Único cartório do tipo em Passo Fundo elevou seu faturamento acima do dobro do IGP-M entre 2009 e 2019, cobrando taxas pelos atos praticados
Segundo dados do “Justiça Aberta”, sistema de informações do Conselho Nacional de Justiça, o Registro de Imóveis de Passo Fundo faturou R$ 14.787.777,04 só em 2019. O valor é 191,95% superior ao resultado de 2009, quando o cartório arrecadou R$ 5.065.169,44. O IGP-M do período foi de 87,24%.
Em 2020, talvez por conta da pandemia, o serviço sofreu uma retração: o primeiro semestre registrou um faturamento de R$ 5.854.815,62, para 128.908 atos praticados. O cartório faturou no primeiro semestre de 2019 R$ 7.129.032,72 para 165.633 atos.
O Registro de Imóveis não tem concorrência na cidade. Seu titular é Luiz Juarez Nogueira de Azevedo, pai do prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo (PSB).
Cartórios assim cobram taxas para registro de escrituras públicas e diversos trâmites envolvendo o mundo dos imóveis. Uma tabela completa dos serviços e seus preços pode ser vista neste link.
Os atos praticados pelo Registro de Imóveis também deram um salto: de 79.412 em 2009 para 328.463 em 2019.
O fato de existir apenas um estabelecimento dessa natureza na cidade – ou apenas um Titular de Serventia concursado – é tema de debate constante. O mercado, como mostram os números, vai de vento em popa.
Nota: a publicação original deste texto dizia que “Com maior concorrência, os serviços poderiam melhorar no preço e na agilidade”. A Lócus foi alertada pelos leitores sobre a obrigatoriedade dos cartórios cobrarem o que está fixado na tabela. Sendo assim, mesmo com um segundo cartório, os preços seriam os mesmos.