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Covid-19

Prefeito Luciano argumenta “medo de corrupção” para descartar hospital de campanha em Passo Fundo

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Postagem em rede social do prefeito lembra focos de corrupção e alvo de suspeitas em cidades que adotaram a medida no combate ao coronavírus

Sem explicar quem ou quantas vezes isso aconteceu, o prefeito de Passo Fundo Luciano Azevedo usou as redes sociais no dia 24 de junho para dizer que foi pressionado pela construção de um hospital de campanha em Passo Fundo. O texto foi acompanhado de arte elaborada – possivelmente em agência de publicidade, mostrando recortes de reportagens em sites com casos de suspeitas de corrupção no Rio de Janeiro (RJ), Itajaí (SC), Mauá (SP), Canoas (RS) e prefeituras da grande São Paulo.

Postagem no Facebook sobre hospitais de campanha. Disponível neste link.

Disse ainda que decidiu reforçar e fortalecer os tradicionais hospitais, isso porque, em todo o Brasil, hospitais de campanha são apontados como focos de corrupção e alvo de suspeitas, e que “nem sempre o caminho que parece mais fácil é o correto”.

A postagem é apavorante. Um gestor que comanda uma das maiores cidades do Rio Grande do Sul usa a internet para mostrar que tem medo e falta de capacidade para licitar, instalar e fiscalizar todos os processos que envolvem a construção de um hospital de campanha. Justo em uma época que prefeitos contam com verbas extras para o combate da pandemia e facilidades legais inéditas.

Não seria exagero exigir ainda mais: como “pressões” e “corrupção” estão no mesmo texto curto, seria de bom tom esclarecer as coisas. Nem sempre o uso de floreios e sentimentalismo é o caminho mais certo na comunicação entre homem público e pagador de impostos, ainda que pareça correto e gerador de centenas de curtidas.

Muitas das licitações realizadas pela administração Luciano Azevedo possuem similaridades com as potenciais compras necessárias para a construção de um hospital de campanha, ou qualquer estrutura médica, para atender pacientes nesta época sem precedentes na nossa história. As lonas e estandes do famigerado bairro a bairro, as diversas contratações de médicos e custeio até mesmo da moradia de alguns (Programa Mais Médicos), insumos e equipamentos hospitalares (a prefeitura tem um hospital), veículos, combustíveis, capital humano, alimentação. A lista é enorme.

Se na realidade de Passo Fundo um hospital de campanha não é a melhor solução, que seja demonstrado em números e não em sentimentos. Agora que já sabemos que o prefeito tem medo de licitar coisas que deram errado em outros locais, é hora de redobrar a vigilância e ajudar o nosso gestor, passando em revista (mais do que antes) todos os procedimentos licitatórios que foram alvo de suspeitas em outras cidades e realizados aqui.

Covid-19

Mais de dois anos depois, a Prefeitura de Passo Fundo ainda gasta milhões com o coronavírus

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gasta milhões

De folha de pagamento até ajuda para grupos artísticos, muito dinheiro vai para a conta do vírus na cidade

Lá se vão quase 900 dias desde o primeiro caso de COVID-19 na cidade de Passo Fundo, mas o problema financeiro parece longe de acabar. A “Transparência COVID” da prefeitura aponta um gasto empenhado de R$ 7 milhões em 2022, até o dia 6 de setembro. Deste valor, foram pagos R$ 6,88 milhões.

A lista de beneficiados em 2022 com dinheiro público tem 260 nomes. Há pagamentos para empresas fornecedoras da saúde, como esperado, mas a maioria entrou como folha de pagamento (R$ 4,1 milhões). Passo Fundo ainda pagou R$ 800,00 para 203 pessoas a título de “Auxílio a Pessoas Físicas”, dentro de programas culturais em parceria com o governo do Rio Grande do Sul.

Acima: habilitação da Prefeitura de Passo Fundo em edital para cultura no governo do estado. Publicação do DOE completa, aqui.

Entidades tradicionalistas foram contempladas através da Lei 5564/2021, criadora do auxílio específico para o setor. A Lei do Executivo projetou um impacto financeiro de R$ 270 mil. As entidades receberam valores entre 5 e 20 mil Reais e precisam prestar contas das despesas autorizadas, que vão de pagamentos de aluguéis até despesas com instrutores.

Câmara aprovou

É bom lembrar que os gastos extras com dinheiro municipal passaram pela Câmara de Vereadores de Passo Fundo, com aprovação. Tema delicado, mas que exige uma avaliação profunda da casa para que fiscalize a destinação dos recursos, prestação de contas e o real impacto no orçamento de Passo Fundo, seja para mais ou para menos: se a cidade ficará prejudicada por falta de recursos que foram aplicados nos auxílios ou se o gestor teve liberdade para realizar gastos – perante a folga – que não realizaria em tempos normais. Que aliás já são normais faz tempo para quem não ganha dinheiro público em época de eleição.

Listão

Direto da transparência da Prefeitura de Passo Fundo, a lista com as pessoas e entidades beneficiadas com auxílio ou que tiveram produtos ou serviços pagos na “Conta COVID” no ano de 2022 (até o dia 6/9). Acesse aqui o PDF.

Veja também

Socorro aos artistas passo-fundenses: dinheiro público para aliviar os efeitos da pandemia (agosto de 2020)

Mas afinal, quanto dinheiro o Governo Federal mandou para Passo Fundo gastar com a pandemia? (setembro de 2020)

 

 

 

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Candeia: “Lockdown não teve eficácia nenhuma”

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Recentemente, o Ministério da Saúde brasileiro decretou o fim do estado de emergência sanitária nacional. Na tribuna, Rodinei Candeia (REPUBLICANOS) apontou os erros e acertos dos órgãos públicos durante a pandemia de Covid-19.

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Candeia critica atuação do Conselho Municipal de Direitos Humanos em Passo Fundo

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Eu vejo que essas entidades que se dizem protetoras dos direitos humanos em verdade usam as suas posições para impor o entendimento verdadeiramente político-ideológico sobre o comportamento das pessoas, querendo sobrepor a competência que tem o Executivo Municipal para tratar dessas matérias.” (Candeia)

Poucas semanas atrás, o prefeito de Passo Fundo Pedro Almeida se manifestou nas redes sociais acerca do uso obrigatório de máscaras na cidade. Na ocasião, disse que achava prudente a liberalização do uso em locais públicos, posteriomente promulgando decreto. Ocorre que muitas pessoas já não estavam usando máscara em locais públicos, embora muitos respeitassem as exigências relacionadas a ambientes fechados. Acabou sendo mais discurso do que uma ação efetiva sobre essa questão na cidade. Na prática, no entanto, muitos deram aquela interpretação lato sensu para o decreto, deixando até mesmo de usar máscaras em ambientes fechados.

Leia mais em: Pedro Almeida decide colocar na conta de Bolsonaro a história das máscaras

Nesta história, é certo que alguns grupos, sobretudo aqueles que marcaram seu posicionamento “pró” tudo o que estava relacionado a covid e suas medidas autoritárias e restritivas, não deixaria o assunto por isso mesmo. E foi o que fez a Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo.

Então a CDHPF protocolou ação civil pública, a fim de obrigar a população a voltar a utilizar máscaras. Na Sessão Plenária do dia 30 de março, o vereador Rodinei Candeia criticou a postura da entidade:

“Eu vejo que essas entidades que se dizem protetoras dos direitos humanos em verdade usam as suas posições para impor o entendimento verdadeiramente político-ideológico sobre o comportamento das pessoas, querendo sobrepor a competência que tem o Executivo Municipal para tratar dessas matérias”.

Veja, a seguir, o trecho em que o parlamentar trata do assunto na tribuna:

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