Elaboramos um ranking de 21 municípios brasileiros com características populacionais similares às de Passo Fundo. As diferenças são impressionantes
A pandemia do coronavírus gerou uma corrida ao jogo matemático da interpretação de números e comparações entre países, seus métodos e resultados, sempre defendidas com veemência para apoiar esta ou aquela linha de pensamento.
Estas comparações nem sempre são justas, seja na confusão entre números absolutos e relativos, seja por diferenças sérias no objeto a ser analisado. Não há como comparar confortavelmente suecos com brasileiros, regiões pobres com regiões ricas e até mesmo populações com nível educacional, histórico e perfil genético diferente.
Números de países e estados – exceto por alguma decisão muito extraordinária nas questões de fronteiras -, só servem para tentar agrupar uma adoção de política de combate ao vírus usando linhas imaginárias que a biologia não respeita. Os aglomerados urbanos ou cidades mostram uma realidade muito mais tangível, ainda que distante da perfeição. Esta é a proposta neste artigo.
Listamos 10 cidades maiores e 10 cidades menores que Passo Fundo em população, criando um ranking de 21 municípios para observar como se comportaram os números do coronavírus nestas regiões (casos e mortes) em dois momentos: 25 de maio e 5 de julho de 2020. Os dados são dos sites dedicados criados pelos estados.
As 21 cidades do ranking, em ordem decrescente de população. Passo Fundo teve a menor variação percentual nas cidades com mortes no período analisado (53,33%).
As cidades com população maior que Passo Fundo são Águas Lindas de Goiás (GO), Rio Grande (RS), Alvorada (RS), Cachoeiro do Itapemirim (ES), Sobral (CE), Luziânia (GO), Parauapebas (PA), Cabo de Santo Agostinho (PE), Rio Claro (SP) e Angra dos Reis (RJ). As menores são Castanhal (PA), Lauro de Freitas (BA), Araçatuba (SP), Ferraz de Vasconcelos (SP), Santa Bárbara D’este (SP), Nova Friburgo (RJ), Barra Mansa (RJ), Nossa Senhora do Socorro (SE), Teresópolis (RJ) e Guarapuava (PR).
No ranking das 21 cidades, Passo Fundo fica em décimo lugar (46 mortes), com a liderança ocupada pela cearense Sobral (246) e um distante segundo lugar de Castanhal (PA) com 171. Cabo de Santo Agostinho (PE) com 165 e Parauapebas (PA) com 127 encerram a série de municípios da lista com mais de 100 óbitos.
Alguns índices conhecidos foram adicionados a cada município como área, PIB per capita, IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), Índice GINI, percentual da população acima de 62 anos e quantidade de leitos hospitalares (geral).
Passo Fundo tem destaque positivo na lista em números de leitos disponíveis muito superior aos outros municípios (1166), é o quarto IDHM (0,776) e a sexta renda per capita (R$ 42.183,62). Nosso índice GINI é o décimo-terceiro.
As cidades e suas localizações
Acima: localização das cidades no mapa do Brasil.
A proximidade de algumas cidades com grandes centros e as capitais de seus respectivos estados prejudica uma comparação mais justa. Quase a totalidade das cidades do nordeste e centro-oeste estão nesta situação. Alvorada, colada em Porto Alegre, também.
Nos limites, a cearense Sobral com suas 246 mortes e Guarapuava com apenas duas. Acredita-se que hoje o Ceará é destaque em casos e mortes por conta do aeroporto de Fortaleza ser um hub para voos internacionais, recebendo um forte múltiplo bombardeio de infectados.
Guarapuava, no Paraná, é uma cidade muito parecida com Passo Fundo em características geográficas, isolamento e liderança de uma região do estado e diversas rodovias cortando a cidade.
Passo Fundo (RS) e Guarapuava (PR): os círculos amarelos na imagem possuem 8 km de raio, evidenciando a similaridade urbana das duas cidades.
As autoridades paranaenses atribuem os baixos números em Guarapuava ao cuidado especial com a atenção básica. Nós conversamos com uma representante da secretaria de saúde do município e ela explicou, orgulhosa, que a cidade conta com 33 pontos de atendimento (não concentraram os pacientes em um único ponto), tem uma central de teleatendimento que já atendeu 7.000 pessoas desde o lançamento que detecta, isola no domicílio e acompanha todas as pessoas que procuram atendimento. A questão tão polêmica dos remédios foi resumida com “os médicos possuem total liberdade para administrar a medicação que achar correta, em acordo com o paciente”.
Não existe medo de atendimento em Guarapuava. Se uma gestante precisa ir ao médico, a central agenda a consulta em um horário determinado sem pacientes com suspeita de COVID-19 ou doenças respiratórias.
O site da prefeitura tem informações claras, com diversos documentos, incluindo orientações para protocolo, plano de ação e nomes dos responsáveis pelas decisões no âmbito do coronavírus.
Contudo, ainda o acaso
Apesar das diferenças geográficas entre cidades e de como as estruturas físicas, capital humano, cultura de saúde e estratégias, há que se observar o acaso. Lidamos com um inimigo invisível e não há como saber com precisão se as comunidades enfrentaram esta crise partindo de um único paciente infectado ou receberam ataques múltiplos, diferenciando em muito os resultados.
Prefeito Luciano Azevedo: no espólio político das duas campanhas vitoriosas, a saúde ficou na mão dos comunistas do PCdoB.
Talvez esteja mesmo na bem montada atenção básica e na rápida identificação e isolamento dos suspeitos a fórmula de sucesso para prefeitos lidarem com esta pandemia. As autoridades locais deveriam olhar com atenção o caso de Guarapuava, a campeã da nossa lista.
A história dirá se a gestão municipal teve responsabilidade na perda de vidas por decisões erradas na área médica e também nos decretos que paralisaram a economia. A pandemia ainda renderá muitos estudos e pesquisas com apuração de dados que nem foram criados ainda. Por enquanto, há muita desinformação, controvérsia, especulação e economia parada, com uma crise que ainda enfrentará uma eleição no meio do caminho.
Saiba mais
Os dados foram compilados dos sites dedicados ao COVID-19 criados nos estados e prefeituras. Existem pequenas divergências em algumas fontes de dados quanto a número de casos, por conta de metodologias e aceites de determinadas marcas de testes. Acesse dados do Ceará, Paraná eRio Grande do Sul (um dos melhores sites entre os estados).
O site da Prefeitura de Guarapuava mantém uma lista de documentos com informações diversas, de orientações para profissionais e população até compras e lista de decretos e condições para a abertura do comércio local.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: