A Focalle Engenharia Viária tem empenho “a pagar” na Prefeitura desde 28 de janeiro por 7 meses de aluguel e manutenção das lombadas eletrônicas e acessórios.
Os leitores da Lócus foram alertados sobre as relações da prefeitura de Passo Fundo com a Focalle em setembro de 2017. No texto Trânsito de Passo Fundo é controlado por empresa envolvida em processos criminais, destacamos a Operação Ave de Rapina da Polícia Federal, a timeline dos fatos e a assinatura do contrato entre nosso município e a empresa catarinense. Alertamos:
O Ministério Público de Santa Catarina ofereceu denúncia contra 13 pessoas, em dezembro de 2014. José D’Agostini Neto foi denunciado por constituir organização criminosa, corrupção ativa, fraudar licitação e peculato, enquanto José Norberto D’Agostini por constituir organização criminosa, corrupção ativa, fraude em licitação e peculato.
Presos preventivamente até janeiro de 2015, o nome de um dos investigados apareceria no contrato com a Prefeitura, 6 meses depois:
Em 2019, a relação da Prefeitura com a Focalle continua de vento em popa: lombadas multando, Prefeitura faturando e “educando motoristas pelo bolso” e a prestadora de serviços recebendo muito bem pelo aluguel das máquinas de fazer dinheiro: em 28 de janeiro, um novo empenho surgiu na transparência do Município indicando um novo pagamento em aberto para a Focalle no valor de R$ 2.039.942,31. Negócios são negócios em Passo Fundo.
Em breve, dinheiro no caixa: 2 milhões para a Focalle, segundo a transparência da Prefeitura de Passo Fundo. Desde 2015, a empresa já levou R$ 9,4 milhões.
A Operação Ave de Rapina continua gerando desdobramentos. Em dezembro de 2018, o Ministério Público de Santa Catarina pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos. Segundo reportagem do jornal catarinense Notícias do Dia, os advogados da Focalle, nesta nova etapa, declaram que seus clientes estão tranquilos da inocência e que a quebra de sigilo bancário deles já foi prestada à justiça em outras fases da investigação.
Serenos com a defesa dos acusados, a prefeitura de Passo Fundo e a Câmara de Vereadores seguem no relacionamento com a empresa, em área sensível (trânsito) e lidando com com valores milionários. Ao que tudo indica, a relação segue bem. Como dizem os policiais dos filmes de ação americanos: nothing to see here, get out.