Desde novembro de 2019 a sigla estava em crise interna por conta das tratativas para as eleições municipais de 2020
O professor Francisco Emílio Lupatini não é mais presidente da Executiva Municipal Provisória do PSL em Passo Fundo. Em nota enviada para a Lócus nesta terça, Lupatini declarou também a sua desfiliação do partido:
Comunico a toda comunidade passo-fundense a minha renúncia irrevogável do cargo de presidente da executiva provisória municipal do PSL (Partido Social Liberal) na cidade, bem como a desfiliação imediata da sigla. Por acreditar que o grupo que hoje compõe o PSL local não mais representa o projeto que levou Jair Messias Bolsonaro à vitória, considerei impossível a permanência na agremiação outrora formada por pessoas distantes de vertentes socialistas, comunistas, adeptas do “toma-la-dá-cá” e tantas outras práticas nocivas que adoeceram nosso país na esfera nacional, agora sucumbindo aos mesmos males na preparação para o pleito municipal de 2020, com o agravante de usar o nome do presidente e da própria direita. Saio da sigla com a certeza de estar trilhando o caminho da tão perseguida verdade que, uma vez conhecida, traz a liberdade. Esta verdade – quando ignorada – abre caminho para que acima de todos nós passo-fundenses esteja a desarmonia, o ódio e o desatino, justamente agora que o Brasil está voltando ao caminho certo.
Nas redes sociais, Lupatini continua postando diariamente defesas do governo Bolsonaro e é forte promotor da campanha que espera arrecadar assinaturas para a criação do partido Aliança.
MDB, PSD, PP e DEM, juntos, conquistaram 13 das 25 capitais brasileiras em disputa. Ainda, governarão 43 dos 96 maiores municípios brasileiros (capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores) e 2.591 do total de 5.570 cidades do país. Se somadas as populações, chega-se a 90,2 milhões de pessoas cujo dia a dia será administrado por prefeitos desses partidos. O contingente é próximo à metade do total de brasileiros, segundo a consolidação mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O MDB tem 26 milhões de habitantes em 786 cidades, incluindo cinco capitais — os números de cidades e capitais são os maiores para um único partido em 2020. O DEM governará 24,4 milhões de habitantes, metade dos quais estão em Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Curitiba (PR). O PSD terá 23 milhões, com destaque para Belo Horizonte (MG), e o PP governará 16,6 milhões, mesmo sem ter vencido nenhuma cidade com mais de 1 milhão de habitantes.
Além desse grupo, o PSDB fecha a lista dos 5 partidos que chefiarão mais prefeituras a partir de 2020. Embora a sigla tenha sido a que mais perdeu prefeitos e vereadores em números absolutos, manteve o comando da maior cidade do país, São Paulo (SP), e levou 18 dos 96 maiores municípios. Ao todo, o PSDB governará a maior fatia do país para um partido só: 34 milhões de pessoas, ou 16% da população nacional. Mais de um terço desse total está apenas na capital paulista.
O resultado do segundo turno também confirmou a redução do espaço dos partidos tradicionais de esquerda. PDT, PSB, PT e PCdoB perderam prefeituras em relação a 2016 e governarão, juntos, 27 milhões de habitantes, ou menos de 13% da população total. O grupo venceu em apenas 12 das 96 maiores cidades. Apenas quatro capitais serão chefiadas por essas legendas, todas no Nordeste: Recife (PE) e Maceió (AL) com o PSB, Fortaleza (CE) e Aracaju (SE) com o PDT. É a primeira vez desde a redemocratização do país que o PT não elege nenhum prefeito de capital. Em contraste com os demais partidos da esquerda, o PSOL aumentou o seu capital eleitoral em 2020 e conquistou a prefeitura de Belém (PA), que passará a ser a maior cidade já administrada pelo partido em toda a sua história.
Entre os candidatos apoiados publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, o único a obter sucesso nas urnas é de Rio Branco (AC). O PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018, comandará mais prefeituras, mas nenhuma delas está entre as 96 maiores do país. Já o Republicanos, partido de dois dos três filhos do presidente, levou três grandes cidades, entre elas uma capital — Vitória (ES) — e uma com mais de 1 milhão de habitantes — Campinas (SP) —, mas perdeu o comando do Rio de Janeiro (RJ).
*A eleição em Macapá (AP) acontecerá em 6 de dezembro (primeiro turno) e 20 de dezembro (segundo turno, se necessário)
*Fontes: Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Agência Senado
Nas eleições de 2020, o primeiro turno teve recorde de abstenção em eleições municipais desde 1996. Sobre os resultados, as eleições ainda não foram decididas em 19 capitais e outras 39 cidades. Ainda, cresce número de mulheres candidatas e eleitas no pleito de 2020
Primeiro turno teve recorde de abstenção em eleições municipais desde 1996
A pandemia da covid-19 explica em parte a taxa recorde de abstenção no primeiro turno das eleições municipais realizadas no domingo (15). Dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que 34,2 milhões dos mais de 147 milhões de brasileiros aptos a votar não compareceram às urnas, o que corresponde a 23,14%.
O índice de abstenção no pleito municipal é o maior desde 1996, ano em que as urnas eletrônicas começaram a ser utilizadas.
Para citar alguns exemplos, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, um terço dos eleitores não votou; em São Paulo, o índice de abstenção foi de 29%. E em mais da metade das capitais foi superior a 25%.
Na eleição mais recente, a presidencial de 2018, a abstenção no primeiro turno ficou em 20,33%. O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, chegou a afirmar que a abstenção poderia chegar a 30% em 2020. Ele comemorou a participação dos brasileiros nas eleições deste ano.
Eleições ainda não foram decididas em 19 capitais e outras 39 cidades
Na maioria das capitais brasileiras, as eleições para o cargo de prefeito ainda não foram decididas. Das capitais dos 26 estados (no Distrito Federal não há eleições municipais), 18 ainda precisam decidir entre os candidatos que foram para o segundo turno e uma, Macapá, teve o pleito adiado em razão do apagão elétrico no estado. As outras sete capitais já tiveram os prefeitos eleitos no primeiro turno.
Nas cidades cuja disputa foi para o segundo turno, a nova votação está marcada para o dia 29 de novembro. A propaganda em rádio e televisão, que foi interrompida antes do primeiro turno, será retomada no dia 20 e encerrada no dia 27 de novembro.
Cresce número de mulheres candidatas e eleitas no pleito de 2020
Além do registro recorde de candidaturas femininas em 2020 na disputa pelas prefeituras e câmaras municipais, o total de mulheres eleitas, reeleitas ou que ainda concorrerão no segundo turno também cresceu. Os resultados finais serão consolidados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até sexta-feira (20). Até o momento, dados oficiais mostram que para 12,2% das prefeituras foram eleitas mulheres. Na eleição de 2016 esse número foi de 11,57%.
De um modo geral, a participação feminina na política já caminha para além do cumprimento da cota obrigatória de 30% reservada pelos partidos. De acordo com a Justiça Eleitoral, no pleito deste ano as mulheres representam 33,6% do total de 557.389 candidaturas, superando o maior índice das três últimas eleições, que não passou de 32%.
Nas capitais, Cinthia Ribeiro foi reeleita prefeita de Palmas (TO) com 36,22% dos votos. Em 2016, ela foi eleita vice-prefeita, na chapa encabeçada por Carlos Amastha (PSB), que renunciou em 2018, quando Cinthia assumiu o cargo.
Outras cinco mulheres disputam a prefeitura no segundo turno: Marília Arraes (PT), em Recife; Danielle Garcia (Cidadania), em Aracaju; Manuela D’Ávila (PCdoB), em Porto Alegre; Cristiane Lopes (PP), em Porto Velho; e Socorro Neri (PSB), em Rio Branco.
E mais uma mulher ainda concorrerá no primeiro turno em Macapá. Patrícia Ferraz (Podemos) é candidata a prefeita da capital do Amapá, onde a eleição foi adiada para os dias 13 e 27 de dezembro em razão do apagão que atinge o estado desde o começo deste mês.
