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A demissão de Roger Scruton: quando a razão é vítima da covardia

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Assim como o incêndio de Notre Dame é acontecimento simbólico da decadência do Cristianismo na França, a demissão de Roger Scruton será lembrada como o começo do fim do Partido Conservador britânico. Ao sacrificar o seu mais brilhante pensador e ideólogo, os atuais líderes do partido, que já amplamente demonstraram sua incompetência em matéria de prática política, agora explicitam a sua profunda covardia e inépcia moral.

No último dia 10 de abril o filósofo conservador britânico Roger Scruton foi demitido do seu cargo não-remunerado de presidente da comissão governamental Building Better, Building Beautiful (Construindo Melhor, Construindo Bonito). Scruton, que já tinha sido atacado pela máquina de destruição de reputações quando do seu apontamento em novembro do ano passado, resistiu à primeira onda de ataques e foi confirmado no cargo pelo Secretário da Habitação, James Brokenshire. Mas se há alguma coisa que a história nos ensina é que não há limites para a baixeza, a sordidez e a sem-vergonhice da esquerda, qualquer que seja a época, qualquer que seja o país onde ela atue. Desta vez, sob ataques ainda mais caluniosos e covardes do que antes, o filósofo foi demitido; e, pior, menosprezado por aqueles que justamente tinham o maior dever de defendê-lo e honrá-lo.

Assim como o incêndio de Notre Dame é acontecimento simbólico da decadência do cristianismo na França, a demissão de Roger Scruton, ao que tudo indica, será lembrada no futuro como o começo do fim do Partido Conservador britânico. Ao sacrificar o seu mais brilhante pensador e ideólogo dos últimos cinquenta anos, os atuais líderes do partido, que já amplamente demonstraram sua incompetência em matéria de prática política, agora explicitam a sua profunda covardia e inépcia moral. É como observar um ritual macabro: estão a lavar-se da culpa sentida pela própria letargia no sacrifício de um genial e leal combatente.

RELEMBRANDO A PRIMEIRA TENTATIVA

Em novembro de 2018, passados apenas três dias da nomeação do filósofo para a recém-formada comissão, a mídia esquerdista, com ajuda de alguns parlamentares do Partido Trabalhista, sem demora, ligou a máquina de destruição de reputações, apontando-a para Roger Scruton. A tática usada é velha: pinçar frases antigas de palestras ou artigos, tirá-las de contexto e fazer pose de escândalo histérico. Ainda que seja método batido, não deixa de impressionar aqueles de bom coração. Exemplo: em um trecho de uma palestra em que o filósofo condenava o antissemitismo existente na Hungria apontando que, entre outras coisas, dificultou a reunificação nacional, a frase “muitos dos intelectuais de Budapeste são judeus e fazem parte das extensas redes em torno do Império Soros” foi tomada como exemplo de que Scruton é antissemita.

A primeira tentativa de derrubar Scruton. Naquela oportunidade, o filósofo resistiu.

Na época, jornais de grande circulação deram eco às acusações. E num momento em que o Governo de Theresa May já se encontrava cambaleando ante tropeços por causa do Brexit, foi bonito de ver o Secretário da Habitação defender o filósofo e desmerecer as calúnias levantadas. Roger respondeu com bom humor prometendo lançar no seu site uma seção especial com o melhor de suas frases controversas e ‘ofensivas’ para poupar seus detratores do trabalho de ter que vasculhar a sua obra. Mas a generosa oferta não foi o suficiente para conter os canalhas.

DESSA VEZ, A VERDADE E A CORAGEM ÀS FAVAS

Em março Roger concedeu uma entrevista para a revista esquerdista New Stateman – por alguns anos, Roger foi o colunista especial de vinhos da revista. A entrevista foi requerida e conduzida pelo jornalista marxista George Eaton. “[Concedi a entrevista] pressupondo que, como ex-crítico de vinhos da revista, eu seria tratado com respeito e que o jornalista George Eaton estava sendo sincero em querer falar comigo sobre minha vida intelectual. Não pela primeira vez sou forçado a reconhecer que é um erro conversar com jovens esquerdistas como se fossem seres humanos responsáveis” escreveu Roger Scruton após sua demissão para a The Spectator num artigo intitulado ‘Um Pedido de Desculpas por Pensar’.

No dia anterior a publicação da entrevista, George Eaton escreveu em sua conta do Twitter que ‘o conselheiro do governo e filósofo Roger Scruton fez uma série de declarações ultrajantes’ durante entrevista que seria publicada no dia seguinte pela New Stateman. Em quatro tuítes, George pinçou citações do filósofo para pintá-lo como racista, islamofóbico e antissemita:

(1) “Cada chinês é uma espécie de réplica do outro e isso é algo muito assustador”.

(2) “Os húngaros estavam extremamente chocados com a repentina invasão de enormes tribos de muçulmanos do Oriente Médio”.

 (3) “[Islamofobia é] uma palavra de propaganda inventada pela Irmandade Muçulmana com objetivo de impedir a discussão sobre o problema”.

 (4) “Qualquer um que não saiba da existência de um império de Soros na Hungria não observou os fatos”.

Pouco importou que a publicação da entrevista no dia seguinte – e, há poucos dias, a publicação integral do áudio da entrevista – pôs as frases dentro de contexto. É incontestável que as frases (3) e (4), mesmo lidas fora de contexto, são simples verdades factuais e não podem – ao menos não sem afetação histérica – ser consideradas discriminatórias. A frase (2) seria no máximo uma inverdade já que na história recente a Hungria não recebeu imigrantes do Oriente Médio. Mas como o áudio depois revelou, Scruton se referia a invasão do Império Otomano nos séculos anteriores. De qualquer forma, o uso da palavra ‘tribo’ é demais para os ouvidos sensíveis da geração floco-de-neve. Em relação à frase (1), Eaton convenientemente exclui as frases precedentes: “Há algo bastante assustador no tipo de política de massa chinesa e na arregimentação do cidadão comum. Nós inventamos robôs e eles são eles. De certo modo, eles [o Partido Comunista] estão criando robôs a partir de suas próprias pessoas, restringindo o que pode ser feito. Cada chinês é uma espécie de réplica do outro e isso é algo muito assustador”. Ou seja, Scruton estava criticando a óbvia e inegável política de massificação do Partido Comunista Chinês. Que horror! No dia seguinte, quando confrontado com a verdade da frase no seu contexto, Eaton escreveu no seu Twitter que teve que editar as citações por ‘motivo de espaço’. Foi um prato cheio para o brilhante perfil satírico do Twitter da ‘feminista, ativista e poeta interseccionalista’ Titania McGrath, que ironizou fazendo troça: “Meu Deus! Se eu deletar 85 letras e rearranjar as restantes dessa citação, Roger Scruton está dizendo ‘Eu amo Hitler”.

Titania McGrath satirizou: “Nessa citação de Scruton, se eu deletar 85 letras e rearranjar as restantes, ele está dizendo ‘Eu amo Hitler’”.

A simples publicação destes tuítes, com as frases tal como supracitadas, foi o suficiente para, apenas cinco horas depois, o Secretário da Habitação anunciar a demissão de Scruton – o governo sequer esperou a publicação integral da entrevista. Sem uma ligação, sem uma comunicação oficial, sem possibilidade de defesa, Roger Scruton foi demitido por quatro tuítes escritos por George Eaton, um jornalista assumidamente marxista, que ainda no mesmo dia possuído por um orgulho infantil, publicou foto no Instagram bebendo champanhe, comemorando a demissão do filósofo. A incrível rapidez com que todo o episódio se desenvolveu leva a crer que o que houve foi um golpe orquestrado, mancomunado entre governo, parlamentares conservadores e o jornalista.

George Eaton comemora a demissão de Scruton: “Aquele sentimento quando você consegue demitir um racista e homofóbico direitista do governo”. Foto foi apagada em poucas horas.

Roger estava em Paris para promover a tradução francesa de Tolos, Fraudes e Militantes: Pensadores da Nova Esquerda, quando ficou sabendo da demissão. “Telefonei para casa, para descobrir que fui demitido de minha posição como presidente da comissão Building Better, Building Beautiful. Isso iria acontecer uma hora ou outra, mas fico surpreso em saber que é porque as histórias caluniosas sobre mim estão sendo recicladas. Como isso veio à tona? Eu devo ter dado uma entrevista em algum lugar! E então me lembro de um molequinho pretensioso do New Statesman que veio visitá-lo, dizendo que a revista queria escrever sobre meus livros” – escreveu Roger em outro artigo para a The Spectator.

A REPERCUSSÃO COVARDE DO PARTIDO CONSERVADOR

“Às vezes, um escândalo não é apenas um escândalo, mas uma biópsia da sociedade. E assim foi com o ataque a Roger Scruton”, escreveu Douglas Murray em matéria de capa da Spectator dessa semana: “vivemos na era do assassinato de caráter. O que agora desesperadamente precisamos é de uma contra-revolução baseada na importância dos indivíduos sobre as multidões, a primazia da verdade sobre a ofensa e a necessidade do pensamento livre sobre essa uniformidade insípida, estúpida e mal concebida”. Murray teve acesso à integra do áudio da entrevista – pode ser escutado aqui – e constatou outras armadilhas que George Eaton tentou armar. Entre elas, o fato de responder positivamente às afirmativas, como quem estivesse concordando com as proposições.

Se a demissão e a forma como foi feita causa repulsa, o episódio teve ao menos um efeito positivo: mostrou que diversos parlamentares conservadores, alguns aspirantes à posição de líder do partido, não tem a coragem que se exige de uma criança, quanto menos de um representante público. George Osborne, por exemplo, imediatamente após os tuítes de George Eaton, escreveu no seu Twitter: “Ontem, lideranças conservadoras com razão perguntavam o que eles podem fazer para se reconectar com a Bretanha moderna. Hoje, estas citações intolerantes deste homem bizarramente apontado como conselheiro. Como o governo pode manter Roger Scruton como conselheiro?”. Curvar-se às mentiras esquerdistas em prol do politicamente moderno é o que Osborne deseja para o ‘moderno’ Partido Conservador. Faltou combinar com o eleitorado: no último mês a intenção de voto no Partido Conservador caiu 10% enquanto os novos partidos pró-Brexit (UKIP e Brexit Party) já tem, somados, 13% da intenção de votos.

Outro que teve atuação vexaminosa foi James Brokenshire, o Secretário da Habitação que nomeou Scruton para o cargo. Em novembro, Brokenshire defendeu Scruton dizendo que ‘a má representação de suas ideias havia machado o seu caráter’. Desta vez, entretanto, não hesitou nem um segundo sequer em jogar Scruton aos leões sem oferecer razões. Quando pressionado, emitiu um pequeno comunicado institucional dizendo que Scruton havia dito ‘palavras inaceitáveis’. Quais? Nunca disse, nunca mais foi visto.

O candidato à liderança do Partido Conservador, George Osborne: “observações intolerantes do homem bizarramente nomeado como conselheiro”

 

Em uma entrevista de rádio dessa semana, Roger Scruton – que, aliás, nunca pediu para ser nomeado conselheiro do governo, mas sim aceitou a um convite que lhe foi feito – falou sobre a reação do Partido Conservador aos ataques que ele sofreu: “Eu sou um pensador conservador, conhecido como tal, franco e direto mas razoável nas minhas opiniões. E tem havido por todo o país e por toda a Europa uma tentativa de silenciar as vozes conservadoras. Somos identificados, caricaturados e, em seguida, demonizados, de forma que parecemos que somos um tipo de gente sinistra, fascista e racista. E assim que o Partido Conservador vê um de nós sendo demonizado dessa maneira, eles correm para se dissociar. Isso aconteceu. Nas mídias sociais apareceram todos os tipos de parlamentares dizendo: ‘Oh, ele não é um de nós’. E lá estou eu, na chuva. Minha única falha foi tentar defendê-los. E esse tipo de caça às bruxas das pessoas à direita é algo que está piorando. Acabamos de ver acontecer com Jordan Peterson em Cambridge. Pensadores absolutamente de primeira linha e que deveriam estar lá no debate, para que tenhamos um pouco de sua sabedoria… Mas estamos sendo excluídos”.

