Falhas no sistema colocam em suspeita o bom uso do dinheiro público na área da comunicação da Câmara. Desculpas esfarrapadas não colam.
O ano é 2019 e até mesmo as crianças brincam de fazer transmissões ao vivo nas redes sociais. Sua sobrinha de 13 anos transmite para o mundo as aventuras do cachorro da família no Facebook, mostra as novidades das viagens no Instagram e brinca com efeitos de troca de rostos no Snapchat. Na Câmara de Vereadores, tudo é muito mais complicado.
Na tarde da segunda, 10 de junho, um comunicado na página oficial da Câmara de Vereadores no Facebook continha o seguinte texto:
#CMPF #AoVivo
Falha no servidor impede a transmissão ao vivo da sessão
Excepcionalmente, nesta segunda-feira (10), estaremos sem a tradicional transmissão pelas plataformas digitais (Facebook e Site), devido a instabilidades no servidor que mantém a transmissão ao vivo das reuniões plenárias da Casa Legislativa.
Estamos trabalhando para readequar todo o sistema de transmissão para voltar suas atividades na sessão plenária da próxima quarta-feira (12).
Agradecemos pela compreensão e lembramos que a Sessão Plenária vai ao ar, normalmente, no canal 16 da Net a partir das 20h.
Reprodução da postagem no Facebook.
Esta conversa repleta de jargões técnicos pode comover boa parte do público, mas as coisas não são bem assim.
Basta um simples notebook com internet e uma placa de captura de vídeo para que a transmissão ao vivo da Câmara seja realizada. Melhor dizendo, para que qualquer transmissão ao vivo nas redes sociais seja realizada no Facebook e no Youtube. Não existe a nomenclatura “servidor” quando o assunto é streaming (a tecnologia de transmitir vídeo e áudio pela internet).
Esta pequena placa é conectada ao computador através da porta USB (onde você coloca o pendrive) e os requisitos técnicos para o computador e os conhecimentos mínimos para o operador são intermediários.
Acima: o “caríssimo” universo das placas que possibilitam a transmissão de vídeo pela internet.
Em último caso, no modo desespero, um notebook com webcam faz todo o serviço. Sim, aquela tecnologia dos anos 90.
Sabidamente, não há problema financeiro na Câmara – visto que o orçamento para comunicação é um dos mais altos do Rio Grande do Sul. O assunto foi abordado recentemente na Lócus, confira neste link.
Dos computadores, nem se fala: a Câmara tem vários equipamentos. Pessoal, também não. No organograma, estão auxiliares e até um Analista de Sistemas. Fora os funcionários dentro da empresa que presta serviços para a própria TV Câmara.
Bem planejado, é coisa para apertar um botão e transmitir.
Não sabemos o real problema que afastou o cidadão das imagens da Câmara nesta segunda, mas é coisa para uma estrutura que custa menos de R$ 5.000,00 que poderia ter completa redundância, para o caso de defeito, deixando a falha irreparável apenas para as próprias redes (se o Facebook e o Youtube realmente ficassem fora do ar) ou eventos catastróficos na internet brasileira. Coisa que não é impossível, mas cada vez mais rara.
Os responsáveis superiores da Câmara precisam urgentemente de duas coisas: falar sério sobre os problemas que afetam o setor de tecnologia da casa (transmissão ao vivo é apenas um deles) e saber como gastar de forma satisfatória o nosso dinheiro dos impostos.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: