A coleta de alimentos, seja por compra pública, seja doação de pessoas físicas ou empresas, tem movimentado a área social da cidade. Em alguns casos, com muita sinalização de virtude nas redes sociais
Regularmente, a Assistência Social do município de Passo Fundo (como a de muitos outros) sempre comprou sacolas econômicas para a distribuição em comunidades carentes, fornecendo para famílias cadastradas em programas governamentais.
Dar comida aos pobres (no sentido amplo da palavra) não é exclusividade da Prefeitura. Ações através de outros canais também suprem esta necessidade, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal e as iniciativas privadas da cidade que nem sempre aparecem no “radar”. Há pessoas que dedicam grande parte do seu tempo livre para comprar, cozinhar e distribuir refeições para carentes sem qualquer publicidade, ainda que em pequena ou média escala.
As “sacolas econômicas” da Prefeitura
Analisando o período de 2017 até 2021 no Portal da Transparência, identificamos diversas licitações para compras de sacolas econômicas de tipos 3 e 5. Em 2020, com a crise do coronavírus, um novo modelo de sacola “enfrentamento COVID” foi incluído nos editais. Os fornecedores neste período foram Supermercado Scotta LTDA, Nutri SC Comércio de Alimentos LTDA, Atacadão Comércio de Gêneros Alimentícios LTDA, Francine Giana Guido e CIA LTDA e L.J. Bredow Papelaria – ME.
Nos anos de 2017, 2018 e 2019, foram compradas em média cerca de 3.500 sacolas econômicas. Com a pandemia em 2020, este valor subiu para 21.854. Em 2021 já foram compradas (de acordo com a transparência) 3.000 unidades. São R$ 3,2 milhões, sendo que R$ 1,9 milhão foi gasto em 2020.
Os dados de 2021 ainda podem estar incompletos na transparência durante a elaboração deste material. Outros alimentos são comprados pelo Município em menor quantidade, como hortaliças e até kits para aldeias indígenas da cidade. Há também a significativa compra de alimentos para a merenda escolar, mas isso não tem relação com o assunto aqui abordado.
O conteúdo das sacolas
Segundo os documentos do pregão eletrônico 076/2020 da Prefeitura de Passo Fundo, uma sacola econômica “Tipo 5”, contém os seguintes itens:
02 (dois) pacotes de açúcar, tipo cristal.
02 (dois) pacotes de feijão preto, tipo 1.
05 (cinco) pacotes de arroz, tipo 01, branco.
01 (um) pacote de farinha de milho.
02 (dois) pacotes de massa seca, com ovos.
01 (um) pacote de sal de mesa, iodado.
02 (dois) frascos de óleo refinado de soja.
01 (um) quilo de leite em pó integral.
02 (dois) pacotes de farinha de trigo especial.
A sacola “Tipo 3” contém:
02 (dois) pacotes de açúcar.
02 (dois) pacotes de farinha de trigo especial.
03 (três) pacotes de arroz, tipo 01, branco.
03 (três) frascos de óleo de soja.
03 (três) pacotes de farinha de milho.
03 (três) pacotes de feijão preto.
02 (dois) pacotes de massa seca.
02 (dois) pacotes de massa seca.
01 (uma) lata de extrato de tomate.
01 (um) pacote de sal de mesa, iodado.
01 (um) refil de café solúvel granulado.
01 (um) balde de doce de fruta em pasta.
1kg (um quilo) de leite em pó integral.
01 (um) pacote de biscoito salgado, tipo cream cracker.
A sacola “Enfrentamento COVID” é similar às anteriores, mas com a adição de enlatados como ervilha, atum e sardinha, além de lentilha. Quem vende os produtos para a prefeitura deve obedecer a um listão de marcas aprovadas que consta no edital.
A campanha Passo Fundo Solidária
Organizada pela prefeitura, a campanha Passo Fundo Solidária aconteceu entre 11 e 17 de abril e arrecadou 60 toneladas de alimentos com doações de pessoas físicas e empresas, através de diversos postos de coleta.
Toda a arrecadação de alimentos foi ou será encaminhada para as famílias acompanhadas pela rede assistencial controlada pela Prefeitura, pelos mesmos filtros usados no caso das sacolas econômicas, salvo algumas ampliações devido ao grande volume de alimentos.
Na coleta, muitos políticos aproveitaram a oportunidade para “emprestar prestígio” ao evento, postando freneticamente as ações nas redes sociais. Diferente de artistas reconhecidos do público com poder para chamar a atenção das pessoas para causas sociais, políticos são apenas políticos e seria de bom tom que não exagerassem nestas situações. Pessoas como Heloisa Goelzer de Almeida – a voz da luta contra a fome em Passo Fundo – nascem uma vez a cada século, quando muito.
A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade. Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo
A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.
Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.
Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?
Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.
Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas
Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.
Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).
Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.
“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.
Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.
Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.
O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural
Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.
A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.
A Constituição Federal não foi rasgada.
Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.
O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.
Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?
Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.
Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link: