Trazido pelo filósofo Olavo de Carvalho em meados dos anos 90, o conceito de globalismo foi alvo de estudos e debates – e por que não de polêmicas? – que envolveram a formação da nova direita, que viria a surgir como movimento cultural e político no Brasil. Desde lá, a contínua influência de atores internacionais amparados por grandes organismos internacionais, como a ONU, permeiam ações e pautam dentro do nosso País discussões públicas que são capitaneadas por agendas mundiais culturais conhecidas e que tentam de certa forma influenciar a vida de todas as camadas da sociedade brasileira.
Tem-se por globalismo a imposição de agendas políticas mundiais sobre culturas locais, envolto de um suposto progresso. A teia, para tanto, é vasta e complexa, e tem punches orçamentários às vezes maiores que a de muitos países, e tem na transversalidade das suas ações a capa de invisibilidade que os torna dramaticamente perigosos.
Quem nestes últimos 20 anos não assistiu a mudança de costumes, dos mais elementares até os complexos, sob o mantra da palavra “evolução”? “Agora as coisas são assim”, diz o comum em uma mesa de bar; “o mundo mudou”, fala o impotente cidadão ante a um monstro que os engole sem que ele sequer tenha a chance de ter reação.
Este é o globalismo, ou seja, é a massa de novos códigos comportamentais que invadem a vida dos cidadãos a partir de canais culturais e políticos. As agendas que permeiam esse enredo, normalmente, são sempre de repadronização: desvirilização do homem, desconstrução da sexualidade natural, descristianização do Ocidente e acensão do meio ambiente como novo vetor religioso, são alguns dos principais vetores da plataforma politica comportamental. A elevação de novas linguagens – que funcionam como ferramenta de divisão da célula-mater familiar – aos códigos penais dos estados-nação, são sempre o meio necessário para que o fim, isto é, a mudança de comportamento, aconteça.
A UNESCO codifica estas ações na área da educação. Conselhos produzem resoluções. Praticamente tudo que sai da ONU são batutas normativas adotadas por sistemas judiciários, salas de aulas e emanadores culturais em quase todo Ocidente. Não há, por exemplo, um filme elencado para prêmios como o Oscar que não esteja de acordo com estes comandos. O ápice dessa catarse normalmente se dá em ambientes lacrados pela beautiful people, bem longe dos comuns, tidos como bárbaros de um mundo que não pode existir mais.
Feito esse breve relato sobre o significado e abrangência do globalismo, podemos concluir que passa batido por grande parte da população ocidental mundial que mudanças artificiais estão sendo perpetrados desde cima, passando por cima de culturas e até de estados-nação. Um verdadeiro top down cultural planejado por uma elite politica mundial.
No caso do Brasil, funcionamos durante boa parte das três últimas décadas como laboratório principal de algumas destas agendas, em destaque da ambiental, por tudo que o País representa em termos de riqueza natural. Os olhos de quem lá atrás pensou em substituir Jesus por Gaia encontram no Brasil, mais especificamente na Amazônia, o lugar perfeito para que esse novo imaginário viesse à tona. Nesta toada, um sem-número de ONGs se estabelece na Amazônia. Aliado a esta ocupação, a união desses organismos com tribos indígenas dotadas de grandes áreas na floresta faz com que houvesse pequenos Estados dentro do Estado brasileiro, onde o acesso só é permitido para estrangeiros e índios, estes últimos, pagos e levados a crer que os “novos parceiros” querem ajudá-los na preservação de suas áreas e não em política e extração de bioinformação.
Com a chegada do projeto liberal-conservador ao poder no Brasil em 2019 e com a nomeação de Ricardo Salles para o ministério do Meio Ambiente, este conglomerado de ONGs vê-se ameaçado. Tanto pela questão econômica, pois elas alimentavam-se de verbas públicas transversalmente, quanto no âmbito de apoio legal que existiam em governos anteriores. Interessante frisar que essa “parceria” não surte efeitos práticos significativos, já que um dos picos nos números de desmatamento e queimadas ocorre justamente na gestão do ícone do ambientalismo brasileiro: Marina Silva.
Marina Silva, que durante muitos anos foi considerada uma das principais porta-vozes da causa ambiental: na sua gestão do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil teve picos de desmatamentos e queimadas.
Passados alguns meses desta nova relação do governo com estes meios de ação políticos internacionais em meio a selva amazônica, o trunfo que seria o desgaste internacional do projeto vê-se ameaçado pelo estrondoso sucesso do Brasil no G-20. Acordos bilaterais, em bloco e muitos avanços no cenário ligaram a luz verde do ativismo. Em meio a isso o Ministro Ricardo Salles faz um pente fino no corrupto “Fundo da Amazônia”. Os dutos bilionários das ONGs estavam prestes a serem expostos.
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, sai fortalecido dessa crise de histerismo internacional: Fundo da Amazônia e ONG’s internacionais serão investigados.
Dias após, o INPE, aparelhado desde sempre, solta um dado controverso sobre as queimadas no Brasil: o número de 86% de crescimento nas queimadas aparece como uma ferramenta para anular o êxito internacional. Logo de cara, o número é rechaçado pela Presidência da República, e o INPE emparedado como meio de ação política pelo Executivo. O presidente do órgão é demitido. Estava claro que a tentativa de abalo de imagem viria pelo meio ambiente.
Passadas algumas semanas, o hoax artificial sobre a Amazônia tem uma crescente de forma tímida, até que, uma nuvem negra nos céus de São Paulo, causada por questões climáticas e de alguma maneira somada a severas queimadas vinda da Bolívia, vira o argumento tangível para sacramentar a pós-verdade: “a Amazônia está em chamas”. E menos de 48 horas, fotos fakes, números falsos e todo condão ambiental mundial fazem do governo brasileiro o “inimigo do pulmão do mundo”. O presidente francês, Emanuel Macron, avança e produz uma das maiores fake news da atualidade. Seguindo o curso natural da pós-verdade, artistas e celebridades mundo afora atacam o Brasil com o mesmo subterfúgio de Macron, fotos falsas e informações fraudadas. Estava sacramentada a narrativa, que ganha a força das mentiras repetidas que já abalaram a humanidade.
O cidadão comum brasileiro, que até então já tinha tido algum contato com narrativas globalistas, percebe que nessa questão da Amazônia tem algo errado: “como tanta mentira foi tão longe?”; “por que o Brasil está sendo duramente atacado em meio a normalidade?”; “basta divulgar fotos falsas para virar verdade?”. Assustados com a força gigantesca das fake news capitaneadas por Macron, até improváveis desmentidos como o de Jorge Pontual apareceram: a pós-verdade teria ido longe demais.
Com este cenário, a janela de percepção do que é o globalismo se abre para o médio, aquele que não tangia a teia global agora a percebe com facilidade. Os mercados caem, o rolo compressor da mentira só é parado pelas corajosas declarações de ministros do governo.
A realidade é taxativa: não há nada de fora das médias regulares que esteja acontecendo na Amazônia. Tudo passa por Infowar e disputa de espaço político. As ONGs, outrora pujantes no avanço territorial, se veem com seu projeto interrompido. De quebra, a França, receosa das consequências de acordos de comércio com o Brasil (grande produtor de alimentos), tentou pautar o assunto com segundas e terceiras intenções. É o Brasil no olho do furacão globalista mundial.
No entanto, a reação popular é a melhor possível, com o cenário fake em mente, a galhofa, o humor e muita batalha de informação logo recoloca os fatos no lugar. O Presidente da República capitaneia o processo e busca apoio do seu maior aliado no cenário internacional, Donald Trump, um inequívoco inimigo do globalismo. Alguns líderes da própria Europa começam a perceber que Macron teria feito um movimento não só brusco, como de grave interferência na soberania brasileira, deixando assim o líder francês sozinho com seus ataques coordenados.
O Brasil reage ao globalismo pelas mãos dos mais simples, daqueles que percebem que a objetividade dos fatos é maior do que as narrativas geradas, e que as versões de realidade não existem se não como meras mentiras repetidas e disseminadas.