Site oficial da Prefeitura e da emissora que replica textos da Administração focam na minoria da redução, deixando em segundo plano a realidade do aumento de imposto
Existe uma percepção do público sobre o aumento inevitável do IPTU em Passo Fundo desde a votação do projeto do Executivo para a revisão da planta de valores. Uma guerra semântica foi travada entre a vítima que paga impostos e a Prefeitura que cobra, mas arranja palavras bonitas como “justiça tributária” para disfarçar.
Entre a população e o prefeito, os vereadores. A maioria votou favorecendo o prefeito (12 a 7, com a ausência de Patric Cavalcanti e Gleison Palhaço Uhu).
Agora que a entrega dos carnês se aproxima, a Prefeitura usou o seu site oficial para publicar um texto com o título “Cerca de 13 mil imóveis terão IPTU reduzido”. Em uma época de redes sociais e pessoas que só dão atenção em um primeiro momento para a imagem do link e o título, a sensação de bem estar é espalhada de forma rápida pela internet. Está, então, montada a narrativa.
O próprio texto conta uma história diferente: logo no primeiro parágrafo, é só fazer uma rápida conta mental, com o seguinte “Pela primeira vez em 25 anos os valores dos terrenos para o cálculo do imposto foram atualizados. Com a lei aprovada pela Câmara Municipal, cerca de 13 mil imóveis pagarão um valor menor de imposto em relação ao ano passado. Isso representa mais de 11% do total de contribuintes.”.
Se representa 11% dos contribuintes, e o resto?
Logo mais abaixo, uma lista de “faixas” de aumento. Segundo a prefeitura, “correções”:
– 33% dos imóveis não terão aumento;
– 37% dos imóveis terão acréscimo de até R$ 120,00 por ano, o equivalente a R$ 10,00 por mês;
– 20% dos imóveis terão aumento de até R$ 300,00 no ano, R$ 25,00/mês;
– 4% terão aumento de até R$ 500,00 no ano, R$ 41,00 por mês;
– 6% terão aumento de mais de R$ 500,00 ao ano.
67% dos imóveis terão aumento de imposto. Vamos repetir: 67% dos imóveis terão aumento de imposto. É a realidade que o título tendencioso da Prefeitura quer enfiar na população.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar. A Rádio Uirapuru replicou integralmente o texto da Prefeitura em seu site, pouco tempo depois da publicação oficial, apenas mudando o título. De diferente mesmo, apenas a fonte e a inserção de blocos de anúncio entre os parágrafos. Poderia ser jornalismo, a rádio poderia comentar a verdade sobre o aumento, mas é apenas release chapa branca, compartilhamento de luxo do conteúdo da prefeitura.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: