O DEM dos vereadores Patric Cavalcanti e Rafael Colussi formou aliança com o PSD de Roberto Gabriel Toson para as eleições municipais do próximo ano. Na Tribuna, Patric agradeceu as lideranças do PSD pela oportunidade, deixando aberto a possibilidade do diálogo com os demais partidos.
A onda do “diálogo” tomou conta dos discursos no país na mesma proporção do crescimento dos famosos “políticos do centrão”. São, grosso modo, aqueles que não querem se posicionar nessa batalha entre Direita versus Esquerda. Agemcomo “isentões”. Muitos destes venceram as últimas eleições sentados sobre os ombros de Bolsonaro, mas que se sentiram instigados a dar uma “esquerdada” já no dia seguinte.
Uma frase atribuída a John Kennedy (fruto duma variação de Dante Alighieri) diz: “Os lugares mais quentes do Inferno estão reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempos de crise“. Esta lição precisa ser revisitada nos dias atuais. A turma do PSDB talvez seja o maior símbolo dessa leva de políticos. São pessoas com compromisso de parecer neutros com qualquer lado na política, mas que no fundo trabalham pelos seus próprios interesses.
Nas últimas eleições, o Rio Grande do Sul viveu um exemplo dessa falsa retórica que pegou milhares de gaúchos despreparados. O então candidato a governador Eduardo Leite fazia entre dezenas de promessas que não foram e não serão cumpridas, certamente a mais impossível de todas: governar para a Esquerda e para a Direita.
Por que governar para a Direita e para a Esquerda é impossível?
Um problema prático: o Governo do RS precisa de recursos financeiros adicionais devido à crise financeira do Estado. Para obter recursos, as possibilidades são limitadas, dentre elas: aumentar impostos, reduzir custos e vender propriedades do governo para gerar caixa. Para qualquer uma dessas opções, o problema a seguir será o mesmo.
Para vender (privatizar) um bem estatal, é preciso ter a convicção de que essa é a melhor alternativa para todos. Acontece que a Esquerda insiste na concentração estatal, enquanto a Direita aposta na iniciativa privada. Por isso, é impossível privatizar a CEEE, Banrisul, Correios agradando a Esquerda. Seus defensores sempre atuarão contra a venda de qualquer bem do Estado. A Direita tende a ser contra a aquisição de bens pelo Estado.
Do mesmo modo, é impossível agradar a Direita aumentando impostos. A Esquerda, no entanto, quando convém, fala em “justiça tributária”, sobretudo se o alvo recair sobre aqueles que mais produzem.
Seguindo pela mesma linha, diminuir custos significa reduzir o poder de ação do Estado. A Direita é na maioria das vezes a favor da redução de custos, enquanto a Esquerda é – também na maioria das vezes – contra.
Resumo
Toda a ação política necessariamente agradará um lado e desagradará o outro. Por isso, é imprescindível que um governante tenha no mínimo a convicção do rumo a seguir. Não é possível ir para a esquerda e para a direita ao mesmo tempo, assim como não é possível ir para trás e para a frente.
Ademais, quando não se governa por convicção, governa-se pelo que sobra: necessidade ou interesses em jogo. O interesse no resultado da eleição gera o interesse em formar coalizões cada vez maiores; o interesse em coalizões gera o interesse em “dialogar” com todos os lados. E é de notório saber o resultado desastroso dessa postura.
A estratégia de Eduardo Leite chega a Passo Fundo
Um dos primeiros pré-candidatos a prefeito para 2020 está começando mal. O vereador Patric, durante a Sessão Plenária do dia 20/11/19, informou que o diálogo para uma proposta para Passo Fundo será realizado em conjunto com todos os partidos interessados e demais setores da sociedade, como empresários e agremiações partidárias. Aproveitando-se da posição de Onyx Lorenzoni ao lado de Bolsonaro, Patric Cavalcanti classifica-se como político “de Direita”.
Na mesma Sessão, Patric também parabenizou a gestão de Luciano Azevedo pelo trabalho nas áreas da saúde e da educação. O pré-candidato ainda reiterou: “Com nenhum partido que possui a nossa mesma linha ideológica deixaremos de conversar, mas também quando tivermos que conversar com partidos de esquerda, nós vamos dialogar. Não teremos alinhamentos. Se eu for prefeito, não serei apenas para a direita, mas para todos“.
Críticas à PMG de Passo Fundo acaba em discussão na Câmara. Petismo ataca novamente
Na Sessão Plenária do dia 18 de maio de 2022, Regina dos Santos (PDT) discutir recente projeto de autoria do Poder Executivo Municipal sobre a alteração do plano de carreira dos professores municipais.
Aproveitando a deixa, o petista Nicolau Neri Grando (PT) tira o foco do tema para tecer críticas à Procuradoria Geral do Município. De acordo com o parlamentar, os processos que passam pelas mãos da Procuradoria acabam atrasando o andamento: É um atraso em todos os processos que passam pela PGM”.
Wilson Lill (PSB), em seguida, manifestou o equívoco na fala de Gomes, pois apontou que em todos os processos a Procuradoria avalia o melhor caminho e busca encontrar soluções. Para ele, não é um debate de minutos, mas uma construção de diálogo que muitas vezes demandam meses de debates e alterações.
Nharam (União Brasil) pontuou: “A PGM não é um time invasor de terras lá do MST”. Janaína Portella (MDB), que em outra oportunidade já fez parte da PGM, disse que a análise segura dos pareceres jurídicos emitidos pela Procuradoria são imprescindíveis para a tomada de decisão dos gestores públicos. Nharam segue: “O senhor me envergonha com essas colocações. Acha que está falando do STF?!?”
Permitindo aparte, Gomes manifestou a intenção da sua fala referente à PGM:
Fake News se tornou um verbete comum no cenário político desde que Donald Trump o proferiu em alto em bom som, bem na cara da imprensa norte-americana. De lá para cá, como tudo que o ex-presidente americano faz ganha repercussão, esse ponto não ficaria para trás. Fake News são informações falsas com a intenção de enganar. Não é um engano culposo, mas doloso. Há intenção de enganar o público, apenas para marcar a narrativa.
Quando nos deparamos com as redes sociais de muitos políticos pelo Brasil afora, podemos ter a falsa impressão de que eles estão, de fato, resolvendo uma série de problemas da nossa sociedade, fazendo pautas importantes avançarem. Não é bem por aí…
“Encaminhamos um pedido de providência”
Vamos dar um exemplo do que ocorre em Passo Fundo. Ao ler “Encaminhamos um pedido de providências a respeito de…”, é comum ao leitor pensar que o problema está (ou num curto espaço de tempo estará) resolvido.
Um pedido de providência não passa de um encaminhamento, na maioria das vezes realizado pelos gabinetes dos vereadores, solicitando que o Poder Executivo Municipal realize determinada obra ou demanda de uma comunidade.
Se procurar, os pedidos de providência vão de trocas de lâmpadas até paz mundial (ok, estamos exagerando). Asfalto, pintura, limpeza de praças… por aí vai. Um vereador, neste ponto, acaba refém das próprias limitações que a lei lhe impõe. A execução de obras, enfim, é atividade do Executivo. Vereador legisla e fiscaliza (ou deveria fiscalizar).
Pedido de providência é um tipo de publicidade enganosa
Sobre pedidos de providência, muitos vereadores fazem a festa. Não queremos citar ninguém em especial. Infelizmente, poucos escapam dessa publicidade (enganosa) nas redes sociais.
Não estamos querendo dizer que o público está sendo dolosamente enganado: na verdade, o vereador faz o que a lei permite. Os pedidos, portanto, são realmente encaminhados.
O que dá a entender, por outro lado, é que o assunto está resolvido. Na maioria das vezes não está.
“Aprovamos um projeto”
Quando um político afirma “Aprovamos um projeto de minha autoria”, todo cuidado também é pouco. É difícil estimar precisamente, mas a falta de eficácia das leis no Brasil não é assunto para amadores. Talvez a vocação nacional seja descumprir leis. Não é de todo culpa do nosso povo: o nosso universo legislativo é um oceano inabarcável de normas.
Nesse sentido, uma parte considerável das leis aprovadas são “leis pra inglês ver”: elas existem no papel, mas não mudam a vida da população em nada (ou muito pouco). Lei aprovada, entendam, é papel; sua execução, é outra coisa.
Ao longo dos anos de trabalho na Lócus, foram inúmeras as referências que fizemos nesse sentido. Quase toda semana um vereador sobe na tribuna e reclama da falta de cumprimento de leis aprovadas. Para citar um único exemplo, da legislatura passada:
Toson abriu seu Grande Expediente fazendo uma críticas às cobranças recebidas pelos parlamentares sobre o número de leis propostas. Para o vereador, trata-se de uma distorção realizada sobre o trabalho legislativo.
No Brasil, conforme dados apresentados, há mais de 5 milhões de leis em vigor, segundo um estudo da Fiesp. Para Toson, há uma ideia de que, ao se criar uma lei, magicamente o problema estará resolvido no dia seguinte. Isto prova que, para a resolução de um problema da sociedade, a lei é apenas uma etapa, não o processo completo.
Para o parlamentar, a lei acaba sendo uma espécie de abstração para se criar uma ilusão que o problema está sendo solucionado, o que é muito distante da realidade. De acordo com um dos exemplos citados, há a lei que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas ruas de Passo Fundo. O projeto havia sido proposto como forma de coibir as constantes denúncias de algazarras nas ruas do Município. O problema, no entanto, permanece.
Projetos em andamento: o marketing político desnecessário
Projetos em andamento também podem causar uma série de enganos no público. Veja, a seguir, recente postagem do deputado estadual Mateus Wesp (PSDB):
O que significa dizer que “um projeto foi aprovado numa comissão”? Nada além de que a pauta está tramitando, mas o caminho pode ser ainda longo (isso se for aprovado, é claro).
Nessa postagem de Wesp, o público percebe a notícia de outra forma, como se parte do problema já estivesse resolvido, mas não está.
Provavelmente esse projeto nem seja aprovado nesta legislatura. Pode ser que Wesp nem se reeleja deputado estadual. Pode ser que esse projeto reste engavetado. Pode ser que esse projeto seja esquecido. Pode ser que seja submetido à votação: pode ser aprovado ou não. Se for aprovado, pode ser que o Governador vete. Se vetar, os deputados poderão ou não derrubar o veto. Conseguem perceber parte do problema?
Por isso, não sejam enganados por postagens de políticos nas redes sociais. A palavra “lei”, no Brasil, está banalizada desde que éramos uma monarquia. Faça um favor a si mesmo e pare de ser enganado por esse tipo de postagem. E sobretudo pare de ser enganado por alguém com cara de bom moço, que fala bonito e que não tira o terço do pulso.
A petista segue a cartilha que ganhou coro nos últimos meses Brasil afora, falando em “pobreza menstrual”
A vereadora Eva Lorenzato (PT) protocolou duas emendas impositivas ao orçamento municipal para compra de absorventes para distribuição à população mais carente da cidade, além da promoção de uma campanha de conscientização quanto ao problema da pobreza menstrual. De acordo com a parlamentar:
“Com a renda per capita do povo pobre sendo de até R$ 87 por mês, se você é mãe, vai optar entre comprar um pacote de absorvente por R$ 15 ou comprar leite para seus filhos?”