O ANTISSEMITISMO DA ESQUERDA

É importante compreender o contexto em que a demissão de Roger Scruton ocorre. Há algum tempo, o Partido Trabalhista tem sofrido com as denúncias de antissemitismo que aos poucos tem chegado a membros da alta cúpula e ao chefe maior do partido, o marxista adorador de tipos como Chávez, Maduro e líderes do Hamas, Jeremy Corbyn.

No início de março, parlamentares abandonaram por conta do antissemitismo (tratei sobre isso em vídeo). Recentemente, uma fita de áudio confirmou que um conselheiro próximo de Corbyn fez comentários amplamente antissemita em uma palestra pública – acusações que ele havia negado veementemente. Agora, já se sabe que Jeremy Corbyn agiu pessoalmente para encobrir denúncias e impedir que antissemitas fossem expulsos do partido. Nesse contexto, é quase inacreditável que parlamentares trabalhistas como Dawn Butler, que é conselheira próxima de Corbyn, comparem Scruton com ‘supremacistas brancos’.

É envolto nesse mar de desfaçatez e cretinice que Roger é alvo de acusações ridículas de antissemitismo, islamofobia e preconceito racial contra chineses. Mais vergonhoso se torna a covardia do Partido Conservador de sacrificar o filósofo que, como ele mesmo escreveu em artigo no The Telegraph, dedicou uma vida inteira de suporte e apoio intelectual, na tentativa de se livrar de acusações da horda do politicamente correto.

ROGER SCRUTON NO BRASIL

Roger Scruton, que recentemente completou 75 anos de idade, ganhou de presente do partido ao qual sempre ajudou uma demissão acompanhada da humilhação pública – justamente em um momento em que buscava novas formas de se comunicar com seus leitores. Recentemente, lançou o seu canal oficial no Youtube no qual promete publicar material exclusivo. Roger também tem ampliado os cursos de verão que promove em sua fazenda em Wiltshire – que ele carinhosamente chama de Scrutopia. Seus livros estão sendo reeditados e relançados não só no Reino Unido, mas também em outras partes da Europa.

Na última vez que estive com ele, em agosto do ano passado, conversamos sobre o Brasil e as eleições que se aproximavam. Contei a ele que havia uma grande possibilidade de o Brasil eleger o primeiro presidente conservador da sua história: “Então, talvez seja a hora de ir ao Brasil”, ele retrucou. No início do ano, fui informado de que ele de fato está indo ao Brasil. Entre o final de junho e início de julho, Scruton participará de palestras em Porto Alegre e São Paulo. Será uma oportunidade única de absorver um pouco do conhecimento desse genial filósofo. Se o conservadorismo britânico já não faz bom uso das suas cabeças pensantes, nós brasileiros precisamos urgentemente delas. Ainda mais quando se trata de alguém do calibre de Roger Scruton.

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A jornada da Balenciaga, marca que vai da defesa do aborto ao abuso infantil

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Balenciaga

Último ensaio da marca de luxo colocou crianças em imagens contendo produtos adultos e referências a algo que faria nosso título ser banido das redes sociais

A Balenciaga é uma daquelas marcas de luxo que vendem (preço no Brasil) jaquetas por R$ 34 mil e tênis de R$ 10 mil. Volta e meia, a empresa choca o público desse mercado com coleções exóticas que remetem a sacos de lixo ou produtos usados.

Com sede na França, a Balenciaga tem origem espanhola e é uma das principais marcas de luxo do grupo Kering, controlador de marcas como Gucci, Saint Laurent, Bottega Veneta, Alexander McQueen e outras. Com 42 mil empregados, o Kering teve um lucro de 17,6 bilhões de Euros em 2021.

Balenciaga e o abuso infantil

Ferramentas de promoção da coleção 2022/2023 da Balenciaga, duas campanhas publicitárias lançadas no dia 16 de novembro chamaram a atenção. A primeira, chamada “Gift Shop”,  usa imagens de crianças portando bolsas de ursinhos paramentados com acessórios do mundo BDSM e até uma faixa plástica similar às usadas em cenas de crime para isolamento aparece no cenário com o nome Baalenciaga (usando dois As), apontado por usuários na internet como referência a BAAL, demônio antigo que (adivinhem!) sacrificava crianças.

A segunda, ambientada em um ambiente de escritório de Nova Iorque,  tem fotos que deixaram transparecer papéis com cópia de processo da justiça americana sobre pedofilia e o  livro Fire From The Sun, de Michael Borremans, conhecido por mostrar gravuras de crianças nuas.

balenciaga abuso infantil

Site da Balenciaga com uma das fotos do ensaio Gift Collection, do fotógrafo Gabriele Galimberti.

Detalhe de outra imagem: criança deitada próxima a taças de bebida e acessórios da marca. Atrás, o ursinho sadomasoquista.

 

Depois do escândalo, o fotógrafo responsável pelo ensaio com os ursinhos declarou publicamente que estava “apenas tirando fotos” de um cenário montado por outras pessoas. Já a própria Balenciaga emitiu nota pedindo desculpas pelo ensaio, que as bolsas em formato de ursinho não deveriam estar no cenário com crianças e que removeu as peças de seus canais, além de tomar medidas judiciais milionárias contra os responsáveis pelo segundo. “Nós condenamos com veemência o abuso infantil de qualquer forma e defendemos a segurança das crianças e seu bem-estar” complementa a nota.

Parte do “notão” postado no Instagram em 28 de novembro sobre os ensaios com abuso infantil e referências à pedofilia…

balenciaga aborto

e a nota de apoio ao aborto para as funcionárias americanas em 28 de junho. Seis meses de diferença e a repetição das palavras.

Tweet do youtuber @shoe0nhead sobre o escândalo e suas milhares de curtidas. É só o começo.

Vinte e duas semanas antes, a Balenciaga publicou no Instagram uma forte defesa do aborto, chamado de direito humano da escolha, garantindo que suas funcionárias americanas terão despesas com procedimentos abortivos cobertas pela empresa. “Pela saúde e bem-estar da comunidade Balenciaga neste momento de incerteza”, eles disseram. A nota foi provocada pelas decisões da Suprema Corte americana à época (Revogação da Roe vs Wade).

O resultado

Além da atenção dada pela imprensa internacional, a marca vê celebridades tentando de alguma forma desvilcular a imagem após o escândalo. A mais famosa delas é Kim Kardashian, que vai lidando com o caso nota após nota, em um controle de danos que envolve base de fãs, mercado de influência e muito dinheiro. Já a “internet” em geral ferve em campanhas que querem cancelar a marca e até queimar (literalmente) os produtos.

Inaceitável

Então, uma empresa bilionária, que trabalha nos extremos da criação artística, lança não um, mas dois ensaios com referências a abuso infantil e pedofilia, de forma sutil ou descarada, pede desculpas, reconhece alguns “erros” e segue em frente? Não é bem assim. A seleta clientela deve tomar consciência sobre o significado da compra e endosso da filosofia da marca e até mesmo a Justiça dos países onde o grupo atua deve abrir o olho e descobrir a real cadeia de comando que permitiu tais experimentos. Sem trocadilho, a sociedade não pode deixar que esta moda pegue.

PS. Há muito mais na internet sobre referências ocultas nos ensaios, ampliadas para outras figuras ligadas à Balenciaga e suas influências. O Twitter está cheio de teorias e a comprovação dos fatos exige cuidado.

 

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A Saga de Sage: uma história cruel sobre a interferência do Estado nas famílias americanas

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A Saga de Sage

Uma adolescente retirada da família com anuência da escola e diversos órgãos federais americanos, tudo em nome da ideologia de gênero

 

Nota do editor: a história que publicamos aqui foi divulgada por Jordan Peterson em agosto de 2022 e faz parte do fórum Parents with Inconvenient Truths about Trans (PITT), lista que reúne famílias que trocam informações e sofrem na pele os problemas da ideologia de gênero nos Estados Unidos. Termos específicos da cultura americana foram substituídos na tradução para o português, para uma melhor clareza. 

A saga de Sage

Esta é a história de uma menina de 15 anos, Sage Lily. A autora, sua mãe adotiva – que também é sua avó -, quer que o mundo saiba o que está acontecendo com crianças identificadas como trans vulneráveis ​​como sua filha. Quando recebemos sua história, imediatamente a colocamos em contato com pessoas em nossa rede que poderiam ajudá-la e obter visibilidade de sua história com um público mais amplo. Estes fatos estão acontecendo agora; tire um tempo para ler esta história.

Eu sou a avó de uma menina de 15 anos, Sage Lily. Adotei Sage quando ela tinha apenas 2 anos de idade. Sage e eu moramos na Virgínia com meu marido.

Sage começou a passar por confusão de gênero na 8ª série. Até então, ela era uma aluna nota 10 que gostava de tocar piano e escrever poesia. Em sua pequena escola, como Sage me informou, todas as meninas eram bi, trans ou lésbicas. Em algum momento, a influência social a dominou. Ela disse aos seus amigos e professores que queria ser trans e que Sage não seria mais seu nome – ela pediu para ser chamada de “Draco” e referida como um menino. A escola aceitou e deu apoio, ação que é uma obrigação legal no estado da Virgínia.

Infelizmente, a escola não contou a mim, sua mãe legal, sobre nada disso – fiquei no escuro. Eu gostaria de ter sido informada. Se eu soubesse, esta teria sido uma história muito diferente.

Em agosto passado (2021), Sage começou a 9ª série na escola secundária local com sua identidade trans, sem que eu soubesse. Ela sofreu bullying e tornou-se extremamente vulnerável. Logo ela seria atacada na internet – um fato que eu só soube mais tarde.

Em 25 de agosto, ela fugiu de casa. Imediatamente notifiquei o xerife local. Seu caso rapidamente se agravou e o FBI e o US Marshall se envolveram. Sage foi vítima de tráfico sexual e levada da Virgínia para Washington e depois transportada para Maryland. O FBI e os delegados a encontraram em um quarto trancada na casa do criminoso às 22h do dia 2 de setembro. Eles me ligaram para me avisar e para me informar que eu poderia buscá-la na manhã seguinte para trazê-la para casa na Virgínia. Disseram-me que ela precisava passar a noite em um centro de detenção, pois estava sendo tratada no hospital, e precisava de um kit de estupro completo. Eu estava nervosa, como você pode imaginar, e perturbada por não ter permissão para vê-la imediatamente.

Cheguei ao centro de detenção bem cedo na manhã seguinte. No entanto, uma vez lá, recebi notícias surpreendentes e devastadoras – Sage estava sendo representada por um advogado de menores e não teria permissão para voltar para a Virgínia conosco, e eu não teria permissão para vê-la até que uma audiência no tribunal ocorresse. E, além disso, meu marido e eu seríamos investigados por “abuso” porque a chamávamos de “Sage” e não de “Draco”, e usávamos pronomes femininos em referência a ela, em vez de ele/dele.

Acusações de abuso foram feitas contra mim e meu marido e Sage foi colocada na UNIDADE PARA MENINOS do Lar Infantil – onde ela foi novamente abusada. Depois disso, ela foi colocada em uma sala privada. Novamente, não fui avisada de que Sage (com corpo feminino) foi colocada em uma unidade masculina. Então agora minha filha traumatizada havia sido sequestrada, traficada sexualmente e depois abusada sexualmente novamente enquanto estava sob os cuidados do Estado, em vez de retornar ao seu lar amoroso para se refazer. Em vez dos cuidados com o trauma que Sage precisava desesperadamente quando foi resgatada, ela foi manipulada e nossa família foi tratada injustamente. Em vez de obter a ajuda que ela merecia e precisava desesperadamente, ela estava fadada a experimentar ainda mais dor e sofrimento.

Após uma investigação do Serviço Social de Maryland e da Virginia, as acusações de abuso foram consideradas infundadas. No entanto, Sage ainda não tinha permissão para voltar para casa. Em vez disso, ela foi colocada no centro do palco para promover uma agenda política e de gênero para um defensor público de Maryland, claramente sem conhecimento do trauma causado pela exploração sexual de uma criança.

Uma típica jovem de 14 anos é emocionalmente imatura e luta com muitos problemas. Sage tinha problemas adicionais além dessas preocupações normais, pois havia sofrido um trauma grave antes dos dois anos de idade. Agora, com esse novo trauma de ser traficada sexualmente, ela estava ainda mais vulnerável. Apesar dos programas residenciais terapêuticos na Virgínia que estavam dispostos e aptos a aceitá-la, o defensor público de Maryland disse que Sage não poderia ir por causa da identificação trans. E o juiz do tribunal juvenil de Maryland concordou!

Em 8 de novembro de 2021, o juiz de Maryland finalmente liberou Sage para uma instituição na Virgínia. As autoridades recorreram logo no dia seguinte (indo contra a lei interestadual de custódia) e o estado de Maryland continuou a manter a custódia da minha filha, esperando colocar Sage em um lar adotivo em Maryland. Por quê? Porque eu a chamei de Sage, seu nome legal, e não de Draco. Neste caso, foi simplesmente porque meu marido e eu esquecemos – porque certamente, desesperados para ter nosso filha de volta, teríamos feito qualquer coisa, inclusive usar o nome Draco. Agora, nossa criança abusada, vítima de um crime federal de tráfico sexual, estava sendo enviada para um lar adotivo por causa da ideologia de gênero. Não há como interpretar que isso era do melhor interesse do meu filho.

Para piorar as coisas, um dia, em 12 de novembro, Sage não voltou ao abrigo infantil depois da escola. Ela tinha fugido novamente. A polícia, o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) e o FBI foram notificados.

Nesse ponto eu só podia esperar e rezar para que Sage não estivesse de volta nas mãos dos predadores. Eu rezei para que ela ainda estivesse viva. Todos deveriam estar procurando por ela. Em vez disso, o recurso de Maryland permaneceu ativo e os advogados se concentraram em usá-la para estabelecer jurisprudência para indivíduos transgêneros (esse advogado chegou a aconselhar minha filha que ela pretendia entrar com um recurso e, se isso falhasse, iria para a Suprema Corte !). Essa era a principal intenção do advogado de Maryland – e isso deveria ser realizado com o risco da saúde mental de minha filha e agora de sua vida.

Para meu horror, o delegado de Maryland descobriu que Sage havia sido enviada de Maryland para Dallas, Texas. Em 24 de janeiro de 2022, o Texas Marshal, pela graça de Deus, a encontrou em uma sala trancada onde, mais uma vez, ela havia sido abusada por um predador. Ele a usou para pornografia, vendeu seu corpo por dinheiro, a deixou com fome, espancou-a e a drogou. Foi um verdadeiro milagre que ela foi encontrada. Tantas crianças nunca são encontradas. Mas, sua exploração nunca teria acontecido se não fosse a intervenção do estado de Maryland.

Agora Sage está em uma instalação terapêutica residencial pelos próximos 1 ou 2 anos, dependendo de quão bem ela responde ao programa. Ela vai lutar com essas consequências para o resto de sua vida. Ela tem apenas 15 anos. Ela passou seu aniversário de 15 anos, 20 de outubro, em Maryland – e eu nem tive permissão para visitá-la. Chorei o dia todo naquele dia.

Eu quero compartilhar sua história com qualquer um e todos que vão ouvir. Eu sou apenas uma pequena voz para milhares dessas crianças que nossa sociedade está colocando em perigo ao aprovar leis que lhes dão mais direitos do que os pais que estão lá para protegê-las. Essas novas leis estão colocando crianças vulneráveis ​​como a minha em perigo. Essas crianças não são capazes de tomar as decisões com as quais têm poder, e os adultos estão intervindo para explorá-las, enquanto seus pais foram relegados à margem. O cérebro dessas crianças não está totalmente desenvolvido até os 25 anos! Estamos permitindo que essas crianças, escolas e instalações médicas mantenham legalmente informações em segredo dos pais. Isso é muito real e muito assustador. Eu deveria saber.

Precisamos nos tornar uma voz ativa e alertar as pessoas que a vida de seus filhos está em jogo – literalmente. Há predadores doentes por aí observando e esperando por essas crianças confusas. Nossa sociedade os está desviando ao permitir que essas leis sejam aprovadas. É uma questão muito real que merece muito mais atenção. Acha que isso não pode acontecer com você? Pode. Ajude compartilhando a história de Sage.

Os destaques são nossos. Link para a postagem original, em inglês, aqui: The Saga of Sage.

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Ernesto Araújo é convidado para explicar apoio brasileiro ao Plano de Paz de Trump

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Conforme divulgado pelo site de notícias do Senado Federal, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou na quinta-feira passada (6) um convite para que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, preste informações sobre a posição brasileira em relação ao plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o conflito entre Israel e Palestina. A data da audiência pública ainda não foi definida.

Depois de estreitar os laços da Coreia do Norte com o Ocidente, algo antes nem sonhado por Barack Obama, o democrata que inclusive foi agraciado com Nobel da Paz, agora Donald Trump quer dar um rumo para um conflito que se estende desde a fundação do estado de Israel. O plano divulgado pelo governo norte-americano no dia 28 de janeiro prevê o reconhecimento de Israel e Palestina como estados soberanos.

De acordo com o plano, Jerusalém permaneceria indivisível como capital israelense, enquanto o povoado de Abu Dis abrigaria a capital do Estado Palestino. Lideranças palestinas criticaram a proposta, considerando que ela favorece os interesses de Israel. Ainda, estabelece a soberania israelense sobre boa parte do vale do rio Jordão, a oeste da fronteira com a Jordânia. Este território engloba partes da Cisjordânia, região de maioria palestina que é reivindicada como parte do Estado palestino. Trump anunciou o plano na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que historicamente defende a anexação do Vale do Jordão por Israel (imagem).

No seu pronunciamento, o presidente norte-americano apontou que será uma solução realista para os dois Estados, sendo que, assim, nenhum palestino ou israelense “será retirado de suas casas”. A proposta também inclui um investimento comercial de US$ 50 bilhões, que geraria, segundo Trump, 1 milhão de empregos para os palestinos nos próximos dez anos.

No entanto, a proposta não está sendo vista pelos mesmos olhos do lado palestino. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, criticou e recusou nesta terça-feira, 11, perante o Conselho de Segurança da ONU, o plano de paz para israelenses e palestinos proposto pelos Estados Unidos. Na sua avaliação, o plano não proporciona soberania ao povo palestino.

O apoio brasileiro foi imediato. É notório o estreitamento dos laços do presidente Jair Bolsonaro com EUA e Israel. O autor do requerimento de convite para o ministro Ernesto Araújo é o senador Esperidião Amin (PP-SC). Ele destacou que, um dia após a apresentação do plano, o Itamaraty divulgou uma nota de apoio à proposta de Donald Trump. “Trata-se de iniciativa valiosa que, com a boa-vontade de todos os envolvidos, permite vislumbrar a esperança de uma paz sólida para israelenses e palestinos, árabes e judeus, e para toda a região”, destaca a nota do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.

Para Esperidião Amin, a postura do Itamaraty representa uma “mudança de posição”: “O Brasil tem uma história de relação tanto com Israel quanto com a Palestina. Nenhum país do mundo tem uma relação tão diplomática, tão intensa. Chamar o ministro para explicar essa mudança da posição do Brasil não significa contestar. Mas ignorar isso, creio que seria uma irresponsabilidade”.

O presidente da CRE, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que o ministro Ernesto Araújo se dispõe a participar da audiência pública.

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