A política exige posicionamento, indiscutivelmente. Desde que Onyx Lorenzoni se postou ao lado de Bolsonaro nas últimas eleições – lembrando que o ministro foi um dos poucos integrantes do DEM a apoia-lo publicamente (embora muito criticado)-, outros tentaram colar no discurso “direita-liberal” para ganhar algum prestígio nesse grupo.
Patric Cavalcanti é formado nas bases do DEM, agora no terceiro mandato como vereador de Passo Fundo. Assumiu, desde as últimas eleições, o discurso da Direita – ao menos da boca para fora. É claro que ninguém está acusando o vereador de alavancar seu nome depois que a briga eleitoral já estava ganha. Mas há um paradoxo entre discurso versus ação, isto é muito claro. Para ilustrar essa situação, eis alguns exemplos a seguir.
Patric recebe sindicalistas, na maioria das vezes demonstrando apoio e respeito na tribuna. Já deu muitos elogios aos sindicatos de professores da cidade, alinhados até o último suspiro com a Esquerda, além de serem defensores da ideologia de gênero e tentáculos do marxismo cultural. Muitos dos projetos apresentados pelo parlamentar são meramente protocolares, sem qualquer resultado significativo para a comunidade de Passo Fundo, sem contar aqueles que acabam vetados pelo Poder Executivo Municipal por questões constitucionais. Agora está batendo em Eduardo Leite por conta dos cortes ao funcionalismo público. Mas são apenas exemplos, porque em três mandatos a lista é longa. Talvez a frase “acreditem no que eu digo e não naquilo que eu faço” seja oportuna.
Em relação às propostas legislativas, também apenas para citar alguns poucos exemplos, fez o projeto para criação de ciclovias, trabalhou pela implementação de restaurante popular, aprovou proposta de arrecadação para o Fundo do Bem-estar Animal, controle populacional de cães e gatos, impôs o plantio de árvores sem atribuir responsabilidades, entre outros. Conforme dito: parecem projetos interessantes para a cidade, mas ou são de difícil execução ou requisitam maior atuação do poder público na vida comunitária. Isso, obviamente, não correspondem a pautas de um político de Direita.
O que foi apontado, no entanto, não é uma crítica – longe disso! -, nem mesmo um ataque pessoal ao vereador: é tão-somente o relato de como o vereador tem conduzido o seu mandato. A Direita quer mais políticos alinhados, firmes e fiéis a Bolsonaro, mas desde que isso repercuta nas suas ações como um todo. Se o parlamentar entende-se no lado da Direita, precisa imediatamente comportar-se de acordo com o seu discurso.
Como de costume, o vereador mostra-se um aliado do ministro Onyx Lorenzoni em Passo Fundo.
Na Sessão Plenária desta segunda-feira (02), novamente procurou se defender daquilo que apontou como “ataques” a sua vida pública. Para ele, não é possível deixar de receber a população no seu gabinete por conta de alinhamento ideológico, até porque, conforme mencionou, o mandato é para todos, e não para grupos específicos. Como já mencionado pela equipe da Lócus no texto “Nem Direita nem Esquerda” – A estratégia de Eduardo Leite chega a Passo Fundo para as eleições de 2020“, essa postura de “diálogo” foi adotada pelo atual governador do Rio Grande do Sul. O “verbo divino” da Nova Esquerda é “dialogar”. Sabe-se, entretanto, que não passa de discurso empostado: a política depende de parlamentares bem posicionados, capazes de convencer não pelas declarações em si, mas por meio de seus projetos e de suas ações.
Abaixo é possível conferir o trecho da fala de Patric Cavalcanti na tribuna: