Desde que o ministro do STF Celso de Mello autorizou a reunião ministerial na qual Sérgio Moro afirmava ter provas da sua integridade moral, o certo é que o efeito esperado foi completamente diferente do esperado. Bolsonaro mostrou que é um ser humano de verdade, que está onde está para garantir a vontade e povo e, sobretudo, ao menos para aqueles que apreciam o bom uso da língua portuguesa, mostrou que palavrão bem contextualizado pode soar como poesia.
Nesta quarta-feira (27), figuras conhecidas nos grupos de direita como Allan dos Santos (Terça Livre), Bernardo Kuster (Brasil sem Medo) e Sara Winter (ativista) amanheceram com a Polícia Federal apreendendo celulares, laptops e outros aparelhos eletrônicos. Para aqueles que ainda acreditam que na Suprema Corte brasileira ainda restava 1% de credibilidade, certamente essa impressão foi enterrada a sete palmos e com atestado de coronavírus.
Nos dias de hoje, pousar ao lado de um ministro do Supremo é atitude digna de um deslike. Assim como a maioria da ala esquerdista que assombra o país (agora também em conjunto do Centrão), um cidadão comum se aproxima de um ministro do STF apenas para fazer uma ofensa (merecida!).
A paciência dos brasileiros de direita, no entanto, parece ter finalmente acabado. Os ministros conseguiram ir além, a ponto de irritar o Presidente da República. Bolsonaro pontuou: “Este foi o último dia! Acabou, porra!”. Ao contrário do que toda a extrema-imprensa professava, Bolsonaro tem sido um verdadeiro patriota. Segue o discurso do povo que o acolheu e que rezou pela sua saúde quando sofreu uma tentativa de assassinato. Não persegue homossexuais, não é o machista que diziam e nem mesmo está arquitetando um golpe de Estado. Nada disso! E pior: depois de divulgado o vídeo da reunião ministerial, até mesmo Sérgio Moro, até então visto como um símbolo da justiça, teve sua reputação destruída: já era odiado pela esquerda; conseguiu, ao trair o Presidente, a ser visto como um asco até mesmo para a esquerda (o Centrão, que pensava numa possível candidatura de Moro, certamente deve ter riscado da lista de prioridades).
Na Alvorada, nesta quinta-feira (28), Bolsonaro deu uma coletiva intitulada no seu canal do Faceboook de “Liberdade de Expressão”. Como bem falou Bernardo Kuster num vídeo após a batida da PF: “Para o STF, ofender Jesus Cristo é liberdade de expressão; ofender um ministro do Supremo, no entanto, é crime”.
Na coletiva, Bolsonaro apontou: “Mais um dia triste na nossa história, mas o povo pode ter certeza: foi o último dia triste. […] A liberdade de expressão é sagrada entre vocês [jornalistas] e também para a mídia alternativa.” Nitidamente, externou seu descontentamento com o episódio recente: “Com todo o respeito que eu tenho pelos integrantes do Legislativo, do Judiciário e do meu próprio Poder [o Executivo], mas invadir casas de pessoas inocentes, submetendo-os a humilhação perante esposa e filhos: isto é inadmissível!”.
Garantiu que a sua intenção numa foi a de controlar a Polícia Federal. Para ele, o episódio recente serviu pelo menos para mostrar isso. Entretanto, anotou: “Ordens absurdas não se cumprem, e nós precisamos colocar um limites nessas questões”. Sobre o cerceamento da liberdade de expressão:
Não abrimos mão da nossa liberdade, seja ela qual for. Tenham a certeza de que a maioria dos integrantes dos três Poderes querem que o Brasil seja conduzido nessa direção. Um homem sem liberdade não tem vida. E vamos lutar pela liberdade de todos no Brasil, custe o que custar.
A seguir, a coletiva pode ser assistida integralmente:
https://www.youtube.com/watch?v=gKDQhKj7nEY