A cada nova legislatura, quando a Câmara ganha novos ares, “oxigena-se”, como dizia Matheus Wesp, renovam-se as motivações e as esperanças sobre a política local. Obviamente, qualquer conclusão, nesta primeira semana, seria demasiadamente precipitada, o que não quero com este texto. Repito: são apenas impressões.
Num primeiro momento, tão somente com base na Sessão Plenária Extraordinária desta terça-feira (05), o coro pareceu mais técnico. Já é um bom sinal. O vereador eleito com o maior número de votos, Rodinei Candeia (PSL), no papel de relator dos vetos às emendas impositivas apresentadas pela legislatura passada, foi certeiro ao apontar as generalidades apresentadas como justificativas aos vetos eram pragmáticas em excesso ao colocar a culpa sobre a pandemia para a falta de recursos. É certo que a motivação do Executivo é mais política do que racional, ao menos neste momento.
A professora Regina (PDT), também uma novidade na Casa, também pareceu bastante precisa ao criticar a maneira com a qual, de maneira usual, o Poder Executivo trata as emendas impositivas. De acordo com a parlamentar, os vereadores passam considerável tempo discutindo o assunto, para que a Administração municipal ignore em todo (ou em grande parte) o assunto. Melhor ainda quando apontou que as audiências públicas acabam sendo mais uma obrigatoriedade legal para que, no final das contas, as sugestões da população sejam ignoradas completamente.
Do restante, ainda pouco pode ser dito. No entanto, ouvindo atentamente à manifestação de Evandro Meireles (PTB), no seu segundo mandato, percebe-se que o vereador segue com aquele discurso empolado, essencialmente nominalista, apenas para parecer que está a par do assunto. Atitudes semelhantes, mostradas à revelia na legislatura passada, parecem ultrapassadas: esse tipo de formalismo soa excessivamente falso, sobretudo num momento em que o parlamento precisa ser o mais comunicativo possível com a população.
O parlamento municipal enfrenta grandes desafios. A população está ciente que o papel dos vereadores, ao menos neste momento, deve ser, acima de tudo, fiscalizatório. A legislatura passada foi excessivamente passiva em relação à gestão de Luciano Azevedo. Espera-se, no mínimo, que a atual composição da Câmara seja mais atuante, deixando para trás o papel de “secretaria especial para assuntos do prefeito”.