O resultado da votação do impeachment de Luciano Azevedo deixou claro que, na data de ontem, nem quando recebem o trabalho pronto, os vereadores são capazes de avaliar
Ao longo de exaustivos dois meses de trabalho, foram compilados mais de quatro anos de denúncias que a Lócus Online vem fazendo sobre as contas e sobre a atuação política da atual gestão municipal. Muito embora alguns pensem que estamos diante do que há de melhor em termos de administração pública nos últimos anos, o certo é que um trabalho ruim não pode ser padrão sobre outros ainda piores.
Como parte de suas funções, é dever dos vereadores a fiscalização dos atos de gestão do Poder Executivo. No entanto, a maior parte das denúncias que vem sendo feitas contra Luciano Azevedo partem dos trabalhos que a Lócus realiza. Portanto, ao menos na prática, esse trabalho de fiscalização está sendo realizado por nós – com raras exceções.
Na sessão plenária extraordinária da tarde de ontem, o pedido de 460 páginas contra Luciano Azevedo foi submetido à votação, em sessão remota. Apenas 3 vereadores dos 21 se posicionaram a favor do andamento do processo: Rufa (PP), Luiz Miguel Scheis (PDT) e Tchequinho (PSC). Veja o placar abaixo:
Como um dos coautores da petição, fiz a solicitação para ocupar a Tribuna Popular – espaço de 5 minutos concedido aos cidadãos para se manifestarem, prontamente negado pela Procuradoria da Casa. Embora o direito de petição não tenha sido violado, o certo é que não foi possível realizar a defesa do trabalho diante dos parlamentares. Constatou-se que a maioria dos vereadores nem se dignaram a ler o teor das denúncias.
Portanto, mesmo quando o trabalho é entregue pronto, os vereadores decidem seguir as orientações partidárias e apoiar de forma irrestrita o prefeito Luciano Azevedo. Se o parlamento municipal é incapaz de agir, afinal, para que serve a manutenção de 21 vereadores às custas de muito dinheiro público?