Não é de agora, pelo menos não para os alunos do Curso Online de Filosofia do Olavo de Carvalho, que o posicionamento do filósofo brasileiro estava claro quanto à sucessão de eventos que desencadearam o Impeachment de Dilma Rousseff. Para Olavo, o Brasil perdeu uma oportunidade de ouro de derrubar todo o establishment que abocanha a política brasileira desde o considerado “Período Democrático” (1986 – dias atuais): o povo estava nas ruas, mas faltou uma liderança que pudesse coordenar o coro daqueles milhões de inquietos. Como os espaços acabam sendo ocupados de alguma forma, o Movimento Brasil Livre (MBL) postou-se no papel de interlocutor – o que, naquele momento, fez com certa desenvoltura. No entanto, seguindo o entendimento de Olavo, “a cabeça de Dilma foi entregue para que o restante da classe política fosse salva”. O MBL, hoje, ao menos politicamente, está mais para um tentáculo do famoso “centrão”.
Pode-se dizer que Michel Temer, vice de Dilma, foi “tolerado” – e tão somente tolerado – por todos aqueles que já não suportavam mais um dia sequer do Partido dos Trabalhadores no comando (direto) do país. Mesmo assim, é um exagero dizer que sobre o MDB de Temer, Sarney, Renan Calheiros e tantos outros caciques da velha guarda política restasse qualquer sinal de mudança significativa. Novamente, não há como tirar a razão de Olavo: a cabeça de Dilma havia sido entregue como prêmio de consolação para que todo o resto se mantivesse intocável.
A vitória de Bolsonaro era dada como certa no entendimento dos mais esclarecidos. Foi a Grande Mídia, as universidades e uma classe de artistas que já ninguém mais suporta que se valeram de todos os meios possíveis para ridicularizar a iniciativa, apontando como “certa” a derrota do Capitão. Em certo sentido, foi o mesmo que fizeram com Trump nos EUA. Ousam dizer alguns, naquele rol de justificativas, que a tentativa de assassinato sofrida até serviu para alavancar os números das pesquisas eleitorais que já brasileiro nenhum mais acredita. A verdade é que o PT, mesmo como seus milhões arrecadados de propina dos seus anos de poder, não conseguiu fazer frente ao coro das vozes das ruas, sobretudo quando a Lava Jato começou a fazer algo dado por impossível até então: colocou políticos e empreiteiros na cadeia.
Mesmo assim, Bolsonaro é apenas um homem. Os anos de PT (e da velha guarda política) causaram danos irreversíveis sobre uma série de setores da sociedade brasileira: já não temos uma imprensa confiável, já não temos universidades que realmente ensinam, já vivemos uma situação de violência que amaldiçoa gerações de brasileiros. O mal criou raízes sobre todos os setores possíveis. Nem mesmo no STF, o “guardião da Constituição”, já podemos confiar: ser visto ao lado de um dos ministros é sinal de pouca virtude.
A despeito da vitória de Bolsonaro, Olavo sempre insistiu na necessidade uma militância bolsonarista capaz de dar suporte às medidas adotadas pelo Presidência. Muitos deixaram de ser alimentados pela boca do governo, gerando uma leva de revoltosos (nem é preciso dizer que são sindicalistas, militância esquerdista, universitários, Grande Mídia, artistas da Globo). Para Olavo, a política não é uma luta de ideias, mas de pessoas e grupos; portanto, não é no bate-boca que o Brasil vai ganhar um rumo.
Qual é a ação, o que temos que fazer? Uma das críticas que Olavo faz é direcionada aos grupos de direita, que sofrem de “ejaculação precoce”, pulando etapas decisivas não só da própria formação, como também de atuação. “No Brasil, querem pular direto para a ação, sem entender que as coisas precisam de amadurecimento”. De acordo com o filósofo, a esquerda passou décadas criando grupos de discussões e atuando nas sombras. Só depois é que começaram a agir nos seus respectivos meios. É muito comum, e todos conhecem alguém assim, que lê frases soltas de conservadores e saem “vomitando” opinião, sem compreender o contexto ou o pensamento por detrás de uma frase. Quantos foram aqueles que mal passaram das primeiras páginas do “Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota” e se postaram como porta-vozes da direita nacional?
Nesse sentido, embora o Brasil tenha elegido um representante conservador, não é possível que o trabalho do mesmo seja realizado sem o suporte de uma base de militantes. Militantes não são as massas, mas aqueles líderes capazes de coordenar as massas. Não são apenas pessoas que pegam os microfones em passeatas, mas advogados, jornalistas e demais profissionais que estão entendendo o que está acontecendo e são capazes de identificar soluções nas suas respectivas áreas. São pessoas treinadas para dirigir movimentos de massa.
“A classe jornalística é a grande inimiga do Brasil, pois ela está identificada com o Foro de São Paulo, trabalha para o Foro”. Para Olavo, o organismo reúne a força do esquerdismo da América Latina, é o coração da ideologia de esquerda, que tem o controle integral da mídia e das universidades. Olavo sempre comentou que, desde a década de 90, vem alertando grupos militares sobre a necessidade de agir processualmente sobre os assassinatos de reputação que ocorrem a partir dos meios jornalísticos. Ainda, um grupo de advogados deveria se formar para fiscalizar o trabalho mentiroso que circula na imprensa.
A hora é de militância pró-Bolsonaro…
“No Brasil, como vocês sabem, é preciso explicar, depois desenhar a explicação, depois explicar o desenho, e daí desenhar a explicação do desenho, isso porque, nesse país, ninguém perde a oportunidade de ouro de não entender alguma coisa”. É com esta frase que Olavo de Carvalho inicia o segundo vídeo após a enxurrada de críticas recebidas pela postagem anterior. Para os críticos, não faz sentido não poder divergir de Bolsonaro. E isso também é uma fala comum nos grupos de direita: “Não é por que votei no Bolsonaro que não posso criticar os erros”.
Olavo insiste: “Militância não é uma massa que segue alguém. Militância é quem mobiliza a massa e a dirige. São pessoas treinadas para dirigir movimentos de massa […] Sem esse suporte, é como colocar Bolsonaro no meio de leões para ser destruído. E é o que tem acontecido”.
Uma discussão corrente nas redes sociais, até mesmo alvo de protestos nas ruas, é sobre o alto grau de rejeição sofrido pelos ministros do STF. Para Olavo, o STF, nesse sentido, é um órgão da esquerda, formado desde os tempos de faculdade desses ministros. Ou seja, os ministros não comandam a esquerda. O Supremo, por assim dizer, é apenas um dos tentáculos.
Inimigos são de carne e osso. Não é “corrupção”, “terrorismo”, mas os grupos que dirigem esse processo. É preciso compreender quando o filósofo disse no vídeo anterior que “a política não é uma luta de ideias, mas de pessoas e grupos”. Tipos como Haddad, Manuela D’Ávila, José Dirceu, Lula, jornalistas, juízes militantes, professores universitários e demais pessoas que dão suporte ao movimento de esquerda é que precisam, um a um, ser condenados pelas próprias mentiras que contam, por separar brasileiros e por espalhar pelo mundo as mais inaceitáveis maldades sobre os novos rumos do Brasil. Quem você acha que espalhou essa história da Amazônia pelos quatro cantos do mundo, afinal? Quem vinculou a imagem de Bolsonaro a de líderes nazifascistas? Quem cria distinções entre brasileiros para que lutem uns contra os outros? São exatamente esses agentes da esquerda.
A liderança pessoal de Bolsonaro foi a força da direita, indiscutivelmente. Quando deputado, passou décadas falando sozinho no Congresso e sendo um “cão de guarda” das ruas naquele ambiente inóspito. Por tudo aquilo que foi construído e está em andamento, é necessário que pessoas e grupos deem mais de si e amparem as ações em andamento que estão colocando novamente o Brasil nos trilhos.