Geral

Em nota, PT e PCdoB se solidarizam com Maduro

Publicado

on

O governo brasileiro, por vias do Itamaraty, não tem poupado críticas à ilegitimidade da posse de Nicolás Maduro para novo mandato como Presidente da Venezuela. Nem mesmo os países sul-americanos estão coniventes com as últimas eleições venezuelanas. Para aumentar a pressão internacional, uniram-se em torno do Grupo de Lima. Mesmo assim, o PT e o PCdoB insistem na defesa do regime totalitário de Maduro, sobre o qual emitiram notas de apoio nos últimos dias. 

Em nota divulgada no dia 07 de janeiro de 2019, o vice-presidente nacional do PCdoB e secretário de Relações Internacionais, Walter Sorrentino, destacou que os “desdobramentos da iniciativa do Grupo de Lima são perigosos e imprevisíveis”: 

O Partido Comunista do Brasil rejeita frontalmente os termos da Declaração do Grupo de Lima – com a notável exceção do México, sob o novo governo de AMLO – acerca da posse de Nicolás Maduro, como presidente legitimamente reeleito da Venezuela, no próximo dia 10 de janeiro de 2019.

Ao não reconhecer a legitimidade do novo mandato presidencial eleito em 20 de maio de 2018, a Declaração proclama uma ruptura com o pacto democrático no país, pois atenta contra a soberania popular na Venezuela, manifestada em eleições transparentes acompanhadas por observadores internacionais independentes” destaca a nota do PCdoB.

  • Leia na íntegra a nota publicada no site do PCdoB, AQUI.

O Partido dos Trabalhadores foi mais longe, publicando uma série de notas sobre a Venezuela, sem esquecer de tecer inúmeras críticas ao Governo Bolsonaro pela postura em relação a Maduro.

Na primeira, taxam o Governo Bolsonaro de autoritário e criticam o apoio dado aos Estados Unidos:

O PT e suas bancadas na Câmara e no Senado repudiam a posição subserviente do governo autoritário de Jair Bolsonaro de apoiar a agenda política de Donald Trump em relação à Venezuela, que visa desestabilizar o governo eleito daquele país e acirrar seu conflito interno.

Na segunda, destacam a necessidade de solidariedade ao povo da Venezuela pelos ataques externos à sua democracia:

Em qualquer país em que os direitos do povo estiverem ameaçados, por interesses das elites e dos interesses econômicos externos, o PT estará sempre solidário ao povo, aos que mais precisam de apoio. O respeito à soberania dos países e a solidariedade internacional são princípios dos quais não vamos abrir mão.

Na terceira, Gleisi Hoffmann, a presidente do Partido, criticou a agressividade da postura do Governo. Ainda, denunciou que o interesse de Donald Trump sobre a Venezuela é para ter acesso às reservas de petróleo do país: 

Não podemos nos esquecer que a Venezuela é uma grande produtora de petróleo. Uma das maiores reservas do mundo e o Maduro pode ser o presidente da Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo]. Não concordamos com a posição intervencionista dos EUA, cooptando governos de direita para se posicionarem contra a Venezuela.

Na quarta, destacou a publicação do artigo do jornalista e fundador do site Opera Mundi, Breno Altman, no jornal Folha de S.Paulo, no qual apontou que a ida de Gleisi Hoffmann à posse de Nicolás Maduro, na Venezuela, “fortalece o partido como uma força da esquerda”. Segundo Altman, a presença da deputada em Caracas “reforça os fundamentos originais do petismo”, uma vez que, renova o anti-imperialismo da sigla.

O jornalista destacou ainda que o PT tem suas raízes fincadas na esquerda latino-americana, com solidariedade às revoluções cubanas e nicaraguense, além da defesa da autodeterminação dos povos. “A postura valente do PT em relação a Venezuela é que ajuda o rejuvenescimento do partido, incorporando-o cada vez mais à resistência contra a onda conservadora e neocolonial que ameaça o planeta”, aponta.

 

As acusações do PT e pelo PCdoB soam como notas dissonantes numa bela harmonia. É claro que o compromisso desses partidos sempre foi a implementação do socialismo na América Latina por vias do Foro de São Paulo. Maduro não passa de um ditador que “elevou” seu próprio povo a uma condição de miséria. Os partidos de esquerda no Brasil são verdadeiros asmáticos tentando escalar o maior ponto do Everest: já mal conseguem respirar e insistem em colocar cada vez mais em risco os resquícios de credibilidade que possuem entre seus pares, além de deixar o restante da população ainda mais enojada com semelhante postura. 

 

Mais Acessados

Sair da versão mobile