Recentemente, o prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo (PSB), proferiu palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Município, apresentando a evolução de alguns indicadores econômicos, sociais, educacionais e de facilidade para negócios da cidade ao longo dos últimos anos.
Diante de tantas informações, oferecemos aos leitores do Lócus Online a possibilidade de realizar um fact-checking, ou seja, a investigação da veracidade das informações, confrontando-as com as bases de dados oficiais. Tomamos como base os conteúdos reproduzidos no site da prefeitura de Passo Fundo, de forma oficial, e da própria CDL, uma vez que os slides não foram disponibilizados ao público.
ECONOMIA
1º) PIB do município entre 2013 e 2016 passou de R$ 3,9 bilhões para R$ 9,4 bilhões.
É fake!
Partindo do pressuposto de que os dados estão corretos, a variação acumulada no período seria de 141,0%. Devemos lembrar que esse cálculo corresponde ao conceito nominal, ou seja, os valores incorporam o aumento do nível geral de preços (inflação). Todavia, pela magnitude do crescimento, fica muito claro de que se trata de algo irreal: somente cidades com PIB muito pequeno conseguem atingir taxas tão altas, uma vez que a base de comparação é diminuta.
Quando consultamos as Contas Regionais do Brasil, do IBGE, vemos que os números de Passo Fundo são totalmente diferentes, conforme o gráfico abaixo. No mesmo período apresentado pelo Prefeito, o PIB do município passou de R$ 7,23 bilhões em 2013 para R$ 8,40 bilhões em 2016, ou seja, uma alta acumulada nominal de apenas 16,1%. Entre as maiores economias do estado do Rio Grande do Sul, Canoas registrou o maior incremento nesse ínterim: +74,7%.
PIB do município de Passo Fundo – Em R$ bilhões nominais
Fonte: IBGE / Contas Regionais do Brasil (tabela 5938 do Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA).
2º) PIB per capita de Passo Fundo é de R$ 36.928,90.
Atenção!
Tomando como verdadeiro os números comentados pelo Prefeito – PIB de R$ 9,4 bilhões e PIB per capita de R$ 36.928,90 – a população do Município, para que a conta feche, é de 254.543 pessoas. Contudo, esse valor difere muito da estimativa calculada pelo IBGE para o total de habitantes em primeiro de agosto de 2016: 197.798. Se aplicarmos a definição de PIB per capita utilizando as estatísticas do PIB e da estimativa da população, ambas do IBGE, chegaremos a um valor inclusive maior do que o apresentado originalmente em 2016: R$ 42.459,60.
3º) Passo Fundo tem a sexta maior economia do RS
Correto!
Passo Fundo ficou em sexto lugar no ranking das maiores economias do Rio Grande do Sul em 2016 (último dado disponível), atrás de Porto Alegre (R$ 73,4 bilhões), Caxias do Sul (R$ 21,1 bilhões), Canoas (R$ 19,5 bilhões), Gravataí (R$ 10,0 bilhões) e Novo Hamburgo (R$ 8,6 bilhões). Todas as informações são do IBGE, oriundas das Contas Regionais do Brasil.
4º) A geração líquida de emprego em Passo Fundo em novembro de 2018 foi de 1.129 empregos
É fake!
Em novembro de 2018, Passo Fundo gerou, em termos líquidos, 548 empregos formais, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Vale lembrar que o número já leva em consideração as declarações fora do prazo. No ano passado, o saldo fechou no azul (+1.192), bem como em 2017 (+926). No entanto, as demissões superaram as contratações nos anos de 2015 (-1.220) e 2016 (-709), marcados pela gravíssima crise econômica que atingiu o Rio Grande do Sul e o Brasil.
SAÚDE E LONGEVIDADE:
5º) O Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL) é superior ao de Caxias, Pelotas e Santa Maria.
Atenção!
Ainda que o ordenamento esteja correto, de acordo com o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, é necessário ter muito cuidado com a metodologia adotada por essa ONG. Em artigo publicado sobre o tema ainda em 2017, o colunista da Lócus Online, Jesael da Silva, desmentiu o próprio instituto que citava Passo Fundo “como a número 1 entre as cidades do Rio Grande do Sul para ‘envelhecer com mais saúde’”.
6º) Mortalidade infantil alcançou 8,9
É fake!
Conforme já abordado nesse texto, Passo Fundo registrou 26 óbitos infantis em 2016 (último dado disponível) para um total de 2.876 nascimentos. Isso representa 9,04 mortes de crianças a cada 1.000 nascimentos, segundo o Ministério da Saúde. Trata-se, portanto, de um número superior ao apresentado pelo prefeito.
EDUCAÇÃO:
7º) Taxa de analfabetismo de Passo Fundo é de 3,3%, inferior a de Pelotas (4,2%)
Correto, mas atenção!
O Censo Demográfico, conduzido pelo IBGE, mostra exatamente esses valores. No entanto, é importante lembrar que o último levantamento é de 2010, ou seja, se trata de uma estatística que nada diz respeito aos efeitos de políticas do prefeito Luciano, que tomou posse a partir de 2013.
CONCLUSÃO:
Como pudemos ver ao longo do texto, muitas das informações checadas não são verdadeiras, enquanto outras estão de acordo com as bases oficiais. É dever de qualquer autoridade pública apresentar os resultados de sua administração de maneira fidedigna, sejam eles bons ou ruins. Dessa forma, a população tem subsídios possa realizar suas avaliações com discernimento, impedindo a ocorrência de estelionatos eleitorais, tão nocivos à democracia representativa.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: