Questionário circulou pela internet entre 7 e 14 de agosto, recebendo mais de 2.300 participações.
Com o devido aviso de “sem valor científico”, circulou pelas redes sociais a enquete que ofereceu alguns nomes de destaque no cenário político local e a opção de digitar algum possível candidato não lembrado pelos organizadores. Organizada pela agência Persona Política (por sua vez da Agência Moka Digital), recebeu 2.347 participações.
O resultado
No topo da preferência das pessoas que participaram da enquete está Rodinei Candeia (PP), com 493 votos (22,48%), seguido por um distante segundo lugar de Patric Cavalcanti (DEM), com 286 votos (13,04%). Márcio Tassi (PTB) garantiu o terceiro lugar, com 232 votos (10,58%).
Tchequinho, vereador do PSL e abertamente pré-candidato, não foi colocado como opção na pesquisa, recebendo 17 votos no espaço dedicado aos “Outros” no formulário. Já os 65 votos para o candidato “Partido Novo” mostram um grupo organizado participando da enquete, mas ainda sem nome para colocar na rua.
Faltando cerca de um ano para a campanha eleitoral de 2020 e com um eleitorado ainda morno em relação a questões locais, esta enquete representa, acima de tudo, a capacidade de movimentação na internet dos candidatos. Os perfis com maior engajamento que divulgaram o link para a enquete no Facebook ou mandaram via WhatsApp para os amigos “pedindo voto”, levaram a dianteira. Claro que uma parcela dos votantes participou por vontade própria e sem vínculo com amigos candidatos, mas deve ser bem menor.
Estranha foi a baixa capacidade de movimentação de Márcio Patussi, do PDT, escolha de 158 participantes. Vereador e dono de 12.377 votos locais nas eleições de 2018 (15.064 no RS) quando concorreu ao cargo de Deputado Federal, sendo o mais votado de Passo Fundo. Neste mesmo pleito, o estreante Rodinei Candeia fez 8.757 votos só aqui na cidade (23.839 no RS). O desempenho baixo de Lucas Cidade, mesmo com toda a promoção proporcionada pelo trabalho em Porto Alegre com um deputado e a carreira no rádio, também é notável.
Os dois líderes da enquete mostram popularidade na internet e movimentação política ativa. Patric vem com votação decrescente na Câmara (2.335 votos em 2012 e 2.198 em 2016), mas é um vereador ativo que investe em divulgação dos seus atos. Ideologicamente, pende para a direita no marketing e recentemente se aproveitou da posição de Onyx Lorenzoni no governo Jair Bolsonaro. Rodinei, célebre combatente da esquerda (pelo menos na questão da demarcação de terras indígenas, assunto que lhe deu muita fama), quando entrou na política partidária para concorrer a um cargo, parece que adoçou a alma e começou a sorrir demais.
Das léguas que separam uma enquete de uma eleição de verdade, fica a temperatura para o momento. Dois possíveis candidatos na frente. O primeiro, Procurador do Estado (e atualmente chefe jurídico na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo) com longa e qualificada carreira, com recente estreia nas urnas. O segundo, vereador de carreira por três mandatos e conhecedor dos caminhos da política local.
Por força de justiça, vale lembrar que a empresa organizadora da enquete é ligada a Rodinei Candeia, parceiros de serviços durante a campanha de 2018. O trabalho foi bem realizado e o público aderiu. Que venham outras (desta vez, com mais opções).