Gastos de gabinete no primeiro semestre de 2020 foram 60% maiores em relação ao mesmo período em 2019, sem pandemia
Segundo os dados da Transparência RS, o Deputado Estadual passo-fundense Mateus Wesp (PSDB) está em primeiro lugar na lista de valores pagos aos deputados à título de indenização por uso de veículo particular. Entre os dias 1 de janeiro e 14 de setembro, já foram empenhados para o deputado a soma de R$ 89.546,41. Para toda a Assembleia, já foram R$ 3.499.500,43.
O TOP 30 das indenizações por uso de veículo particular. Acesse a planilha completa neste link.
Mas indenização por uso de veículo é apenas mais um gasto no chamado Centro de Custo Parlamentar. Em 2019, o gabinete de Wesp gastou R$ 147.729,35 com uso de veículo, passagens aéreas, telefones, xerox, material de expediente e outras despesas. Em 2020, no primeiro semestre, já foram R$ 77.726,74 (contra R$ 48.572,50 do primeiro semestre de 2019). Na data deste artigo, a transparência dos deputados mostra os gastos só até o mês de junho, um atraso injustificável.
As diárias são contabilizadas de forma diferente e serão assunto da Lócus novamente em momento oportuno.
Os gastos do deputado Mateus Wesp em 2019 e 2020 (até junho). Fonte: Transparência da AL.
Os deputados e seus assessores costumam viajar para o interior do estado, na famosa “visita às bases”, reforçando vínculo com aquelas regiões que apresentaram melhor desempenho nas urnas, ou são estratégicas em algum momento para Projetos de Lei ou até mesmo atividades do Executivo, quando existe afinidade do deputado com o governador.
Um exemplo: deputado Wesp em compromissos pelo interior do Rio Grande do Sul em novembro de 2019…
diárias pagas em novembro de 2019
e o Centro de Custos – Movimentos do mês de novembro de 2019.
Para conhecer as atividades e os destinos do deputado, basta uma visita ao Facebook oficial: são várias fotos de conversas com locais, muitos deles companheiros de partido. Sobre a real necessidade das viagens e a fronteira entre o interesse pessoal e o do Estado nas empreitadas pelo Rio Grande, não há transparência que informe com clareza. É questão de confiança (de quem votou) e consciência. De todos, o dever é de fiscalizar.