Na lista das cidades do interior que elegeram mulheres para a prefeitura estão: Ubatuba (SP) com Flávia Pascoal (PL), São Domingos do Norte (ES) com Ana Izabel Malacarne (DEM), Manhuaçu (MG) com Imaculada (PSB), Alto Taquari (MT) com Marilda Sperandio (DEM), Santa Cruz do Sul (RS) com Helena Hermany (PP), e Surubim (PE) com Ana Célia (PSB), entre outras.
Várias prefeitas seguem para o segundo mandato, como é o caso em Caruaru (PE), onde Raquel Lyra (PSDB) foi reeleita com 114.466 votos no primeiro turno. Ela foi a primeira mulher a assumir a gestão do município em 2016.
Simone Marquetto (MDB) continuará a governar a cidade de Itapetininga (SP). Ela recebeu 41.913 votos, que correspondem a 61,91% do total de votos válidos.
Também em São Paulo, Maria José Gonzaga (PSDB), de 74 anos, foi reeleita à prefeitura de Tatuí, com 58,29% dos votos válidos, um total de 31.861 votos.
A atual prefeita de Ipojuca (PE), Célia Sales (PTB), segue no cargo por mais quatro anos. Ela obteve 46,04% dos votos válidos.
Além da cota de 30% de candidaturas femininas, nesta eleição municipal foi a primeira vez que entraram em vigor as novas regras da reserva de, no mínimo, 30% dos fundos eleitoral e partidário e a aplicação do mesmo percentual ao tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão para as mulheres, com a obrigatoriedade dos partidos de fazer a divulgação dessas candidaturas.
Ainda assim, nas eleições deste ano foram 2,5 mais homens que mulheres candidatas para os cargos de prefeito, vice e vereador no Brasil, somando 370 mil candidaturas masculinas contra 187 mil postulantes do sexo feminino.
Elas ainda são minoria entre os nomes lançados para concorrer ao Executivo municipal. Só uma a cada dez candidaturas a prefeito é de mulher. Nas câmaras de vereadores, esse percentual é de 34%.
Em Passo Fundo, 4 mulheres foram eleitas (imagem). Na atual legislatura, não há nenhuma mulher na bancada.
*Fonte: Dados gerais a partir de publicações da Agência de Notícias do Senado
Impulsionamento dos posts de propaganda eleitoral já começou a pingar no caixa da rede social americana, via dinheiro público ou recursos próprios dos candidatos
Em pouco mais de quinze dias de campanha eleitoral, os candidatos brasileiros já gastaram R$ 815 mil para impulsionar posts no Facebook. O valor está compilado no site do TSE via somatório que montou o ranking dos maiores fornecedores do pleito, no qual a empresa aparece em nono lugar.
Foram 509 “fornecimentos” para 417 registros. Um número bem baixo para uma eleição com 19.164 candidatos a prefeito e mais de 500 mil pessoas tentando uma vaga nas Câmaras de Vereadores.
Não dá para saber quanto desse gasto é dinheiro público enviado aos partidos. No ranking dos maiores “clientes” do Facebook, o candidato Rodrigo de Paiva (Novo), que disputa a prefeitura de Belo Horizonte, está em primeiro lugar, com R$ 25.425,00 em anúncios, seguido pelo PL de Jundiaí, com R$ 21.000,00.
Os dez primeiros no ranking de gastos com Facebook. Fonte: DivulgaCand.
Em Passo Fundo, não há declaração de gastos com publicidade por candidatos ao cargo de prefeito no Facebook, ao menos por enquanto.
No geral, o valor deverá aumentar significativamente, já que os candidatos demoram a prestar contas e, além disso, as propagandas na TV apenas começaram. Enfim, a eleição brasileira se mostra (por enquanto) pouco lucrativa para a filial americana da empresa, dona da maior rede social do mundo.
A campeã, no geral
O fornecedor número 1 desta eleição é a produtora M. Romano Comunicação LTDA, com R$ 4,5 milhões em serviços prestados para a direção nacional do PT. A produtora é velha conhecida do Partido dos Trabalhadores.