto os gastos das prefeituras, seja através dos portais de transparência nos sites ou por solicitação direta aos gestores. A relação específica da FNP com a Prefeitura de Passo Fundo já foi tratada aqui na Lócus (Quem precisa da Frente Nacional de Prefeitos? – Outubro de 2017), quando mostrou os pagamentos de anuidade e taxa de adesão, sem muito resultado em outra casa que deveria reagir com espanto a tanto dinheiro para lobby: a Câmara de Vereadores. Na época, informações foram solicitadas para a FNP e também não foram respondidas.
A viagem para a China custou caro aos porto-alegrenses
A transparência da Prefeitura de Porto Alegre mostra pagamentos de diárias para pelo menos 2 dos 4 integrantes da comitiva que acompanhou o prefeito até a China. São eles: Juliana de Castro (coordenadora-geral do Gabinete do Prefeito) e Rodrigo Corradi (diretor de Articulação Institucional e Resiliência e gestor da área internacional da Prefeitura). Os dois receberam cerca de 8 mil reais. As despesas de passagem não são declaradas de forma específica no sistema, mas para o “cidadão comum”, passagem e estadia para o mesmo período da viagem do prefeito Marchezan não sai por menos de 7 mil reais. Muito por baixo, estima-se que a Prefeitura tenha gasto perto de 60 mil reais com a empreitada.
Sobre os benefícios da viagem de Marchezan para a cidade de Porto Alegre é matéria para a pesquisa da Câmara de Vereadores da Capital e de seus cidadãos mais preocupados. Sobre o discurso do “alívio” nos gastos proporcionado aos pagadores de impostos com despesas financiadas por “terceiros”, trata-se de uma meia verdade: os “terceiros” são os próprios pagadores de impostos.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link:
O vereador Gio Krug (PSD) é autor da MOÇÃO Nº 25/2022, de Repúdio aos atos contrários ao Estado de Direito perpetrados por Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em ofensa à Constituição da República Federativa do Brasil.
De acordo com a justificativa, a Moção tem como objetivo fomentar um movimento de manifestações de outras casas legislativas municipais e estaduais, para que se somem às declarações já formuladas pela sociedade civil, ensejando o fim da omissão do Senado Federal do Brasil quanto à sua competência de julgar transgressões às instituições brasileiras promovidas pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.
“Além disso, a presente Moção serve como veículo para que se exteriorize o descontentamento da população passo-fundense em face aos arbítrios de Alexandre de Moraes.“
Em conversa com o parlamentar, fomos informados de que a iniciativa partiu da Câmara de Vereadores de Curitiba. A proposição é bem fundamentada e elenca uma série de fatos que englobam os diversos pontos críticos que estão sendo alvos de protestos pelo Brasil afora.
A equipe da Lócus irá informar sobre o andamento da Moção na Câmara de Vereadores de Passo Fundo. O texto completo pode ser acessado no link a seguir: Visualizar texto original
Recentemente, a vereadora Ada Munaretto (PL) protocolou a MOÇÃO Nº 26/2022, de apoio à abertura da CPI conhecida como “CPI do Abuso de Autoridade”, do deputado federal Marcel van Hattem, que trata das violações à Constituição Federal e do abuso de poder promovido por membros do STF e TSE.
De acordo com a justificativa da proposição, as instituições que mais deveriam primar pela garantia da Constituição Federal estão agindo em desconformidade com os ditames constitucionais, promovendo uma série de arbitrariedades contra a população brasileira.
O deputado federal Marcel van Hattem (imagem) propôs a CPI, para investigar as ações de alguns membros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. Essas ações, de acordo com a proposição, interferem em prerrogativas dos poderes Executivo e Legislativo, colocando em “xeque” o Estado Democrático de Direito.
Consequentemente, todo o sistema político e administrativo do Brasil resta prejudicado, uma vez que não está havendo a harmonia e a independência entre os três poderes, conforme dispõe o artigo 2° da Constituição Federal: “Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário“.
A determinação de busca e apreensão de bens de empresários e pessoas físicas, bloqueio de contas bancárias de supostos organizadores de movimentos sociais, a censura e prisão a parlamentares, isso tudo sem o devido processo legal, fere outro princípio básico que rege o ordenamento jurídico brasileiro e configura a máxima violação dos direitos constitucionais e as garantias fundamentais dos cidadãos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: […] LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Ainda, conforme consta no texto da moção:
“Não se trata de uma questão político, partidária ou ideológica, de direita ou esquerda, de bolsonaristas ou lulistas, mas sim de defendermos a DEMOCRACIA NO BRASIL. Os que hoje estão sendo favorecidos, amanhã podem ser vítimas dessa ditadura, onde uma mesma pessoa acusa, julga, condena, manda prender, cerceia a liberdade, censura, bloqueia bens, sem sequer dar direito ao acesso aos autos para advogados ou acompanhamento pelo ministério público”.
A equipe da Lócus irá acompanhar o andamento da moção, informando ao público todas as novidades referentes à proposta.