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Acordo UE-Mercosul expõe rede de intrigas contra o Brasil e o governo Bolsonaro

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Dados duvidosos são endossados pela Anistia Internacional e vão parar nas argumentações das associações de produtores europeus, formando uma extensa rede de desinformação

O Brasil e a União Europeia estão em guerra. Enquanto governo e setores do agro comemoram o acordo UE-Mercosul, do lado de lá, produtores, políticos e entidades de classe protestam contra a entrada de produtos brasileiros no continente, nas ruas e na burocracia.

A European Milk Board (EMB), entidade que representa produtores de leite na União Europeia, vem postando duras críticas ao acordo comercial, ampliando a discussão até mesmo para problemas de direitos humanos.

Alegações de problemas sanitários em nossos produtos são comuns no comércio internacional. Com muito jogo de cintura, o agro brasileiro vai aparando as arestas e esclarecendo os mercados sobre nossas práticas. Agora, a guerra vai além: em publicação recente no site da EMB, Sieta van Keimpema – presidente da entidade – disse que “a negociação com o Brasil é verdadeiramente inquietante, dada a situação como o governo trata as questões sobre direitos humanos e políticas ambientais, motivo de críticas no mundo todo”.

Nós questionamos a entidade por e-mail sobre a origem dos dados que embasaram estas declarações. A resposta veio rápido e, como de esperado, a EMB diz que usa os relatórios da Anistia Internacional para se orientar sobre o Brasil.

A Anistia Internacional (Amnesty International) é uma ONG fundada em 1961 na Inglaterra. Atuante na defesa dos direitos humanos, tem 7 milhões de apoiadores e presença em mais de 150 países. Define-se como “independente de qualquer governo, ideologia política, interesse econômico ou religião”. Curiosamente, na lista de causas onde a ONG atua fortemente, estão a luta contra o armamento, defesa de direitos reprodutivos das mulheres (leia-se aborto) e diversas pautas de grupos LGBT. No Brasil, já em 1972, lançou um relatório sobre tortura. Há ideologia nas escolhas das batalhas da ONG, sem dúvida.

Bônus: leia aqui a carta aberta da Anistia Internacional para o governo Bolsonaro, com recomendações na área de direitos humanos. O documento é assinado pela diretora executiva Jurema Werneck e por Erika Guevara-Rosas, diretora da Anistia Internacional para as Américas.

Décadas de atuação e reconhecimento mundial não significam critério na coleta de dados. A Anistia Internacional, em seu último relatório de atividades (Informe 2017/18), usou dados do Grupo Gay da Bahia, célebre por ter métodos duvidosos para a geração de números sobre violência contra homossexuais. No parágrafo “Direitos de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexos”, cita que “277 pessoas LGBTI foram assassinadas no Brasil entre 1 de janeiro e 20 de setembro, o maior número registrado desde que o grupo começou a compilar esses dados em 1980.” O método usado pelo grupo baiano para inflar estatísticas está bem documentado neste estudo da Liga Humanista.

 

A Anistia Internacional é parceira da Rede Globo e do Instituto Alana na produção de uma série de TV ambientada na Amazônia. No site da ONG, o destaque da sua diretora sobre a obra:

“Defender os direitos humanos é uma atividade de extremo risco no Brasil. Isso precisa mudar imediatamente e esta mudança passa pela realização de um amplo debate na sociedade sobre a importância das pessoas que buscam fazer a diferença e atuam por uma causa em que acreditam. ‘Aruanas’ vem contribuir com a desmistificação sobre os defensores e as defensoras de direitos no país”.

Jurema lembra ainda de Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro assassinada junto a seu motorista quando retornava para casa de uma atividade no Centro da cidade. Assim como as protagonistas de “Aruanas”, Marielle foi uma mulher que dedicou a vida à defesa dos direitos humanos.

“Não podemos esquecer que já se passaram 15 meses desde o cruel assassinato de Marielle Franco, e ainda seguimos perguntando: quem mandou matar Marielle, e por que?”, ressalta Werneck.

 

Outros parágrafos são dedicados aos tópicos seguintes: excesso de violência das forças policiais, propostas de “retrocessos” (nós sabemos quem usa esta palavra) com redução da maioridade penal, proibição de aborto e diminuição de direitos trabalhistas. Para não dizer que não viu nada de positivo no período 2017-2018, o relatório elogia a melhora dos direitos dos imigrantes (nova Lei de Imigração).

 

Aborto livre na Argentina: uma das lutas da Anistia Internacional. Uma entidade abortista pode ter bons olhos para o governo atual?

 

De alguma forma, este conjunto de apontamentos na área de direitos humanos repletos de grandes sucessos da militância internacional de esquerda, foram encarados como preocupantes lá no outro lado do mundo, colaborando como ingrediente para debates e inflamados discursos nas ruas das principais capitais europeias. Seguindo o fio, a estatística nonsense baiana virou dado sério no velho continente. Mais do que nunca, a situação exige do governo brasileiro mão firme e defesa veemente do país, expondo na comunidade internacional a verdade e a natureza das críticas (e de seus críticos).

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