Com poucos dias de diferença, as discussões apareceram na imprensa e nas redes sociais. A disposição para debates ferrenhos pode ser 2020 já apontando no horizonte.
A coluna da jornalista Zulmara Colussi (Jornal O Nacional) divulgou a troca de mensagens indiretas entre o prefeito Azevedo e o ex-vereador – hoje deputado – Mateus Wesp. A discussão, em 3 tempos, demonstra a insatisfação do prefeito com os movimentos do PSDB local ao lançar pré-candidato para o executivo em 2020, face aos cargos que ainda ocupa na Prefeitura. Quando o deputado Wesp devolveu que nunca pediu cargos nesta parceria, o prefeito mandou de volta um “pediu sim! para ele e para outros!”. Tudo publicado na coluna entre os dias 30 de janeiro e 2 de fevereiro. O jornal não individualiza os links das colunas, mas as publicações podem ser vistas neste endereço.
Nesta quinta, 7 de fevereiro, chegou a vez do vereador Márcio Patussi. Crítico do sistema de bicicletas compartilhadas em Passo Fundo e autor de diversos posts sobre o assunto em suas redes sociais e pronunciamentos na tribuna da Câmara, levou uma resposta do prefeito em tom ácido, via facebook:
O vereador Márcio Patussi ataca o serviço de bicicletas compartilhadas, que atende mais de 20 mil pessoas por mês e custa aproximadamente 30 mil/mês. O gabinete do vereador também custa aproximadamente 30 mil/mês. O que é mais útil para a comunidade? O gabinete do vereador Patussi ou o sistema de bicicletas compartilhadas?
Além de usar uma ginástica numérica ao dizer que são feitas em média 666 “viagens” por dia nas infames bicicletas na cidade, o prefeito ataca o valor em reais do gabinete do vereador, um grave movimento contra o poder instalado no outro lado da rua no paço municipal. A afirmação foi baixa, rude e fora de proporção. Assim como o vereador, a Lócus também já apontou os problemas do sistema das bicicletas e suas implicações orçamentárias e até mesmo ideológicas.
Se na discussão indireta com o deputado o Wesp as chances de o prefeito estar coberto de razão (sim, o deputado foi CC da prefeitura e o PSDB teve diversos cargos até mesmo em secretaria, com altos salários) são altíssimas, no troca-troca com o vereador Patussi, Azevedo perdeu a linha. Não é isso o que se espera de um prefeito, especialmente de um político que permaneceu na encolha nos grandes temas polêmicos da política municipal, estadual ou nacional, quase sempre escondido atrás de postagens sem sal sobre suas ações, prêmios e obras, via de regra terminando frases com o bordão “Avante!” nos finais.
Vale lembrar que Patussi, Azevedo e Wesp são três socialistas. O leitor mais radical poderá dizer que são políticos debatendo sobre a melhor forma de gastar o dinheiro dos outros. Por trás dessas bravatas repentinas está 2020 no horizonte, com as forças políticas locais testando nomes para o executivo em uma eleição onde o prefeito campeão de votos não mais disputará, mas cairá atirando. Atirando o nome do seu sucessor. Torcendo a toalha destes combates, dois (ou três) candidatos já saem sorrindo: o próprio Patussi, o repórter policial Lucas Cidade e, quem sabe, até o próprio Wesp.